NOTORIEDADE DOS MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS: As Causas e Efeitos



NOTORIEDADE DOS MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS: As Causas eEfeitos

RESUMO

O texto aborda de forma sucinta o tema relacionado aos movimentos sociais em especial, o ambientalista, que a partir do seu surgimento sempre teve grande destaque pela sua constante preocupação com a preservação do meio ambiente. Em conjunto com a mídia, os movimentos ambientalistas propagam cada vez mais esta situação preocupante e tenta intervir de forma significativa nas organizações potencialmente poluidoras. Analisando o contexto atual, pode-se observar que a maioria dos direitos civis conquistados não resulta apenas do poder público, mas também das lutas dos movimentos sociais existentes no país. Conceituar movimentos sociais e verificar como acontecem o surgimento, seus efeitos e causas constitui temas abordados neste pequeno relato.
Palavras chaves: Capitalismo, Movimentos Sociais, Ambientalismo.

ABSTRAT

The text approaches in a brief way the theme related to the movements partners, especially the environmentalist, that always had great prominence for his/her constant concern with the preservation of the environment starting from his/her appearance. Together with the media the movements environmentalists spread this preoccupying situation more and more and it tries to intervene potentially in a significant way in the organizations pollutant. Analyzing the current context, it can be observed that most of the conquered civil laws doesn't just result of the public power, but also of the fights of the existent social movements in the Parents. To consider social movements and to verify how the appearance happens will be themes approached in this small report.
Key words: Capitalism, Social Movements, Environmentalism.

A competição capitalista vem provocando nas empresas a busca desenfreada por resultados financeiros, no sentido de aumentar sua fatia no mercado, objetivando o lucro, a sobrevivência e a manutenção de sua competitividade. A globalização da economia e o acirramento da disputa competitiva mundial têm levado ao crescimento da escala de produção com a conseqüente busca da redução de custos. Esta situação não permite aos empresários a visão de que o custo ambiental deve ser considerado, pela sua importância à sobrevivência da humanidade, e uma das formas de agir seria o investimento efetivo nos aspectos que dizem respeito à responsabilidade social empresarial, visto que há muito tempo seu sentido vem sendo tratado como um bem comum à disposição de todos. O crescimento das atividades humanas, a quantidade e a velocidade com que as organizações retiram os recursos naturais têm levado ao desequilíbrio natural dos ecossistemas, necessários à sobrevivência de todos os seres vivos.

Nesta perspectiva, a extração de recursos operada nas empresas acaba devastando as comunidades naturais, e a humanidade enfrenta sérios problemas quanto à manutenção da diversidade biológica que serve para atender a própria humanidade, desde alimentos, remédios e produtos industriais. Diante disso indagamos: O que tem sido feito para minimizar ou retardar as conseqüenciais devastadoras em que caminha a humanidade?Os empresários se preocupam com essa realidade catastrófica?

Para ilustrar recorre-se ao Castells (1999) que analisa a quantidade de empresas, especialmente de grande porte, que são as responsáveis por grande emissão de poluentes. A grande maioria delas passou a incluir a questão do ambientalismo em sua agenda de relações públicas e também em seus novos e mais promissores mercados.

Apesar desta preocupação, percebe-se que a produção de bens de consumo por diversas indústrias não contabiliza os custos sociais e ecológicos. A concepção do sistema produtivo não tem levado em consideração os custos ambientais, ou seja, muitos recursos são simplesmente retirados da natureza sem apresentar outro meio de reposição. È lamentável que apenas as variáveis do sistema econômico sejam compensadas, fornecedores, clientes e etc, constituindo a visão unilateral do lucro empresarial. O que se observa é que ao final da produção as sobras são devolvidas ao meio ambiente, sem muitas vezes nenhuma preocupação com os efeitos negativos que iriam causar esses dejetos fora dos limites da empresa ao longo do tempo.

Vale ressaltar que além de ser o maior consumidor de recursos naturais o setor produtivo é também o maior responsável pela poluição, sendo o detentor de grande parte da riqueza gerada, possuindo também o maior volume de recursos e tecnologia, detendo inclusive grande parte deles. Faz-se necessário provocar nas empresas adoção de medidas pela responsabilidade do desenvolvimento sustentável nos locais onde atua, esta realidade tem preocupado a todos, principalmente os especialistas, que vêm chamando atenção para os problemas causados pelo setor produtivo de bens e serviços e seus efeitos negativos ao meio ambiente.

Para Castells (1999), a maioria dos nossos problemas ambientais mais elementares ainda persiste, uma vez que seu tratamento requer uma transformação nos meios de produção e de consumo, bem como: nossa organização social e nossas vidas pessoais. Por isso, a ênfase aos problemas que tratam da nossa existência está diretamente ligada à necessidade de mudança da ordem social que vem sendo apontada pela sede de lucro cada vez mais acelerada do sistema capitalista.

Em face de tudo isso surge às organizações imersas em um ambiente social que de certa forma contribuem para impor alguns determinantes, a exemplo da responsabilidade social que se constitui fruto de pressões que a sociedade tem colocado sobre as organizações empresariais para que estas redesenhem os modos de gestão exclusivamente embasados em critérios financeiros, passando a considerar, desta forma, elementos do campo social e ambiental. Mas seria apenas a sociedade civil organizada a responsável por estas pressões? Evidentemente que não, os demais segmentos políticos, culturais, econômicos devem se imbuir de preceitos que venham ajudar nesse processo em defesa de nossa sobrevivência. Entretanto, é salutar deixar clara a atuação edificante dos movimentos sociais, especialmente, os ambientalistas, destacados no mundo inteiro, como uma das mais crescentes organizações em defesa do social e da qualidade de vida do planeta.

Analisando o contexto atual, pode-se observar que a maioria dos direitos civis conquistados não resulta do poder público, mas também das lutas dos movimentos sociais existentes no País. Partindo deste principio, conceituar movimentos sociais é fundamental para compreensão de como eles surgiram. Para Castells (1999), movimentos sociais,

...são ações coletivas com um determinado propósito cujo resultado, tanto em caso de sucesso como de fracasso, transforma os valores e instituições da sociedade. E acrescenta que, do ponto de vista analítico, não existem movimentos sociais "bons" ou "maus", progressistas ou retrógrados, eles são os reflexos do que somos, caminhos da transformação, uma vez que a transformação pode levar a uma gama variada de paraísos, infernos ou de infernos paradisíacos. (Castells, 1999, p.20)

Entendendo movimento social como reflexo da produção coletiva, bem ou mal direcionada, sempre acarretará mudanças de hábitos, valores e costumes das instituições e da própria sociedade. O pior é não apontar para as possíveis mudanças que acreditam ser viáveis para a sociedade - pelo menos naquele determinado contexto.

É interessante observar o que Melucci (2001) coloca em relação ao aparecimento dos movimentos sociais, que eles se originam do surgimento de uma ação coletiva e está freqüentemente associado a uma situação de crise do sistema e em algum dos seus aspectos. Neste sentido a crise do meio ambiente fez surgir movimentos sociais em defesa das questões relacionadas a ele.

Quando se fala de um movimento social, refere-se geralmente, a um fenômeno coletivo que se apresenta como certa unidade externa, mas que no seu interior, contém significados, formas de ação, modos de organização muito diferenciados e que, frequentemente, investe uma parte importante das suas energias para manter unidas as diferenças. (Melucci, 2001, p.29)

Aqui se aborda a importância de aglomerar os diferentes interesses em prol de grandes causas, a consciência coletiva desses movimentos vem mantendo vivo e crescente o sentido de conscientização do homem em meio à necessidade de preservação da biodiversidade e nesse ínterim surgem os movimentos ambientalistas. Eles cumprem um importante papel no tocante a preservação e defesa da biodiversidade. Todas as suas atividades devem ter como referente a defesa de uma convivência harmoniosa e sustentável com o meio ambiente, rompendo com a lógica degradante e predatória que desequilibra os ecossistemas e que está intimamente ligada à prática capitalista. Tal mudança de consciência será possibilitada quando houver sido consolidada a conjunção de práticas ambientais responsáveis com a educação ambiental nas comunidades e nas empresas. Estes movimentos são baseados em comportamento coletivo que, tanto em seus discursos como em sua prática, visam corrigir formas destrutivas de relacionamento entre o homem e seu ambiente natural na direção de contrariar e modificar a lógica estrutural e institucional atualmente predominante.

Foi com o aumento das preocupações voltadas à preservação do meio ambiente e a biodiversidade, em todos os cantos da terra, que os movimentos ambientalistas ganharam ainda mais notoriedade. Castells (1999), ainda nos diz que se nos propusermos a avaliar os movimentos sociais por sua produtividade histórica, por seu impacto em valores culturais nas instituições da sociedade poderíamos afirmar que o movimento ambientalista do último quarto deste século conquistou uma posição de destaque no cenário da aventura humana. Mas, além disso, o que mais o projetou como destaque? Segundo Manuel Castells,

Entre os movimentos sociais surgidos a partir e contra a globalização, o ambientalista é o de maior destaque. O movimento posta-se contra a lógica econômica globalizante, que exaure o meio ambiente, e aproveita-se da "diversidade da sua composição e formas de manifestação em cada país e cultura" (CASTELLS, 1999. pg.142)

Castells (1999) ainda ressalta que boa parte do sucesso do movimento ambientalista deve-se ao fato de que, mais do que qualquer outra força social, ele tem demonstrado notável capacidade de adaptação às condições de comunicação e mobilizações apresentadas pelo novo paradigma tecnológico. Ele ainda registra outra realidade ao comentar sobre o sucesso mundial e local do movimento ambientalista, cita que o espaço concedido pelos meios de comunicação aos atos dos ecologistas é tanto "a ponto de existirem reclamações por parte dos políticos e das grandes corporações de que é a mídia, e não os ambientalistas, a grande responsável pela mobilização em torno da questão do meio ambiente".

Foi por meio da cobertura da mídia que o cidadão comum ficou sabendo dos malefícios causados pelo manejo equivocado de dejetos animais, dos perigos do efeito estufa ou do efeito dos aerossóis sobre a camada de ozônio.

Castells (1999) afirma que ao criar eventos que chamem a atenção da mídia, os ambientalistas conseguem transmitir sua mensagem a uma audiência bem maior do que as representadas por suas bases diretas. Além disso, a presença constante de temas ambientais na mídia dotou-lhes de uma legitimidade bem maior que a atribuída a outras causas, estas ações voltadas aos meios midiáticos torna-se evidente nos casos de movimentos ambientalistas globais como, por exemplo, o Greenpeace, cuja lógica está totalmente orientada a criação de eventos que mobilizem a opinião pública em torno de questões especificas no intuito de exercer pressão sobre o poder instituído, seja ele qual for. O Greenpeace que na atualidade é a maior organização ambiental do mundo, e provavelmente a principal responsável pela popularização das questões ambientais globais por meio de ações diretas, sem uso de violência, e orientadas a mídia.

Esse meio de comunicação de massa contribui para propagar as idéias dos ambientalistas e havendo de certa forma, uma obrigatoriamente de adesão aos encaminhamentos de defesa do planeta, possibilitando inserção de medidas públicas e conseqüentemente diretrizes normativas para as empresas que atuam nos espaços geográficos urbanizados.

Foi destaque aqui neste pequeno texto, o movimento ambientalista por se tratar de sua afinidade e aproximação com o projeto de pesquisa relacionado à Responsabilidade Social Empresarial, o qual trata essencialmente de analises das percepções, práticas e motivações dos empresários da construção civil no município de Aracaju frente às questões da RSE1.

Para concluir, pode-se dizer que é perceptível a influência dos movimentos sociais, neste caso o ambientalista, porque se percebe que algumas organizações estão dando visibilidade de que se tornaram conscientes da importância da defesa das questões ambientais, a ponto de transformar temas relacionados ao meio ambiente nas principais imagens veiculadas em suas propagandas e informe publicitários. Elas têm sido influenciadas pelo ambientalismo, buscando adaptar seus produtos e processos às novas leis, preferências e valores, não visando ao lucro meramente, mas objetivando também fortalecer a construção de um mundo melhor.

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1 RSE – Responsabilidade Social empresarial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Castells, Manuel, o poder da identidade. Tradução Klauss Brandini. Gerhardt, Editora Paz e Terra. São Paulo, 1999.

Melucci, Alberto, A invenção do presente: Movimentos sociais nas sociedades complexas. Tradução Maria do Carmo Alves do Bomfim, Editora vozes. Petrópolis, 2001.


Autor: leonardo nunes


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