O ensino de filosofia e e as Tecnologia de informação e Comunicação



FILOSOFIA E AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
Cumpre primeiramente explicitar o que são as TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO porque da filosofia estamos falando já há algum tempo. Essa sigla é comum para professores de ensino médio, pelo menos é para os professores da rede pública do Estado de Mato Grosso. São as Tecnologias de Informação e Conhecimento e consiste em uma tentativa de utilizar da tecnologia que se tem disponível para aprimorar o conhecimento tanto dos alunos como dos educadores.
É muito comum nas escolas da rede pública a presença de televisores, retro-projetores, dvd´s, computadores, data show, aparelhos de som entre outros. A ideia é utilizar esses recursos para dar aulas diferenciadas, utilizando-se de outras formas de linguagens que não somente a escrita, mas também a linguagem musical, imagens, - diz o adágio popular que uma imagem vale mais que mil palavras -, filmes como maneira que de enriquecer, ilustrar e ampliar a abordagem e as possibilidades de interpretação feita pelo professor e os alunos acerca de determinado conteúdo.
Permita-me neste momento fazer uma pequena digressão sobre uma das tecnologias de informação mais popular e difundida, mas que infelizmente em termos de educação está longe de ser um aliado, mas constitui-se ? pelo menos até o momento - em um fortíssimo obstáculo, como já frisei anteriormente: não obstante sua facilidade de aquisição, o celular é um aparelho de uso individual e restrito, tecnicamente inviável para uso coletivo e ainda não vislumbrei possibilidade de utilizá-lo de forma efetiva e eficaz na promoção da educação. Uma das primeiras barreiras para isso é o fato de que o celular tem custos consideráveis, e não vejo forma de compartilhar redes de celulares como se faz com redes de computadores: lan, man, e wan . O celular também não tem capacidade para suportar os mesmos formatos de textos e arquivos que o computador, muito embora seja possível enviar mensagens massificadas, ainda assim, em minha opinião, ele deixa a desejar em se tratando de questões ligadas a área educacional. Quem sabe no futuro o celular deixe de ser o vilão das salas de aulas e se torne, melhor dizendo, seja constituído em um aliado do professor tanto na sala de aula quanto fora dela na promoção do aprendizado.
Terminado a digressão voltemos as TIC´s tradicionais e de uso mais comum entre os educadores, ressaltando que esses aparatos tecnológicos disponíveis na escola nem sempre é utilizado como deveria ser e com freqüência mais regular por conta da indisposição e falta de treinamento de alguns educadores sobre o manuseio dos equipamentos. Computadores, televisores, dvd´s e data show requerem uma certa habilidade para por em funcionamento e não são poucos os fiascos de educadores tentam passam um filme ou projeção do PC via datashow e acaba em nada.
Em relação à disciplina de filosofia que é o meu foco principal as possibilidades do uso das TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO são exponenciais. É possível utilizar em única aula vários equipamentos, passar exibir um filme, uma projeção em Power point ou ouvir uma música como tema gerador ou apenas fomentador do debate. Exemplos e sugestões é que não faltam, vejamos: para falar de Platão e expor o Mito da caverna é possível fazer a junção de textos escritos, HQ´s e cinema. Para isso é possível expor o texto em seus aspectos mais representativos e como forma de auxiliar o entendimento dos alunos passar as projeções da HQs criado por Mauricio de Sousa sobre o Mito da caverna e em seguida o sucesso estrondoso do cinema, a produção dos irmãos Wachowski, Matrix, apenas 35 minutos do primeiro episodio da trilogia.
A primeira tarefa consiste em apresentar o texto escrito como estímulo a leitura filosófica que é um importante instrumento de formação e emancipação dos alunos, o manuseio dos textos, textos clássicos, é uma das maiores causas de estranhamento do aluno de nível médioem relação a disciplina de filosofia, acostumados a linguagem das imagens o texto causa um impacto considerável sobre eles, tanto pela forma quanto pelo conteúdo. As palavras utilizadas pelo autor, no caso aqui Platão e o fragmento da República, são estranhas para os alunos, visto que algumas delas estão em desuso.
O desafio aqui é unificar a linguagem do texto, da HQs e do cinema em torno de um tema que é a aparência. Platão demonstra no texto que a realidade está além daqueles que estão acorrentados em uma caverna, estes só vêem sombras projetadas na parede, Mauricio de Sousa demonstra de forma singela e bem humorada como se dá esse processo e ainda contextualiza o tema, Matrix traz duas realidades paralelas: daqueles que vivem pensando que estão vivendo, mas na realidade estão em grandes incubadoras das quais nunca saíram e provavelmente nunca sairão e mais ainda, é possível que tais pessoas jamais venham a saber que vivem em tal estado.
É a realidade versus aparência em três instâncias: a do texto, da HQs e do cinema. O data show é um forte aliado do professor de filosofia proporcionando-lhes a possibilidades de agregar informações, importantíssimos detalhes visuais que tanto pode enriquecer uma exposição quanto esclarecer uma explicação sempre difícil, em se tratando de conteúdo filosófico. Mas o data show é apenas um periférico do computador é preciso primeiro saber lidar com PC e depois usar o recurso correto para a produção do material que será disponibilizado para o aluno, no caso saber criar apresentações em Power point, escanear imagens, entre outras tarefas que não são tão simples para a maioria dos educadores.
Passar um filme requer algumas habilidades especificas. Primeiro envolve a escolha do filme que não pode ferir protocolos. Não importa o que os adolescentes assistem em casa, na escola ele só é permitido ao professor passar filmes adequados para a faixa etária do aluno, é imprescindível que se respeite a fase da vida em que o aluno se encontra, daí o cuidado que envolve a escolha da película a assistir. Passado o primeiro cuidado é importante deixar claro para os alunos o que se pretende com o filme para o evitar comentários dos alunos e dos colegas educadores que dizem que quando não há nada para fazer "passa um filme", ou seja, se objetivo não estiver bem delineado o filme soa como uma embromação.
Mas mesmo os inocentes televisores e DVD requer cuidados prévios: é bom verificar de antemão como funcionam, tevês novas tem muitos recursos e a gente acaba se perdendo. Tudo certo e com filme rodando há a riquezas das imagens, cenas bem produzidas, a música que comove, a surpresa, o riso e a emoção que aflora, o filme é a junção de vários recurso e um só: a fala, a imagem, a música, as expressões que visuais das imagens que tem um forte apelo junto aos jovens, com certeza dá mais opções de compreensão para o texto, esse monólito bruto e impenetrável de letras.
Mas o que quero ressaltar é a possibilidade do uso das mídias digitais denominadas TIC´s na promoção dos objetivos educacionais, mais especificamente nas aulas de filosofia no ensino médio. televisão, DVD datashow e PC sem necessidade de acesso a internet, pois com este canal as possibilidades são outras e muito boas, diga-se de passagem.
É importante também não se esquecer que esses recursos são bons, mas como usá-los? Em que formato devem aparecer os textos? Se apenas levar os alunos para o laboratório de informática da escola é garantia de aula diferenciada? Será que o Power Point deve substituir o quadro negro? E se substituir, fará isso melhor ou pior que o que o giz e quadro negro? Além de questões metodológicas há também implicações pedagógicas e de outros matizes que não se pode deixar de levar em consideração, Moraes (2002 p.3) coloca com clareza um desses problemas ao questionar
Como educar para uma sociedade do conhecimento que requer sujeitos autônomos, críticos, criativos, eternamente aprendentes, usando técnicas e metodologias epistemologicamente equivocadas e cientificamente defasadas? Como levar o indivíduo a aprender a aprender, a aprender a pensar e a viver/conviver como cidadãos planetários, se trabalhamos com modelos pedagógicos inadequados nos ambientes educacionais?

Usar mídias digitais requer um formato que seja compatível com a sala de aula, afinal de conta continua sendo aula, não obstante os recursos adicionais utilizados para torná-la melhor ou menos mal. Os textos devem aparecer em formatos simples escritos ou falados aliados a imagens como temos bom exemplo no documentário de Jorge Furtado "Ilha das Flores" que fazendo da Linguagem ele acrescenta informações pertinentes a várias disciplinas.
Deve-se também tomar cuidado quando a aula for feita no laboratório e mais cuidado ainda se for com acesso a internet, visto que o aluno pode aproveitar o momento e em vez de abrir o conteúdo indicado pelo professor abrir apenas aquilo que lhe interessa e com agravante de ser algo inadequado para sua faixa etária.
E na minha opinião o power point substitui com ganhos extraordinários o quadro negro e giz, pois esse programa aliado ao datashow aumenta exponencialmente a qualidade da informação que se quer transmitir com mais agilidade, mais cores, e facilidade para o docente.
É claro que isso não é de forma alguma algo que só vem auxiliar e não apresenta risco algum para docência, pois com auxilio das TIC´s um professor apena consegue dar aulas para uma quantidade enorme de pessoas gerando com isso a perda de postos de trabalho. Assim como a automação da indústria proporcionou qualidade de vida, menos riscos para os trabalhadores, mais rendimentos, e a relação custo beneficio foi extremamente favorável para o proprietário, ao mesmo tempo em que gerou uma massa de desempregado que funciona como mão de obra excedente que pressiona os salários para baixo, as TIC´s pode causar o mesmo efeito entre os docentes, para exemplificar isso basta pensar nas EAD´s onde um tutor utilizando-se da internet e vídeo conferencia acompanha alunos de várias localidades sem precisar sair de sua cidade ou mesmo de sua casa.
Não obstante as complicações de várias ordens que as TIC´s podem apresentar ela é, indubitavelmente, um aliado valiosíssimo do docente, e digo do docente em filosofia na escola de ensino médio, ampliando sua possibilidade de exposição do conteúdo, auxiliando na compreensão dos textos com recursos a charges, cartuns, filmes, músicas entre outros.

Autor: Irzair Ciro Correa


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