REFLETINDO ACERCA DA COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL DO PACIENTE DURANTE A CONSULTA DE ENFERMAGEM



REFLETINDO ACERCA DA COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL DO PACIENTE DURANTE A CONSULTA DE ENFERMAGEM

Alzenira maria de Jesus Silva Araújo

RESUMO

A comunicação não-verbal é fundamental durante a consulta de enfermagem em termos de humanização. Nesse sentido, a comunicação não-verbal desponta como um instrumento essencial na assistência à saúde. Então, o objetivo deste estudo é refletir sobre a importância da comunicação não-verbal dos pacientes durante a consulta de enfermagem. As fontes de análise constituíram-se de livros, periódicos, artigos científicos, teses e dissertações, consultadas no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que incluiu os sites de busca científica: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online), BDENF (Base de Dados de Enfermagem) e MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde). Na realização do presente artigo, considerou-se que não se pode deixar de considerar a importância da comunicação, como forma de linguagem e meio de expressão privilegiados. Sua importância é tal que propicia, em termos de aquisição de informações sobre o paciente, uma riqueza imensa e imprescindível. Ao se captar informações a partir da comunicação verbal, põem-se em atividade o raciocínio, a compreensão e o conhecimento. a comunicação não-verbal mostrar os reflexos involuntários, os nossos sentimentos mais profundos, enfim, o que há sob a superfície da linguagem. Assim, não se pode pensar unicamente nas palavras transmitidas, soltas, mas numa comunicação global, holística.


Palavras-chave: Comunicação; Comunicação não-verbal; Enfermagem; consulta de enfermagem.


1 - INTRODUÇÃO

A comunicação é um instrumento essencial na relação entre o profissional de saúde e o paciente. Através dela, tanto o profissional quanto o paciente tem a possibilidade de se fazer entender, de informar, de transmitir, de confortar e de ser confortado. Conforme afirma Kovács (2006), o que nos caracteriza como seres humanos é a capacidade de dizer sobre nós e a capacidade de ouvir, ouvir a nós mesmos e ouvir aos outros. Freire afirma:
[?] o mundo social e humano, não existiria como tal, se não fosse um mundo de comunicabilidade, fora do qual é impossível darse o conhecimento humano. A intersubjectividade ou a intercomunicação é a característica primordial deste mundo cultural e histórico. (FREIRE, 1988, 65)
O homem vaise descobrindo, na relação com os outros. Mas há muitas dificuldades no autoconhecimento, ninguém vê, exactamente, todas as dimensões da sua personalidade." (Estanqueiro, 2005)
Segundo Silva (2006), a capacidade de ouvir e compreender o outro, para que haja uma boa comunicação e interação entre as pessoas, não inclui somente a linguagem verbal, mas também os movimentos do corpo conhecido como comunicação não-verbal. De acordo com Montagu (1998), o toque desenvolve vantagens evidentes em termos de saúde física e mental. Tocar alguém com a intenção de que essa pessoa se sinta melhor, por si só já é terapêutico. Portanto, o ato de tocar alguém é confortável e faz parte do cuidado emocional.
No processo de cuidar, a comunicação está inteiramente inserida nas consultas de enfermagem, cabendo especialmente ao enfermeiro interpretar, desvendar e entender o significado das mensagens manifestadas pelos pacientes, o que possibilita instituir um plano de cuidados apropriado e coerente com as suas necessidades. É importante levar em consideração o seguinte comentário de Cianciarullo ao aofirmar que:
[?] geralmente não temos consciência de nossa comunicação não verbal. Se conseguimos ter consciência daquilo que falamos, muito mais difícil é estarmos conscientes, por exemplo, de nossa expressão facial. (CIANCIARULLO, 1996, 23)
Nos últimos anos, vários estudos foram publicados na literatura de enfermagem mostrando a importância da comunicação entre paciente e equipe, sendo a maioria dessas pesquisas são relacionada a comunicação não-verbal dos pacientes internados em UTI e equipe de trabalho. Percebe-se que a formação universitária, mesmo com seus estágios e experiências, não é o suficiente para sanar todas as lacunas, mas, ao contrário, restam ainda algumas que merecem ênfase para investigação. Dentre elas, a dificuldade dos profissionais em identificar o que o paciente quer transmitir através de sinais mesmo se comunicando verbalmente.
Durante a consulta de enfermagem, às vezes, a postura, os gestos, a forma de olhar, o tom de voz nos diz muito mais do que as palavras. Sem dúvida torna-se indispensável conhecer a visão dos enfermeiros acerca da comunicação não-verbal durante a consulta de enfermagem. A razão disso é justamente o fato de a comunicação não verbal poder confirmar ou negar a mensagem primeiramente transmitida através da comunicação verbal, além disso, sendo expressa pelas palavras ou não, a comunicação não verbal sempre está presente, conforme comenta Travelbee:
É possível comunicar-se de maneira não verbal sem utilizar a mensagem verbal, entretanto, é pouco provável que um indivíduo possa comunicar-se verbalmente sem utilizar mensagens não verbais. (TRAVELBEE, 1979, 34)
Em vista disso, fica evidente a importância de o enfermeiro ser capaz de perceber essas diferentes formas comportamentais, valorizando toda a forma de expressão verbal e não-verbal, para aprimorar a comunicação e delinear um atendimento mais direcionado. Entretanto, "boa comunicação não se resume a aprender algumas técnicas ou gestos. É um processo de reflexão e amadurecimento pessoal" (KOVÁCS, 2006, p. 86). É necessário superar os limites do ouvir e do falar, e entrar no corpo e na história do paciente na tentativa compreender além daquilo que ele necessita e do que não consegue colocar em palavras.
Ao compreender como o paciente se expressa, o próprio retorno assistencial do enfermeiro se dará de forma mais holística; tendo em vista que, muitas vezes, na perspectiva de realizar uma consulta formal, o profissional acaba tratando apenas a doença ou a parte doente, esquecendo-se do paciente como um ser humano constituído de parte física, emocional e espiritual.
A partir desses fatos pode-se inferir que cada indivíduo expressa seus sentimentos e se comunica de acordo com seu jeito de ser, suas vivências e sua maturidade; sendo que alguns encontram maior facilidade para isso, conseguindo verbalizar e expor sentimentos, enquanto outros são mais resistentes, utilizando-se de outros instrumentos comunicativos como o silêncio ou uma determinada postura corporal.
O papel do enfermeiro no reconhecimento e na valorização da linguagem não-verbal pela qual o paciente se expressa é determinante para estabelecer um plano de cuidados eficiente para a sua recuperação. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é refletir sobre a importância da comunicação não-verbal dos pacientes durante a consulta de enfermagem.


2 - DESENVOLVIMENTO

1 Comunicação na enfermagem

A comunicação é a parte do tratamento do paciente e ficar conversando com ele, muitas vezes, é o próprio remédio. (Rebecca Bebb)

A comunicação verbal é a base da comunicação diária, por meio da qual desenvolvemos a capacidade de atribuir o sentido das coisas que não são ditas de forma clara. O desenvolvimento dos mecanismos de comunicação pelos profissionais de saúde é fundamental para o desempenho de suas funções, bem como melhora a interação entre os sujeitos envolvidos na assistência à saúde (DOBRO; SOUSA e FONSECA, 1998).
A enfermeira utiliza vários instrumentos e um deles é a comunicação, que serve para aumentar sua capacidade de identificar mensagens explícitas ou implícitas do paciente (SILVA, et al 2000). Conforme comenta Isabel Amélia Costa Mendes:
[...] a enfermagem é basicamente um processo de interação humana e a comunicação é parte central nesse processo, constituindo-se um dos instrumentos mais significativos no agir do enfermeiro." (MENDES, 1994, 31)
A comunicação é utilizada no cotidiano profissional de uma enfermeira para o comprimento de suas diversas atividades relacionadas ao paciente, bem como para a manutenção de uma boa interação com a equipe profissional. Por isso, é grande a importância de desenvolver a habilidade de comunicação para facilitar a assistência prestada pela enfermagem (STEFANELLI,1993).
Vários estudos tem despertado interesses sobre a comunicação não-verbal, desencadeando a busca por maior conhecimento sobre o processo de comunicação. A credibilidade do que comunicamos é influenciada 7% pelas palavras que dizemos, 38% pelo tom de voz e 55% pela linguagem corporal (PAZIN FILHO, 2007).
Na situação de auxílio à saúde do outro, a comunicação verbal e a não-verbal devem ser propícias, eficazes e terapêuticas. Comunicação terapêutica é a capacidade do profissional de aplicar seu conhecimento sobre comunicação para dar assistência ao paciente, a fim de que ele possa enfrentar seus problemas, convier com os outros, adaptar-se ao que não pode ser modificado e superar os bloqueios à auto-realização (STEFANELLI, 1993).
Para Araújo, Silva e Puggina (2007), a comunicação, por ser uma necessidade básica do ser humano, determina e efetua o atendimento da área expressiva de assistência ao paciente, sendo denominador comum de todas as ações dos profissionais de saúde. Portanto, a comunicação não é apenas mais um instrumento básico para o relacionamento terapêutico, mas também deve ser considerada competência ou capacidade interpessoal. E essa competência é essencial para o enfermeiro, independente da área em que atue, pois ela permite atender às necessidades do paciente em todas as suas dimensões.
Para Silva (2006), a comunicação adequada é aquela que tenta diminuir conflitos, mal entendidos e atingir objetivos para resolver os problemas detectados na interação com os pacientes. Os enfermeiros, no seu cotidiano, utilizam a comunicação para o desempenho de suas diversas atividades relacionado com o paciente. Por isso, desenvolver habilidade de comunicação facilita que sejam alcançados os objetivos da assistência de enfermagem (STEFANELLI,1993). Reforçando essa ideia, Isabel Amélia Costa Mendes declara: "
[?] não há dúvida de que a assistência de enfermagem será tanto mais eficiente no provimento do bem-estar nos pacientes quanto mais perfeitos forem seus recursos de comunicação." (MENDES, 1994, 41)
Conforme afirma Stefanelli (1993), os profissionais de saúde, preocupados com o ser humano, procuram desenvolver meios, instrumentos, técnicas, habilidades, capacidade e competência para oferecer ao paciente a oportunidade de uma existência mais digna, mais compreensiva e menos solitária.
Além da competência técnica, o profissional da saúde precisa aprimorar-se como instrumento de trabalho, ampliando recursos de comunicação favorável, para melhorar a qualidade de seu relacionamento com pacientes, familiares e colegas de trabalho. Quando estamos em contato com alguém, nos comunicamos de forma verbal e não-verbal. É importante ressaltar que exercemos maior controle sobre os elementos verbais da comunicação. Por outro lado, conseguimos exercer pouco, ou nenhum, controle sobre os não-verbais (MALDONADO; CANELLA, 2003). Marconi comenta:
[...] a observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar. (MARCONI, 1996, 79)
Então, devemos prestar atenção aos sinais não-verbais, principalmente quando estão em discordância com as palavras, constituindo um valioso instrumento para entendermos e captarmos mensagens verdadeiras. Da mesma forma, utilizar essa percepção na comunicação constitui importante recurso de atuação. Não podemos esquecer que o paciente percebe os sinais não-verbais na comunicação do profissional. Às vezes, durante as atividades, o profissional apenas consegue olhar e escutar, e não verdadeiramente ver e ouvir. Essa diferença depende da ampliação da sensibilidade, que possibilita captar as entrelinhas da comunicação (MALDONADO; CANELLA, 2003). Conforme Marconi afirma:
[...] A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. (MARCONI, 1996, 79)
O interesse pelo outro faz a mensagem ser transmitida de forma clara para que seja compreendida. Isso confirma as falas de que a comunicação é competente quando compreendida como um processo interpessoal. Esse processo, aliás, permeia todas as ações do enfermeiro, além de propiciar, ou não, o bem-estar do paciente. A comunicação competente é uma capacidade que pode ser adquirida (STEFANELLI; CARVALHO; ARANTES, 2005).
A comunicação deve ser trabalhada pela enfermagem, para que se evite prestar uma assistência de forma mecânica e desprovida de sentimentos, ou seja, carente de comunicação tanto por parte do profissional, quanto do paciente.
Segundo Silva et al (2000), a formação acadêmica tende a fazer os profissionais de enfermagem tentar conter suas expressões emocionais e sentimentais, a fim de que elas não intervenham em suas atividades diárias e terapêuticas. Entretanto, o envolvimento com situações consideradas tristes, como dor, morte e mutilações, não só é desgastante, como pode desencadear conflitos diários, fundamentados apenas por uma tentativa de controle, mas que excede os limites pessoais e profissionais.
Sobre a formação acadêmica, esses autores questionam se os profissionais que necessitam eliminar os próprios sentimentos e emoções, durante sua vida profissional, não se tornam indiferentes à percepção das manifestações não-verbais expressas por aqueles que estão sob seus cuidados.
Para Oliveira et al (2005), a comunicação precisa ser considerada dentro do contexto ocorrido, ou seja, como e quando ela ocorre. Caso contrário, seu sentido pode ser prejudicado. Conforme os autores, a assistência à saúde deve ser planejada para cada interação, e de acordo com as necessidades de cada paciente. Nesse sentido, pode-se dizer que a comunicação faz parte das atividades do enfermeiro porque é empregada em situações tais como na entrevista, no exame físico, no planejamento da assistência, nas anotações no prontuário, nas consultas de enfermagem. Daí vem à importância de o enfermeiro ter consciência da forma de como se dá o processo de comunicação e dos elementos que o compõe.


2 Comunicação verbal e não-verbal
De certa forma, foi uma liberação para eu perceber o quanto as minhas emoções sempre estiveram à mostra. Saber que as pessoas haviam me compreendido muito além daquilo que fora capaz de lhes dizer, em palavras. (Flora Davis)

A comunicação é um processo de interação, no qual compartilhamos mensagens, idéias, sentimentos e emoções e pode influenciar no comportamento das pessoas envolvidas, que, por sua vez, reagirão a partir de suas crenças, de seus valores, de sua história de vida e de sua cultura (SILVA et al, 2000).
É um processo de ligação entre os seres humanos, com o objetivo de se aproximar, de interagir e de se fazer compreender. Entretanto, a comunicação pode causar um afastamento se for mal compreendida, dependendo do modo de como o emissor e o receptor irão interpretá-la. Essa forma de compreender e compartilhar mensagens enviadas e recebidas pode influenciar no comportamento das pessoas, por elas estarem constantemente envolvidas por um campo interacional (STEFANELLI; CARVALHO; ARANTES, 2005).
A comunicação é o meio no qual as pessoas interagem umas com as outras, com objetivo de transmitir fatos, pensamentos e valores. É um processo humano de emissão e recepção de mensagens utilizadas pelo emissor e pelo receptor, com o propósito de se comunicarem (SILVA, 2006). Davis comenta:
Sem ela, a cultura, a história e a maioria das coisas que faz dele o que é, seria impossível. Mas, na conversa cara a cara, a linguagem se desenvolve também e, a estas alturas, deve ter ficado bem clara a importância desse contexto. Alguns cientistas afirmam que sem os elementos não-verbais, a troca de mensagens verbais seria impossível. (DAVIS, 1979, 178)
Para Silva (2006), a comunicação é um ato criativo, porque não existe apenas um agente emissor ou receptor, mas uma troca entre as pessoas que formam um sistema de interação e reação, ou seja, é um processo mútuo que provoca mudanças na forma de sentir, de pensar e de agir das pessoas envolvidas. Outro ponto a ser observado na comunicação, segundo a autora, é a vocabulário, que deve traduzir para o receptor exatamente o mesmo sentido que tem para o emissor, quando isso não ocorre, dizemos que não houve uma comunicação eficaz. Assim, para que ocorra uma comunicação eficaz, é necessário a utilização de um vocabulário compreensível ao receptor como o é ao emissor.
A comunicação é composta de manifestações verbais e não-verbais que são utilizadas pelos comunicadores, com o propósito de trocar informações. A verbal refere-se às palavras expressas por meio da linguagem falada ou escrita que utilizamos para nos comunicar. Por intermédio da linguagem, podemos expor nossas idéias, dividir experiências com as outras pessoas. Portanto, sem ela, podemos ficar limitados e não sermos compreendidos (STEFANELLI,1993). A respeito da comunicação verbal, Bakhtin comenta:
O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo [...] Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso. (BAKHTIN, 2006, 261).
A comunicação não-verbal refere-se às manifestações do corpo, não expressas por palavras, como as expressões faciais, a postura do corpo, os gestos entre outros. Essa forma de comunicação é inconsciente e não se tem controle sobre ela (STEFANELLI, 1993).
Como não se tem controle sobre a comunicação não-verbal, muitas vezes é com o auxílio das manifestações que percebemos se a pessoa esta triste, alegre, com medo, sentindo dor ou preocupada. Entre estas manifestações, podemos destacar a expressão facial e a corporal, porém todos os tipos de comunicação podem provocar incompreensão, dependendo do modo como é expressa e interpretada, ocasionando modificações nos casos em que a comunicação é efetiva (STEFANELLI, 1993).
A comunicação não-verbal está relacionada com as informações obtidas por meio de gestos, de postura, de expressões faciais e corporais, pela distância mantida entre os elementos. Isso significa que a comunicação não-verbal envolve todos sinais de comportamento não expressas por palavras (SILVA ,2006).
Silva (1989), em sua dissertação de mestrado "A percepção das enfermeiras sobre a comunicação não-verbal dos pacientes", identificou falha na validação da comunicação não-verbal pelas enfermeiras, sendo necessária a inclusão do tema nos programas de educação continuada das instituições.
Castro e Silva (2001), em um estudo sobre "A comunicação não-verbal nas interações enfermeiro-usuário em atendimentos de saúde mental", com o objetivo de analisar a comunicação não-verbal emitida pelo enfermeiro durante atendimentos individuais de saúde. Concluíram que a maioria dos enfermeiros pesquisados não está atenta o suficiente para perceber conscientemente o quanto à forma não-verbal de comunicar-se pode influenciar na assistência e humanização dos atendimentos.
Em sua tese de doutorado, Silva (1993), "Construção e validação de um programa sobre comunicação não-verbal para enfermeiros", valida um programa sobre os diferentes aspectos da comunicação não-verbal aplicável para diferentes profissionais e instituições de saúde, onde se percebe após a aplicação do programa um aumento na percepção dos sinais não verbais do paciente pelos enfermeiros. E afirma que:
[?] a percepção correta e consciente da comunicação não-verbal habilita-nos na leitura da coerência das mensagens enviadas, quanto maior for à capacidade de o enfermeiro decodificar corretamente o não-verbal, maiores serão suas condições de compreendê-lo e de emitir adequadamente estes sinais. (SILVA, 1993, 27)
Os sinais não-verbais podem ser classificados como: paralinguagem, cinésica, proxêmica, tacêsica, características físicas e fatores ambientais, e podem ser utilizados para complementar, trocar, para contestar a comunicação verbal ou para demonstrar sentimentos. A paralinguagem é qualquer som produzido pelo aparelho fonador, que não faça parte da linguagem falada. Nesse caso refere-se ao modo como se diz algo, ao ritmo da voz, a intensidade, a entonação, incluindo os grunhidos, os ruídos vocais e os suspiros. A cinésica refere-se ao estudo da linguagem corporal, dos movimentos que contemplam o sentido das palavras. (SILVA, 2006).
A proxêmica está relacionada ao espaço social e pessoal que os individuos mantêm entre si. A tacêsica refere-se à comunicação que envolve o toque, sua duração, local o tempo de contato a cultura dos integrantes e as expectativas relacionadas. As características físicas são a própria forma e aparência do corpo, como a cor e tipo de cabelo, o peso a cor da pele, a faixa etária entre outros (SILVA, 2006). Segundo Silva (2006), é tão forte o elemento não-verbal da comunicação que se pode dizer que exerce quatro funções básicas, que assim as descreve:
São complementares da comunicação verbal, que se refere a qualquer tipo de sinal que auxilie o que foi dito através de palavras. ou seja, ajuda a expressar os sentimentos, os pensamentos e as hipóteses, também demonstra que há coerência entre o que está sendo dito e a intenção.(SILVA, 1993, 29)
Poder substituir a comunicação verbal, significa fazer qualquer sinal não-verbal para substituir as palavras. Por exemplo, durante um diálogo não se precisa dizer que se está prestando atenção, pois um olhar é suficiente (SILVA, 2006).
Contradizer a comunicação verbal, fazer qualquer sinal não-verbal que contradiga o que foi dito verbalmente. Por exemplo, ao cumprimentar alguém, diz-se muito prazer, mas o fato de não se voltar em direção à pessoa que cumprimenta, não prestar atenção à maneira com que à toca ou a tocá-la como se fosse lavar as mãos em seguida, contradiz o cumprimento (SILVA, 2006).
Demonstrar sentimentos significa demonstrar qualquer emoção não por palavras, principalmente, por expressões faciais, entre outros sinais. Poe exemplo, na comunicação com alguém pode apresentar ansiedade, medo sem expressa-las com palavras. Dessa forma, pode-se afirmar que a principal função da comunicação não-verbal é a demonstração dos sentimentos dos comunicadores, especialmente por meio de expressões faciais e paraverbais que auxiliam a demonstrar essas emoções, mesmo que não sejam explicitamente verbalizadas. O enfermeiro que as percebe e as compreende, é capaz de determinar as necessidades do paciente, e planejar com mais eficiência os cuidados de enfermagem (SILVA, 2006).
A comunicação não-verbal tem o poder de resgatar a capacidade do emissor de perceber com maior precisão os sentimentos do receptor, suas dúvidas e dificuldades de verbalização. Isso permite ao emissor obter um feedback contínuo. A comunicação não-verbal aciona um leque de interações interpessoais por meio de gestos, posturas, expressões faciais, orientações do corpo, e entre outros (SOUZA, 2004).
A comunicação não-verbal qualifica a interação humana, reproduzindo emoções, sentimentos, adjetivos e um contexto que permite ao indivíduo entender não apenas o que significam as palavras, mas também o que o emissor da mensagem sente. Porém, a qualificação da linguagem verbal é dada pelo tom de voz e pelo jeito com que as palavras são ditas, por olhares e expressões faciais ou por gestos que acompanham o discurso, pela postura corporal, pela distância física entre as pessoas e, até mesmo, pela forma de se vestir e pelas características físicas. Mesmo o silêncio, em determinado contexto, é significante e pode transmitir inúmeras mensagens (ARAÚJO; SILVA; PUGGINA, 2007).
Potter e Perry (2002), afirmam que, entre as formas de comunicação não-verbal, os gestos das pessoas transmitem mensagens mais significativas do que as palavras. Por isso, devemos considerar a comunicação não-verbal como instrumento básico do cuidado na enfermagem.
De acordo com Silva (2006), a comunicação pode ser realizada de várias formas, porém existem dois meios de transmissão de mensagens mais usados na área da saúde: a comunicação verbal e a não-verbal, por constituírem a base das relações interpessoais. A mensagem verbal nem sempre tem o mesmo significado da não verbal, portanto a primeira se torna o oposto ao que é evidenciado pela segunda entre os indivíduos (SILVA et al, 2000).
Segundo Gala, Telles e Silva (2003), quando lidamos com pessoas, sejam elas colegas de trabalhos, sejam pacientes que necessitam de nossos cuidados, precisamos desenvolver uma boa comunicação para diminuir conflitos e mal-entendidos, tornando as relações interpessoais mais harmônicas, mais eficientes e satisfatórias. Com isso, atingem-se os nossos objetivos
As pessoas nem sempre estão conscientes de que, em todos os momentos, estão transmitindo mensagem não-verbal. Com relação a isso, Silva (2006), afirma que a linguagem não-verbal é uma resposta do estado emocional da pessoa, portanto é considerada como subjetiva, assim como os sentimentos. Pelo fato de a sociedade considerar alguns sentimentos negativos, o paciente não verbaliza sua tristeza, sua raiva, seu medo, mas os expressa de modo não-verbal e, geralmente, inconsciente, por meio de seu tom de voz, de sua expressão facial e de sua postura corporal.
A comunicação não-verbal envolve todas as manifestações de comportamento não expressas por palavras. Muitas vezes, é por meio do não-verbal que percebemos se a pessoa está com dor, com medo, irritada ou preocupada. Entre tais manifestações, destacam-se a expressão facial e a corporal (que compreendem gestos, olhares e postura corporal), distância em relação aos outros e características fisiológicas como: rubor, sudorese, lacrimejamento, palidez, etc. Esse tipo de comunicação só pode ser analisado no contexto em que ocorre, pois seu significado está vinculado a este contexto (STEFANELLI, 1993).
Aprendemos que cada paciente deve ser cuidado conforme as necessidades pessoais, e para que isso ocorra precisamos encontrar meios de ajudá-los a nos comunicar suas necessidades. Cabe ao enfermeiro, estar atento às dificuldades que impedem o paciente de declarar o que deseja.

3 O cuidar na consulta de enfermagem

A consulta de enfermagem é um processo de interação entre o profissional enfermeiro e o assistido, na busca da promoção da saúde. Para que ocorra eficazmente a interação, é necessário o desenvolvimento da habilidade refinada de comunicação, para o exercício da escuta e da ação dialógica (MACHADO, LEITÃO, HOLANDA, 2005).
Cuidar é um conceito amplo, subjetivo e que engloba várias ações. Na área da saúde e especificamente na enfermagem, cuidar significa, entre outras coisas, auxiliar ou mesmo realizar ações em favor da saúde e bem estar do outro. Neste contexto, o cuidado só é eficaz quando o ser cuidado ? o paciente consente em ser alvo destas ações, cooperando e aderindo ao plano assistencial planejado pelo profissional (ARAÚJO, SILVA, PUGGINA, 2007).
A enfermagem é uma ciência humana empenhada no cuidar da pessoa sadia ou doente. O ato de cuidar implica no estabelecimento de interação entre quem cuida e quem é cuidado; e esses sujeitos participam da realização de ações, as quais denominamos cuidados, que são a verdadeira essência da enfermagem (FERREIRA, 2006).
Ao cuidarmos do outro estamos realizando não somente uma ação técnica, como também sensível, que envolve o contato entre humanos através dos sentidos. Ação que envolve a liberdade, a subjetividade, a intuição e a comunicação. Cuidar implica, também, em intervir no corpo do outro, no seu espaço próprio, seja na realização do cuidado direto como no indireto. As respostas objetivas ao cuidado prestado devem ser buscadas na expressão do cliente, nas suas opiniões e gestos, através da comunicação verbal e não-verbal (FERREIRA, 2006).
Para permitir ser cuidado e possibilitar uma interação, o paciente precisa sentir-se seguro e confiar no profissional. Esse vínculo de confiança é dependente da comunicação interpessoal, uma vez que só confiamos em alguém quando percebemos coerência e constância entre o que ele diz e o que ele faz (SILVA, 2001).
O papel do enfermeiro na equipe multidisciplinar destaca-se pela possibilidade do envolvimento pessoal (ZANCHETTA, 1993). Por ser um profissional que mantém um contato mais estreito com o doente, o enfermeiro torna-se mais apto a criar vínculos e a desenvolver relacionamentos interpessoais.
Pelo fato de no cuidar existir uma relação entre o eu e o outro, na enfermagem, um destes momentos pode ser construído mediante a consulta (ROSA et al., 2007). Aliás, discorrer sobre consulta de enfermagem implica em mencionar as relações humanas e os processos interativos. Através do relacionamento enfermeiro-paciente é que se constrói a base do atendimento e assistência prestada pelo profissional. E a reciprocidade do paciente em consulta é fundamental para o seu desdobramento e para a formação do vínculo.
A Consulta de Enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro legitimada pela Lei no. 7.498 - artigo 11, inciso I, alínea "i" - de 25 de junho de 1986, a qual regulamenta o Exercício Profissional da Enfermagem e estabelece ao enfermeiro suas atividades com o indivíduo, a família e a comunidade, em nível domiciliar, ambulatorial, hospitalar, ou em consultório privado (BRASIL, 1986). A importância da consulta está no fato de se caracterizar como um conjunto de ações desenvolvidas de modo sistemático, dinâmico, privado e independente, expressando uma possibilidade visível do saber e do fazer do enfermeiro, que tem como foco central o cuidado do ser humano, com sua singularidade (TASCA, 2006).
A consulta surgiu na profissão como estratégia eficaz para detecção precoce de desvios de saúde e para acompanhar e dar seguimento às medidas instituídas ao bem-estar das pessoas envolvidas (ROSA et al., 2007). É uma atividade independente, realizada pelo enfermeiro, cujo objetivo propicia condições para melhoria da qualidade de vida por meio de uma abordagem contextualizada e participativa. Além da competência técnica, o profissional enfermeiro deve demonstrar interesse pelo ser humano e pelo seu modo de vida, a partir da consciência reflexiva de suas relações com o indivíduo, a família e a comunidade (MACHADO, LEITÃO, HOLANDA, 2005).
Ferreira (2006) ressalta ainda que a relação estabelecida no encontro entre aquele que cuida e o cliente é mediada por um espaço intersubjetivo que permite a comunicação e conduz a interação entre eles. Esse encontro implica, também, em construção de conhecimento a partir de um sistema de diferenças e em um compromisso entre os sujeitos para entender tais diferenças. Os saberes, os afetos e as paixões imbricam-se entre si permeando esta relação.

4 Comunicação como instrumento do cuidado

A excessiva atenção dada à comunicação verbal faz com que sejamos profundamente desinformados a respeito da linguagem não-verbal e da importância que ela tem em nossos relacionamentos, sejam pessoais ou profissionais (ARAÚJO, SILVA, PUGGINA, 2007, p. 425).
Durante o desempenho de suas funções, o enfermeiro estabelece comunicação com os pacientes em diversas situações durante sua hospitalização, na qual envolve pessoas de regiões, crenças, valores, atitudes e padrões de comportamentos diferentes. Esses fatores têm uma relação direta com o modo de ser de cada pessoa, podendo alterar seu sentir, pensar e agir (ESTEFANELLI, CARVALHO 2005). Os enfermeiros não devem esquecer na sua prática diária, que a comunicação verbal precisa estar associada com a comunicação não-verbal para que aja efetividade na comunicação (OLIVEIRA et al, 2005).
Santos e Shiratori (2008) ao estudarem sobre "Comunicação não-verbal: Importância no cuidado de enfermagem" referenciam que, a deficiência na compreensão da comunicação não-verbal por parte da enfermagem esteja no momento da aplicação da correlação teórico-prático. Ressaltam que o profissional de enfermagem deve ser capacitado para decodificar as expressões não-verbais emitidas pelos pacientes, bem como ser capaz de utilizar essa forma de comunicação para estabelecer a relação inter-pessoal e melhorar assim a qualidade dos cuidados de enfermagem.
A comunicação é a base importante para que a relação de cuidado se estabeleça de forma efetiva e eficaz (FERREIRA, 2006). Decodificar, decifrar e perceber o significado da mensagem que o paciente envia para estabelecer um plano de cuidados adequado às necessidades individuais do mesmo é tarefa dos profissionais de saúde (SILVA, 2006). Para que este processo complexo e multidimensional seja eficaz, não basta ao profissional utilizar somente a comunicação verbal; é preciso estar atento aos sinais não-verbais emitidos durante a interação com o paciente (ARAÚJO, SILVA, PUGGINA, 2007).
Além da escuta atenta ao que o paciente refere verbalmente, o enfermeiro precisa refletir sobre a comunicação não-verbal para torná-la mais consciente e ter recursos para entender seu próprio comportamento e o do paciente. Assim, analisar criticamente a utilização da comunicação não-verbal em sua prática diária oferece ao profissional a oportunidade de aprimoramento de sua percepção (ARAÚJO, SILVA, PUGGINA, 2007). O verbal e o não-verbal se completam e se qualificam. Atentar para esses sinais na hora do cuidado é iniciar a construção de um processo comunicativo efetivo. Para esses autores o cuidar é um conceito amplo, subjetivo e que engloba várias ações. Na área da saúde e especificamente na enfermagem, cuidar significa, entre outras coisas, auxiliar ou mesmo realizar ações em favor da saúde e bem estar do outro. Neste contexto, o cuidado só é eficaz quando o ser cuidado ? o paciente consente em ser alvo destas ações, cooperando e aderindo ao plano assistencial planejado pelo profissional.
Segundo Barlem et al (2008), em um estudo sobre "Comunicação como instrumento de humanização do cuidado de enfermagem: experiências em cuidado de terapia intensiva", teve como objetivo conhecer como pacientes percebem o processo de comunicação implementado pela equipe de enfermagem e identificar quais as percepções sobre os cuidados prestados pela equipe de enfermagem e situações vivenciadas neste ambiente relacionadas ao processo de comunicação. Trazem em seus resultados que para o paciente, a comunicação apresenta-se como um componente do cuidado que existe como forma de transmitir segurança, respeito e carinho, para muito além do conteúdo das explicações técnicas sobre seu estado de saúde, e há o reconhecimento da preocupação da equipe de enfermagem em se comunicar com o paciente, valorizando o olhar, a presença e o toque.
Silva (2006) refere que observamos com mais facilidade o que é agradável e tem interesse ou significado especial para nós, igualmente, vemos e ouvimos apenas aquilo que mais nos convém. Perceber aquilo que é agradável e de interesse próprio não pode ser o comportamento de um profissional de saúde, porque ele precisa estar habilitado para compreender as dificuldades e dúvidas do paciente manifestada através da comunicação verbal e não-verbal e isso só é possível quando essa percepção for usada como instrumento básico do cuidado.
A observação é um instrumento básico do cuidado dispensado pelo enfermeiro. Referenciam Atkinson e Murray (1989) que, no primeiro contato entre enfermeiro e paciente, acontece o processo de observação. Neste encontro acontece uma troca de informações que utiliza a comunicação não-verbal para que a interação então ocorra e, consequentemente, o processo de cuidar tenha espaço para acontecer. uma troca de informações que utiliza a comunicação.
Para Dobro, Sousa e Fonseca (1998), nos hospitais existe uma gama de informações e as experiências ocorrem entre as pessoas em todos os momento, portanto, se houver o entendimento da comunicação, enquanto instrumento facilitador na assistência, as necessidades prioritárias dos pacientes serão mais facilmente observadas, compreendidas e atendidas pelos profissionais de saúde.
A enfermagem é uma ciência humana, com o compromisso de cuidar da pessoa sadia ou doente. O ato de cuidar implica no estabelecimento de interação entre os sujeitos, quem cuida e quem é cuidado; participando da realização de ações, as quais denominamos cuidados, que são a verdadeira essência da enfermagem (FERREIRA, 2006).
Quando prestamos o cuidado não realizamos somente uma ação técnica, como também sensível, que envolve o contato entre os humanos através do toque , do olhar, do olfato, da fala. Cuidar implica, também, em intervir no corpo do outro, no seu espaço individual, seja na realização do cuidado direto como no indireto. As respostas objetivas ao cuidado prestado devem ser buscadas na expressão do cliente, nas suas opiniões e gestos, através da comunicação verbal e não-verbal (FERREIRA, 2006).







3 - CONCLUSÃO

Considerando-se o que foi dito, acredita-se que é de suma importância que os profissionais da área da saúde, de modo especial os profissionais da enfermagem, tenham condições de, com os saberes, podendo, entre outras coisas, esclarecer o paciente sobre as medidas terapêuticas e suas conseqüências. Informações precisas, claras e realistas a respeito dos procedimentos de tratamento e suas conseqüências, propiciam ao paciente a chance de avaliá-lo em sua mente e antever o que vai acontecer, minorando o seu temor.
Não se pode negar a importância da comunicação, como forma de linguagem e meio de expressão privilegiados. Não se pode, de modo algum, relegar a um segundo plano a comunicação não-verbal, pois ela propicia, em termos de aquisição de informações sobre o paciente, uma riqueza imensa e imprescindível. Ao se captar informações a partir da comunicação verbal, põem-se em atividade o raciocínio, a compreensão e o conhecimento.
Isso ocorre em virtude do fato de a comunicação não-verbal mostrar os reflexos involuntários, os nossos sentimentos mais profundos, enfim, o que há sob a superfície da linguagem. Assim, não se pode pensar unicamente nas palavras transmitidas, soltas, autônomas, mas deve-se levar em consideração todo o corpo como um conjunto dos movimentos. Isso propiciará uma ampla interpretação do contexto do paciente em questão.
A comunicação não-verbal pode ser expressa por sons, palavras, sentenças, parágrafos, pontos e vírgulas, formando um "cenário pintado", que expressa comprofundidade, transmitindo mensagens fiéis e verdadeiras, muitas vezes, muito mais fáceis de serem interpretadas do que as palavras propriamente ditas. Assim, como o tratamento de um paciente tem como objetivo eliminar ou aliviar a doença e reduzir ou afastar o sofrimento a ele associado, para que isso possa ocorrer, é necessário que a comunicação seja eficaz mesmo em momentos em que ele não possa se expressar com clareza. Eis o papel chave da omunicação não-verbal: possibilitar a "leitura" dos sinais e sintomas, mesmo sem que sejam verbalmente expressos, mas que causam dor e desconforto excessivos. A comunicação não verbal possibilita que, nesses momentos críticos, o paciente se sinta amparado e confortado, sob os cuidados de um profissional da saúde que o compreende.
























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Autor: Alzenira Maria De Jesus Silva Araújo


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