OS MÉTODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E VARIÁVEL NA TOMADA DE DECISÃO



Edivana dos Santos Silva

Professor Orientador: Francisco Samuel Vilas Boas

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo apresentar os métodos de Custeio por Absorção e de Custeio Variável e sua importância na Contabilidade de Custos, desenvolvido e fundamentado em embasamentos teóricos e como cada um contribui para a tomada de decisão. Será apresentado também, um exemplo hipotético do uso desses supracitados métodos na prática, de modo que demonstre como os mesmos podem afetar a tomada de decisão desde o âmbito da administração até o chão de fábrica de acordo com as necessidades da empresa.

Palavras-chave: Contabilidade de Custos, métodos, administração, chão de fábrica.

Abstract

The present work has for objective to present the methods of Expenditure for Absorption and Changeable Expenditure and its importance in the Accounting of Costs, developed and based on theoretical basements and as each one contributes for the decision taking. It will also be presented, a hypothetical project of the use of these above-mentioned methods in the practical one, in way that demonstrates as the same ones can in accordance with affect the decision taking since the scope of the administration until the plant soil the necessities of the company.

Word-key: Accounting of Costs, methods, administration, soil of plant.

[1]

1 Introdução

A junção da era da globalização e do avanço tecnológico vem exigindo cada vez mais que as empresas se atualizem para atender a demanda do mercado. O mercado globalizado concorre com todo o mundo; os produtos precisam de qualidade superior, competitividade, uma boa imagem da empresa e uma das mais essenciais características é um preço baixo (um custo baixo) para conseguir consumidores e mantê-los. Dessa forma, o papel da Contabilidade de Custos torna-se imprescindível para o gerenciamento, controle, apropriação e a acumulação dos custos, sendo os custos a parte mais importante da Contabilidade. Suas especificações são de suma importância para várias tomadas de decisão em uma empresa. O método de Custeio por Absorção é usado por toda a população que se valem da contabilidade de custos como fonte de informações para planejamento e controle orçamentário, pois este determina o custo de cada unidade produzida e de seu total, apontando assim, os gastos produtivos, fixos e variáveis, gastos com mão-de-obra direta, indireta, água, energia elétrica, materiais diretos e indiretos, dentre outros. Porem, neste sistema, ainda é complicado distinguir custos e despesas. As despesas não são apropriadas diretamente para os produtos. O método de Custeio Variável permite apenas a classificação dos custos variáveis incorridos na produção do período. Este sistema é fundamentado na separação dos gastos em gastos fixos e variáveis, ou seja, gastos que oscilam de acordo com o volume de produção e/ou venda, e gastos que se mantém estáveis perante o volume de produção e/ou venda, oscilando até certos limites.

2 Metodologia

Este trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas, documentos eletrônicos e apostilas na aérea da Contabilidade de Custos. Cujo trabalho visa demonstrar como a Contabilidade de custos influencia decididamente, entre teorias já existentes e pratica voltada à aplicação dos métodos de custeio com o intuito de informar a importância do planejamento estratégico no âmbito das entidades como fator crucial para o controle, bem como a função dos gestores de tomar as melhores decisões. Para tanto, administrar, planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, são ferramentas importantíssimas para determinados objetivos. E para atingir esses objetivos, em primeiro lugar, eles devem ser traçados, ou seja, planejados. Inicialmente, trata-se o assunto de maneira bem abrangente, conceituando cada item referente ao tema abordado onde conhecemos a importância do planejamento estratégico

3 A Contabilidade de Custos

A Contabilidade de custos é a ramificação ou parte da contabilidade, que aplicando os princípios fundamentais de contabilidade, registra, interpreta, acumula, planeja, analisa e fornece dados necessários para a tomada de decisão, tanto nos aspectos qualitativos, quanto nos aspectos quantitativos próprios dos ciclos operacionais internos, na transformação de bens e serviços nos diversos níveis hierárquicos dentro da entidade. A Contabilidade de custos tem por finalidade a apuração dos custos, avaliação dos estoques, apuração dos resultados num determinado período, e através de suas técnicas e métodos específicos o fornecimento de informações necessárias para controlar e decidir.

4 O Sistema de Contabilidade de Custos

Entendemos por sistema um conjunto de normas, fluxos, papéis, rotinas e principalmente pessoas. Este sistema reflete numa união de dados em diversos pontos, que resulta no processo de elaboração das informações. O sistema de custeio não é diferente e depende em primeiro lugar das pessoas, não de números, papeis e rotina exatamente, apesar de serem necessários, cada um tem seu lugar e qualidade específicos. Os problemas mais notáveis em um sistema de custeio são percebidos de acordo com a falta de qualificação e competência do pessoal envolvido nas fases iniciais do processamento, devido evolução da informática, tecnologia e mutações ocorridas nos produtos custeados e demandados no mercado. É preciso analisar o nível de formação do pessoal e disponibilizar um treinamento adequado para o desempenho de cada função para que as informações captadas sejam corretas para a tomada de decisão.

Um sistema de contabilidade de custos é a organização sistematizada de informações relativas aos custos de uma empresa, compreendendo uma fase de apuração (levantamento dos custos), uma de análise (tabulação, aferição e comparação dos custos) e outra de divulgação (informação sobre os custos).

Deve ser organizado corretamente, para que seja estabelecido um sistema de informações gerenciais, auxiliando o processo de controle de inventário e de tomada de decisões, bem como o planejamento e controle das atividades empresariais.

"O termo sistema é aqui empregado para definir o conjunto de componentes administrativos, de registros, de fluxos, de procedimentos e de critérios que agem e interagem de modo coordenado para atingir determinado objetivo, que, no caso, é o custeio da produção e do produto". (LEONE, George Guerra. Custos. Planejamento, Implantação e Controle)

5 O Método de Custeio por Absorção

Existem vários métodos para a apropriação de custos, todos são úteis e importantes para uma companhia. Para iniciar, no método de custeio por absorção, é preciso entender a separação entre custos e despesas. Os gastos relativos ao processo de produção são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são despesas. Porém, na prática, ocorre uma série de problemas por não ser possível a separação de forma clara e objetiva. Por exemplo, é comum encontrarmos uma única administração, sem a separação da que realmente pertence à fábrica; surge assim, a prática de se ratear o gasto geral da administração, parte para despesa e parte para custo, rateio esse sempre arbitrário, já que não há possibilidade prática de uma divisão científica. Normalmente, a divisão é feita em função da proporcionalidade entre número de pessoas na fábrica, ou com base nos demais gastos, ou simplesmente em porcentagens fixadas pela diretoria.

A diferença principal no Custeio por Absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento. Os custos relativos aos produtos em preparação e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos estarão ativados nos estoques destes produtos. Ao considerarmos as despesas operacionais como componentes do custo pode afetar a tomada de decisão. Daí a importância de averiguar: como a utilização do método de Custeio por Absorção ou do Custeio Pleno pode afetar a tomada de decisão de uma empresa. O método de Custeio Pleno é também adotado fora do Brasil, o mais conhecido e amplamente estudado é o RKW ( Richskuratorium fiir Wirstschaflicheit) é uma técnica alemã que consiste no rateio dos custos de produção e também todas as despesas da emprega inclusive para financeiro e administrativo, rateado para todos os produtos fabricados. Com esse rateio é possível abranger a todos os gastos no processo empresarial e de obtenção da receita e adicionar o lucro desejado e fixar o preço de venda final, outra forma de fixar preço de venda, demonstrar o lucro desejado para o período com valor global e então procede ao rateio em função de algumas bases de alocação, custos mais despesas. Tal instituto no início do século xx atribuiu às empresas alemãs um método para o cálculo de todos os seus custos, numa época em que a economia alemã era totalmente centralizada e até o lucro era fixado pelo governo, em virtude do momento histórico e da condição econômica periclitante da sua economia naquele período.

6 O Custeio Pleno

É um método que consiste na apuração total dos custos e despesas de uma empresa, com vista à obtenção de um custo total do produto, mercadoria, ou serviço. É fácil a visualização de onde começam os custos de produção, mas nem sempre é da mesma maneira simples a verificação de onde eles terminam. A regra é simples, bastando definir-se o momento em que o produto está pronto para a venda. Até aí todos os gastos são custos. A partir desse momento, são despesas.

Por exemplo, os gastos com embalagens podem tanto estar numa categoria como noutra, dependendo de sua aplicação; quando um produto é colocado para venda tanto a granel quanto em pequenas quantidades, seu custo terminou quando do término de sua produção. Como a embalagem só é aplicada após a venda, deve ser tratada como despesa. Isso implica a contabilização do estoque de produtos acabados sem embalagem, e esta é ativada num estoque à parte.

Se, por outro lado, os produtos já são colocados à venda embalados de forma diferente, então seu custo total inclui o do seu acondicionamento, ficando ativados por este montante. Inúmeras vezes ocorrem o uso de instalações, equipamentos e mão-de-obra da produção para elaboração de bens ou execução de serviços não destinados à venda. São exemplos disso os serviços de manutenção do prédio, reforma e pintura de equipamentos não-fabris etc., com uso do pessoal da manutenção da fábrica. Também a produção de máquinas ou dispositivos e moldes para a produção de outros bens ou uso próprio da empresa encontram-se nesse problema.

Se a empresa faz uso do seu Departamento de Manutenção para também fazer reparos em máquinas do Departamento de Contabilidade, por exemplo, ou se usa pessoal ocioso da produção para ampliar as instalações do seu Departamento de Vendas, não pode incluir esses gastos nos custos dos produtos desse período. Deve ser feito um apontamento de mão-de-obra e dos materiais utilizados, e esse montante será tratado como despesa ou imobilização, dependendo do que tiver sido realizado. Além disso, também uma parte deverá ser adicionada ao serviço realizado, dentro dos mesmos critérios em que se basearia a empresa caso um produto tivesse sido fabricado.

Neste exemplo de Custo por Absorção são apresentados vários custos e despesas da empresa num determinado período:

Comissões de Vendedores........................................

40.000,00

Salários de Fábrica.................................................

60.000,00

Matéria-prima consumida.......................................

175.000,00

Salários da Administração......................................

45.000,00

Depreciação na Fábrica..........................................

30.000,00

Seguros da Fábrica..................................................

5.000,00

Despesas Financeiras..............................................

25.000,00

Honorários da Diretoria..........................................

20.000,00

Materiais Diversos – Fábrica..................................

7.500,00

Energia Elétrica – Fábrica......................................

42.500,00

Manutenção – Fábrica............................................

35.000,00

Despesas de Entrega................................................

22.500,00

Correios, Telefone e Telex.......................................

2.500,00

Material de Consumo – Escritório...........................

2.500,00

Total gastos / janeiro...............................................

512.500,00

O primeiro passo importante é separar custos e despesas como mencionado anteriormente.

6.1 Os CustosSão valores dos bens e/ou serviços consumidos eficientemente na produção de outros bens e/ou serviços para transformar um ativo noutro ativo. É aquilo que deveria ter sido gasto.

Mão-de-obra Direta..................................................

45.000,00

Mão-de-obra Indireta................................................

15.000,00

Matéria-prima consumida.........................................

175.000,00

Depreciação na Fábrica............................................

30.000,00

Seguros da Fábrica....................................................

5.000,00

Materiais Diversos – Fábrica....................................

7.500,00

Energia Elétrica – Fábrica.........................................

42.500,00

Manutenção – Fábrica..............................................

35.000,00

Total ........................................................................

355.000,00

6.2 As Despesas: São os esforços realizados pela empresa para a geração de receitas, isso ocorre, comumente com o consumo de ativos, ou com o desaparecimento de passivos.

Salários da Administração.........................................

45.000,00

Honorários da Diretoria............................................

20.000,00

Correios, Telefone e Telex.........................................

2.500,00

Material de Consumo – Escritório.............................

2.500,00

Comissões de Vendedores..........................................

40.000,00

Frete de Entrega........................................................

22.500,00

Seguro sobre Vendas..................................................

25.000,00

Total.........................................................................

157.500,00

Obs: A energia elétrica possui uma particularidade entre os componentes do CIF. Uma vez que parte dela é apropriada diretamente aos produtos por serem consideradas custo fixo.

Quanto às vantagens e limitações do Custeio Pleno, definem alguns autores que em termo de vantagens: O método de Custeio Pleno pode ser útil na cotação da lucratividade dos produtos e em decisões correspondentes aos preços de venda.Uma aplicação proveitosa do Custeio Pleno pode está na defesa dos preços, e não apenas na fixação dos mesmos.

De acordo com Backer e Jacobson (1973, p. 214), "a principal vantagem do Custeio Pleno é que ele assegura a recuperação total dos custos e das despesas, e a abstenção de uma margem planejada de lucros".

Em se tratando das limitações: A limitação do Custeio Pleno consiste no emprego do conceito de custo unitário do produto - também utilizado no Custeio por Absorção em que os custos fixos e as despesas são agregados aos produtos sem estarem diretamente ligados a eles.Assim, esses custos unitários variam de acordo com o volume produzido, o que na maioria das vezes é ilógico. No caso de uma empresa que fabrique mais de um produto, por exemplo, o custo unitário de um produto pode variar em função do volume de produção de outro produto, o que provoca sérias distorções nos estoques da empresa.

7 O Método do Custeio Variável

Como mencionado no item anterior, este método consiste na segregação de gastos variáveis e gastos fixos variáveis, conforme os níveis de produção. Conseqüentemente, são considerados para efeito da demonstração do resultado do exercício, todos os gastos variáveis operacionais, tais como: matérias primas, materiais secundários, materiais de revenda, e produtos consumidos na produção de bens e serviços ou despesas variáveis sobre o produto vendido, por exemplo, ISS, PIS, COFINS, ICMS, etc., ao consideradas ainda, outras despesas para vendas, como salários, comissões, etc.

8 Classificação dos Custos e Despesas

Os custos e as despesas são classificados de acordo o método adotado pela empresa para o controle da unidade. Assim são classificados; para a utilização do método direto em fixos e variáveis e para a utilização do método de absorção, custos diretos e indiretos.

8.1 Custos Fixos

São aqueles que se mantêm constantes, independentemente do volume de produção, dentro de determinada capacidade instalada, independente da quantidade produzida, ou seja, uma alteração no volume de produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo. Exemplo: salário da diretoria, aluguel do galpão, etc.

8.2 Custos Variáveis

São custos que variam conforme o objeto de custeio ou se modificam em função da variação do volume ou atividades das operações, ou seja, da variação na quantidade produzida no período. Este aumenta de acordo com o volume de produção no período. Se o custo aumenta à medida que cresce o volume, é um custo variável, pois a variação é direta em relação ao volume de produção ou serviço. Do mesmo modo despesas variáveis são aquelas que também variam proporcionalmente às variações no volume das receitas. Exemplos: impostos sobre faturamento, comissões sobre venda e serviços.

8.3 Custos Diretos

São aqueles que podem ser identificados e diretamente apropriados a cada tipo de bem ou objeto a ser custeado, no momento de sua ocorrência, ou seja, podem ser atribuídos (ou identificados) direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Não necessita de rateios para ser atribuído ao objeto custeado. Tanto os custos, quanto as despesas diretas constituem os elementos de custos individualizados ao produto, como a matéria-prima, a mão-de-obra direta e a embalagem (quando componente do produto acabado), na área industrial e o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços e o Imposto de Produtos Industrializados e o Imposto sobre Serviços, bem como Comissões sobre Vendas, na área comercial, constituem exemplos de custos e despesas diretos.

8.4 Custos Indiretos

São aqueles que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. São aqueles apropriados aos portadores finais mediante o emprego de técnicas que só obedecem parcialmente o princípio da causação.Por tanto é necessário taxas de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado.

9 Conclusão

Ao findar esta tarefa, podemos observar que adquirimos um conhecimento mais amplo sobre a área de contabilidade de custos. Igualmente ficou mais claro que controlar a produção é um fator estratégico dentro das empresas, no entanto depende da qualidade e conhecimento da gestão, do sistema de custeio e tecnologia interligado a todo sistema da empresa, a fim de atingir determinados objetivos.

O controle e apropriação dos custos não só são importantes para a entidade, com indispensáveis, pois todas as decisões deverão ser tomadas a partir das informações corretas captadas através deste sistema, devendo todos os dados serem aproveitados para a analise de dados e números favoráveis na contabilização, quanto mais se tratando de industria de manufatura (produção e serviços).

REFERÊNCIAS

VANDERBECK, Edward J. - NAGY, Charles F. Contabilidade de Custos - ed 11. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.

LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: Planejamento, Implantação e Controle -ed.3. São Paulo: Atlas, 2000.

MARTINS, Elisue. Contabilidade de Custos- ed.8. São Paulo: Atlas, 2001.

http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/34042741.html>23 nov 2008 as 10:34:26 h >

"Apostilas – Introdução à Contabilidade de Custos e Sistema de Custeio" Prof. Vilas Boas, Francisco Samuel, Semestre III - Bimestre I. 2008.2.



Autor: EDIVANA SILVA


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