Organização do profissional da educação



Organização do profissional da educação

 

Do ponto de vista metodológico, o educador precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Uma das dimensões fundamentais do ato de educar é ajudar a encontrar uma lógica dentro do caos de informações que temos organizá-las numa síntese coerente, mesmo que momentânea, compreendê-las. Compreender é organizar, sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar. Uma segunda dimensão pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para superá-la, para modificá-la, para avançar para novas sínteses, outros momentos e formas de compreensão. Para isso, o professor precisa questionar criar tensões produtivas e provocar o nível da compreensão existente.

 

No planejamento didático, predomina uma organização fechada e rígida quando o professor trabalha com esquemas, aulas expositivas, apostilas, avaliação tradicional. O professor que “dá tudo mastigado” para o aluno, de um lado, facilita a compreensão; mas, por outro, transfere para o aluno, como um pacote pronto, o conhecimento de mundo que ele tem.

 

Predomina a organização aberta e flexível no planejamento didático, quando o professor trabalha a partir de experiências, projetos, novos olhares de terceiros: artistas, escritores... etc. Em qualquer área de conhecimento, podemos transitar entre uma organização inadequada da aprendizagem e a busca de novos desafios, sínteses. Há atividades que facilitam a má organização, e outras, a superação dos métodos conservadores. O relato de experiências diferentes das do grupo ou, uma entrevista polêmica podem desencadear novas questões, expectativas, desejos. E há também relatos de experiências ou entrevistas que servem para confirmar nossas idéias, nossas sínteses, para reforçar o que já conhecemos. Precisamos saber escolher aquilo que melhor atende ao aluno e o traz para uma contemporaneidade.

 

Há professores que privilegia a organização questionadora, o questionamento, a superação de modelos e não chegam às sínteses, nem mesmo parciais provisórias. Vivem no incessante fervilhar de provocações, questionamentos, novos olhares. Nem o sistematizador nem o questionador podem prevalecer no conjunto. É importante equilibrar organização e inovação; sistematização e superação.

As tecnologias nos ajudam a encontrar o que está consolidado e a organizar o que está confuso, caótico, disperso. Por isso é tão importante dominar ferramentas de busca da informação e saber interpretar o que se escolhe, adaptá-lo ao contexto pessoal e regional e situar cada informação dentro do universo de referências pessoais.

Muitos se satisfazem com os primeiros resultados de uma pesquisa. Pensam que basta ler para compreender. A pesquisa é um primeiro passo para entender, comparar, escolher, avaliar, contextualizar, aplicar de alguma forma.

Cada vez temos mais informação e não necessariamente mais conhecimento. Quanto mais fácil é achar o que queremos, mais tendemos a acomodar-nos na preguiça dos primeiros resultados, na leitura superficial de alguns tópicos, na dispersão das muitas janelas que abrimos simultaneamente.

O foco da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa, o desenvolvimento de projetos e não predominantemente a transmissão de conteúdos específicos. As aulas se estruturam em projetos e em conteúdos. A Internet está se tornando uma mídia fundamental para a pesquisa. O acesso instantâneo a portais de busca, a disponibilização de artigos ordenados por palavras-chave facilitaram em muito o acesso às informações necessárias. Nunca como até agora professores, alunos e todos os cidadãos possuíram a riqueza, variedade e acessibilidade de milhões de páginas WEB de qualquer lugar, a qualquer momento e, em geral, de forma gratuita.

O educador continua sendo importante, não como informador nem como papagaio repetidor de informações prontas, mas como mediador e organizador de processos. O professor é um pesquisador – junto com os alunos – e articulador de aprendizagens ativas, um conselheiro de pessoas diferentes, um avaliador dos resultados. O papel dele é mais nobre, menos repetitivo e mais criativo do que na escola convencional.

Os professores podem ajudar os alunos incentivando-os, a saber, perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem

focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas impactantes para os contextos mais abrangentes e assim ajudar a desenvolver um pensamento arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.

Os educadores do futuro tem a obrigação de se atualizarem, porque as novas tecnologias estão ai. As nossas crianças estão o tempo todo plugados na internet, os que não tem computador em casa passam horas em uma lan house. Muitos não tem nem curso aprende só de ver o colega do lado mexendo.

O professor deve ensinar seus alunos qual melhor forma para utilizar a internet, os perigos que ronda os sites de busca. Como o professor poderá estar fazendo isso se ele não sabe nem ao menos ligar um computador.

Os professores que não dominam essas tecnologias vão ficar defasados, e poderá até mesmo sair do mercado de trabalho, pois um curso de computação esta entre as necessidades básicas do educador.

Portanto, é necessário observar que a sala de aula não deve ser entendida somente como aquele espaço físico determinado das instituições educativas onde os professores e alunos desenvolvem atividades de ensino-aprendizagem, mas também como um lugar onde a ação educativa como um todo possa conduzir-se na percepção da realidade social, econômica, cultural e política atual em todos os âmbitos espaciais: Cidade, Estado, País, Mundo.

Segundo FREIRE (1988, p. 32):

em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto de criar nasce da inconclusão do homem. A educação é mais autêntica quanto mais desenvolve esse ímpeto ontológico de criar. A educação deve ser desinibidora e não restritiva. É necessário darmos oportunidade para que os alunos sejam eles mesmos.

 

 

Ainda segundo FREIRE (1988, p. 51):

o professor (trabalhador social) que opta pela mudança não teme a liberdade, não prescreve, não manipula, não foge da comunicação, pelo contrário, a procura e vive

 

 

Sabe-se que a educação fundamentada nos princípios tradicionais apresenta problemas. É necessário que haja mudanças referentes aos sistemas e às modalidades de ensino, de modo que os educadores incorporem as novas funções advindas das necessidades dos atuais sistemas educacionais. Ou ainda,

Se focalizarmos o problema na qualidade do ensino, a tônica segue sendo marcada pelo que é chamada didática tradicional, que se caracteriza pela ênfase da transmissão de conhecimentos, predomínio do método magistral de exposição como método de ensino, pouca estimulação do pensamento divergente, da reflexão crítica, da criatividade intelectual e das diferentes formas de expressividade humana. (CANDAU, 1989)

Em outras palavras, LIBANEO (1984),

 

 considera que, tradicionalmente, a formação do professor preocupou-se, na sua prática docente, com três dimensões: o saber (domínio do conhecimento, do conteúdo) - o saber ser (características pessoais positivas do professor) - e o saber fazer (ou seja, o método ou o como ensinar).

 

 

Nesta perspectiva, qualquer valorização do enfoque acentuado de qualquer dessas dimensões da prática docente pode fragmentar o pedagógico, a questão técnica e a política na ação pedagógica escolar. Concebe-se que o saber, o saber ser e o saber fazer devem caminhar juntos, sem perder de vista o processo educacional como um todo, pois o professor deve estar sempre a serviço do crescimento dos alunos, e não dessa ou daquela classe social, pois sem a perspectiva integradora no ato educativo a escola perderá o seu sentido.

Neste caso, torna-se muito importante que o professor seja competente, compromissado e que, portanto, não permaneça apenas na divulgação reprodutivista de "conteúdos curriculares", de "modismos de última teoria e conceitos elaborados", mas que procure adequá-los à realidade e às necessidades de seu cotidiano e de seus alunos em seus locais de vivência. Ainda nesta linha de discussão, o mesmo autor diz que, "pensar no compromisso filosófico do docente é pensar no significado do ato de ensinar e de aprender". Isto corresponde a pensar nas relações como: sujeito e objeto, teoria e prática, ou seja, que no processo de ensino-aprendizagem, professor e aluno devem se constituir em sujeitos e não objetos, onde teoria e prática não se desvinculem entre si e da realidade do seu cotidiano.

Portanto, é de fundamental importância que o professor seja possuidor de uma formação adequada, de informações atualizadas, de um contato íntimo e permanente com a pesquisa, e ser capaz de uma reflexão crítica que o leve ao discernimento sobre o que ensinar como ensinar e para que ensinar. Por outro lado, é também importante que o professor se conscientize dessa necessidade de capacitação. Para tanto, é preciso abrir-se às inovações e saber conduzir, dentre outros, o seu papel de orientador e mediador no processo de ensino-aprendizagem, procurando desenvolver o ensino dos conteúdos de forma a torná-los mais atraentes e relacioná-los à realidade vigente.

Situar a questão pedagógica dentro de um enfoque globalizador e, assim, assumir suas relações dialéticas com a sociedade e suas contradições significa entender a ação pedagógica, em geral, e o trabalho docente, em particular, como elementos de mediação entre as condições concretas de vida e de trabalho do sujeito da educação e sua destinação social, pela apropriação de conhecimentos e habilidades. Nisso a escola cumpre sua função prática. A atividade mediadora do professor propõe uma preocupação profissional na qual se articulam, indissociavelmente, os conhecimentos teórico-práticos originados da investigação da prática de ensino concreta que se desenvolveu no cotidiano da escola em suas situações específicas e condições objetivas. (LIBANEO, 1987).

Daí a necessidade do professor estar sempre atento às novas formas de ensinar, a exemplo dos recursos disponíveis e imprescindíveis da informática no cenário atual da educação

 


Autor: Givaneide Josefa da Silva


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