Tempo Ocioso: Utopia ou Solução para as Organizações?



Quem tem tempo hoje para interesses pessoais em horário de trabalho? Acessar internet, ler os e-mails ou mesmo novas notícias, ler um bom livro, conversar ao telefone ou mesmo, não fazer nada!

Raras são as situações em que hoje, esse precioso bem: “o tempo”, pode ser usufruído por aqueles que, amontoados de tarefas se encontram, dentro das organizações. Mais raro ainda, quando são incentivadas pelas próprias organizações com vistas à criarem situações propícias à criatividade.

O fato é que o dito: “tempo ocioso” a que me refiro, é o tempo utilizado pelo funcionário em alguma atividade, mas que não se trata de sua produção profissional direta, subordinada e previamente determinada. Há mais sinônimos negativos relativos ao “ócio”, do que positivos nos dicionários. Domenico De Masi, é um dos criativos pensadores que enxerga o ócio criativo, e nos convida a enxergar o seu lado positivo.

E neste quesito, há organizações de países desenvolvidos, que vêm trabalhando justamente em criar situações distintas da produção profissional, com atividades que estimulam situações diversas, que vêm colaborando na expansão cultural de seus funcionários e aumentando a qualidade de vida nas organizações.

Na Alemanha, há indústrias que não desenvolvem atividades costumeiras de sua produção nas sextas-feiras, e organizam atividades culturais, proporcionando oportunidades de interação entre os funcionários, além de descontração no ambiente de trabalho.

No Japão, há empresas investindo em “vale-diversão”, que devem ser utilizados em museus, cinemas ou salões de arte, obrigando seus funcionários à visitarem permanentemente lugares culturais, contribuindo na expansão cultural.

O fato é que essas empresas têm relatado resultados positivos e essa tendência de investir na cultura e no desenvolvimento do conhecimento dentro das organizações têm aumentado.

É importante apagar a visão histórica negativa da palavra TRABALHO, impregnada de culpa e punição na passagem bíblica de Adão e Eva, condenados ao trabalho, quando expulsos do paraíso, ou mesmo do eco inconsciente de sua origem em Roma, através do instrumento de tortura aos escravos não submissos: o “Trepalium”.

Assim sendo, vejo a importância da descoberta do lado positivo da palavra ÓCIO, e da CRIATIVIDADE em criar oportunidades de aprendizado sobre como utilizá-lo e aprender com ele. Nessa busca, trazer a ociosidade trabalhada e aprendida ao ambiente laboral, além de desenvolver a visão administrativa do próprio tempo, estimula a criatividade à coisas até então inimagináveis.

A pergunta é: Será que há tempo ocioso quando se investe na cultura dentro de uma organização?
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Marcio Luis Felix de Souza de Faria é aluno de MBA em Gestão Estratégica de Negócios na UNISO - Universidade de Sorocaba.
Autor: Marcio Luis Felix de Souza de Faria


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