A Contribuição De Hildegard Peplau E Virginia Henderson Para História Da Enfermagem



1 – INTRODUÇÃO

O tema tratado nesta pesquisa concerne a mulheres que atuaram na enfermagem ajudando a desenvolver à história da profissão através de suas teorias e práticas realizadas no período histórico de cada nação , demonstrando a importância do profissional. A delimitação desta temática se deve a impossibilidade de alguns profissionais de enfermagem não conhecer o verdadeiro valor que o profissional.
Ponderando sobre a pesquisa realizada, e desenvolvendo uma comparação com a prática e teoria atual de enfermagem observa – se que o “cuidadogênene” apenas conseguiu evoluir sem perder a magnitude.
O principal objetivo desta pesquisa é para contribuir no desenvolvimento profissional, onde obtém – se o conhecimento da fonte do cuidado e da importância da enfermagem num grupo social, tendo como instrumento principal da profissão as mãos que com um simples toque podemos obter não só resultados satisfatórios mas também a capacidade de obter – se um Diagnostico de Enfermagem.
O método empregado da pesquisa através da Internet e obras literárias que resumidamente relatam a importância dessas profissionais através dos séculos.
Esta pesquisa justifica – se pela falta de informação de muitos profissionais não obterem o verdadeiro ideal da profissão ou seja a arte do cuidado,onde a teoria existe mas não é desenvolvida, ou muito menos expressada, mostrando que o profissional de enfermagem cada vez mais esta perdendo a essência do cuidado ao cliente ou seja por falta de motivação intrínseca ou extrínseca, desmotivação que muitas das vezes sofre uma transferência obtendo – se resultados indesejáveis. Este trabalho promovido por Acadêmicos de Enfermagem da Universidade Celso Lisboa, vai ao encontro do objetivo profissional de enfermagem comprometendo - se na relação interpessoal do profissional com o individuo na sociedade e no campo de trabalho. Finalmente , esclarecemos que este trabalho esta inserido na Área de enfermagem correspondendo à linha de pesquisa de enfermeiras que trabalharam, atuaram com honra e grandeza pela sua profissão.

2 – CONTRUIÇÃO DE MULHERES PARA A HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

2.1 – Hildegard E. Peplau
Hildegard Peplau, enfermeira, médica e educadora, nasceu em 1° de Setembro de 1909, em Reading, Pensylvania. Em sua infância, presenciou a devastadora epidemia de gripe em 1918. Esta experiência pessoal influiu enormemente sua compreensão do impacto que tem a Enfermagem e a morte sobre as famílias.
Líder mundial em enfermagem, conhecida como a enfermeira do Século, morreu em 17 de Março de 1999, aos 89 anos, em Sherman Oaks, Califórnia. Peplau é a única enfermeira que prestou serviços a Associação de Enfermeiras Americanas ( ANA ), como diretora executiva, e mais tarde como presidenta. Também foi eleita para trabalhar durante dois períodos na Junta Diretiva do Conselho Internacional de Enfermeiras ( ICN )
Em 1997, recebeu a maior honra em enfermagem, o Prêmio Christiane Rumann, no Congresso Quadrienal da ICN. Esta distinção se outorga a cada quatro anos por contribuições nacionais e internacionais sobressalentes em Enfermagem e cuidado a saúde. Um ano antes, a Academia Americana de Enfermagem lhe havia feito uma homenagem como Lenda vivente. Em 1998, a Associação de Enfermeiras Americanas a colocou no Salão da Fama da ANA.
2.1.1 – Contribuição para evolução da Enfermagem
A teoria de enfermagem de Peplau, o processo interpessoal, fundamentam-se em teorias de interação. Sua contribuição, no campo da enfermagem, dá-se nas áreas da prática clínica, na teoria e na pesquisa, trazendo acréscimos à base de conhecimentos em enfermagem. Sua teoria, desta maneira, cria uma visão singular de compreensão da relação enfermeiro-paciente.
Peplau é reconhecida mundialmente como a Mãe da Enfermagem Psiquiátrica. Seu trabalho teórico e técnico conduziu ao desenvolvimento de um campo distinto de especialização: Enfermagem Psiquiátrica.( PERRY,1998).
O primeiro livro de Peplau, "As relações interpessoa's na enfermagem", foi terminado em 1948, porém só foi publicado quatro anos depois, pois naquele momento, foi considerado muito revolucionário que uma enfermeira publicasse um livro sem que um médico fosse co-autor. O livro de Peplau tem sido amplamente acreditado com a transformação da Enfermagem, que passou de um grupo de trabalhadoras experientes, para ser uma profissão com grande desenvolvimento.
Desde a publicação do trabalho de Peplau, o processo interpessoal tem sido integrado a educação e a prática da enfermagem, nos Estados Unidos e no exterior. Por isto, o trabalho e a vida da doutora Peplau, produziram as maiores mudanças na prática da Enfermagem, depois de Florence Nightingale.
Entre 1943 e 1945, Peplau sentou-se a mesa com muitos destes homens, para trabalhar na reestruturação do Sistema de Saúde Mental nos Estadas Unidos, de onde surgiu a Ata de Saúde Mental Nacional de 1946. Trabalhou como professora da Faculdade de Enfermagem de Rutgers, entre 1954 e 1974. Ali, criou o primeiro programa de pós-graduação, com preparação de especialidades clinicas em Enfermagem Psiquiátrica.
Em suas apresentações e conferências para treinamento clinico, peplau lutou vigorosamente para que as enfermeiras tivessem maior educação assim pudessem dar um verdadeiro cuidado terapêutico aos pacientes.
Em 1952, a enfermeira, médica e educadora, Hildegard E. Peplau, escreveu um livro que revolucionou o ensino e a prática da enfermagem psiquiátrica nos Estados Unidos, tendo como enfoque o potencial terapêutico do relacionamento de pessoa para pessoa. Desde então, a enfermagem psiquiátrica vem ampliando sua visão utilizando os conceitos originalmente propostos por Render e Peplau. Anexo 1.
2.2 - Virginia Hendeson
Nasceu na cidade de Kansas, no missouri, no ano de 1897. Seu interesse pela enfermagem nasceu durante a Primeira Guerra Mundial, a partir de seu desejo de ajudar os militares doentes e feridos.
Alistou-se na Escola de Enfermagem do Exército, em Washington, D.C, concluíndo o curso em 1921. No ano de 1926, reiniciou seus estudos na Columbia University Teachers College, obtendo seu diploma de graduação e de Mestre em enfermagem.
Começou sua carreira como um educador da enfermeira em 1924 no hospital protestant de Norfolk em Virgínia onde era a primeira e única professor na escola dos cuidados. Após cinco anos retornou a Nova Iorque para começar estudos formais do grau em nutrir na faculdade do professor.
Por os anos seguintes, ensinou cuidados na faculdade do professor e praticou-os nutrir nos principais hospitais de Nova Iorque escrevendo que se transformaram referência padrão. Morreu no Connecticut Hospice caracterizado em suas escritas e experimentou a morte que calma desejou para toda a humanidade.
2.2.1 – Contribuição para evolução da Enfermagem
O conceito de enfermagem formulado por Henderson em sua definição de enfermagem, bem como os catorze componentes dos cuidados básicos de enfermagem são simples e auto-explicativos. Anexo 2.
Conseqüentemente a base de sua teoria pode ser utilizados como um guia à prática da enfermagem pela maioria dos profissionais, sem dificuldades muitas das idéias apresentadas por ela continuam a ser usadas, tanto em países desenvolvidas, quanto em subdesenvolvidos, orientando os currículos e a profissão de enfermeiro. Isso é confirmado pela procura de sua obra publicada pelo Conselho Internacional de Enfermeiros INC, que em 1972, achava-se na sétima edição.
Diante da época em que Henderson publicou sua definição de enfermagem, ela que a consagrou como líder no desenvolvimento da prática, da educação e do reconhecimento da enfermagem.
A Obra mais importantes da senhorita Henderson, Foi Os princípios básicos do cuidado de cuidados e os princípios e a prática dos cuidados.
A edição nova de seu texto foi organizada em torno de uma vista dos cuidados onde as enfermeiras ajudaram a indivíduos, que necessitavam de cuidados, no desempenho daquelas atividades que contribuem à saúde, sua recuperação (ou a uma morte calma), que executariam se tivessem a força, a vontade ou o conhecimento. Esta descrição dos cuidados concluiu que o objetivo para dar o cuidado de cuidados; para ajudar o mais rápido possível ao individual estar livre da ajuda, e serviu estandardizar a prática dos cuidados.


3 - Anexo 1.
Quadro 1.1 Técnicas de comunicação terapêutica
Técnica Definição Exemplo Valor terapêutico Ameaça não terapêutica
Ouvir Processo ativo de receber as informações e examinar a sua própria reação às mensagens recebidas Manter o contato visual e a comunicação não verbal receptiva. Comunicam de modo não verbal, o interesse e aceitação do enfermeiro ao paciente. Falha em ouvir.
Amplas aberturas Estimular o paciente a escolher o tema da discussão “O que você está pensando?” Indica a aceitação pelo profissional e o valor da iniciativa do paciente Rejeição das resposta, domínio do profissional.
Reafirmação Repetir para o paciente o pensamento principal que ele expressou “Você disse que sua mãe te abandonou quando você tinha 5 anos de idade.” Indica que o profissional está escutando atentamente o paciente. Falta de atenção e interpretação pelo profissional.
Esclarecimento Tentar pôr em palavras as idéias vagas do paciente. “Não estou certa do que você quer dizer, poderia repetir?” Ajuda a esclarecer os sentimentos, idéias e percepções. Falha em sondar, compreensão presumida.
Reflexão Orientar idéias, sentimentos, dúvidas e satisfação de volta para o paciente “Você está tenso e ansioso, e isso tem relação com a conversa que você teve com sua mãe ontem?” Confirma que o profissional compreende o que o paciente está dizendo, e indica empatia interesse e respeito por ele. Sentimentos e respostas impróprias à experiência cultural e ao nível de instrução do paciente.
Focalização Questões ou afirmações que ajudem o paciente a ir alem do assunto de interesse. “Acho que deveríamos falar mais sobre você e seu pai.” Permite o paciente discutir os assuntos centrais. Mudar de tema.
Identificar os temas Ressaltar os temas ou problemas que surgem repetidamente. “Percebi que em todos os seus relacionamentos você foi ferido por um homem. Você acha que isso é um tema fundamental. Permite melhor exploração e compreensão dos problemas importantes do paciente. Fornecer aconselhamento, reafirmar, desaprovar.
Silêncio Falta de comunicação verbal por motivo terapêutico. Sentar com o paciente e comunicar de modo não verbal, o interesse e o envolvimento. Dar tempo ao paciente para pensar e ter discernimento, enquanto transmite apoio, compreensão e aceitação. Questionar o paciente, falha em quebrar o silêncio não terapêutico.
Humor Libera energia por meio de um comentário cômico sobre a imperfeição. “Isso dá um novo significado geral à palavra ‘nervoso’, disse com ar de brincadeira”. Pode promover o discernimento tornando conscientes os temas reprimidos. Subestimar o paciente, tentar evitar intimidade não terapêutica;

Fonte: Internet. STUART, G.W & Laraia, M.T Enfermagem psiquiátrica 4 ed.. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso editores 2002.
4 - Anexo 2

Quadro 1.2, Os 14 componentes do atendimento básico de enfermagem:

1. Respirar normalmente.
2. Comer e beber adequadamente

3. Eliminar resíduos orgânicos.

4. Movimentar-se e manter posturas desejáveis

5. Dormir e descansar

6. Selecionar roupas adequadas – vestir-se e despir-se

7. Manter a temperatura do corpo dentro da variação normal, adaptando a roupa e modificando o ambiente.

8. Manter o corpo limpo e arrumado, proteger a pele.

9. Participar em várias formas de recreação.

10. Evitar os perigos ambientais e evitar ferir os outros

11. Comunicar-se com os outros expressando emoções, necessidades, medos ou opiniões.

12. Adorar de acordo com a própria fé.

13. Trabalhar de forma a ter uma sensação de realização
14.Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade que leva ao desenvolvimento e á saúde normais e usar os serviços de saúde disponíveis.

Fonte: Biblioteca on – line: Disponível em.
www.nurses.info/nursing_theory_midrange_theories_hildegard_peplau.htm. Acesso em 10 set. 2005.





5 – CONCLUSÃO

Neste estudo buscou - se entender a vivência do Enfermeiro com a profissão, que muitas das vezes esquecem de seus princípios por falta de uma motivação extrínseca, porém, a motivação intrínseca sempre esteve presente aos primórdios da profissão.
Outro aspecto importante observado nos profissionais e o afastamento do enfermeiro aos cuidados diretos, esquecendo da essência profissional na arte de cuidar .
Através da teoria de Peplau que tinha como base a interação ou seja da de compreensão da relação. Já nessa época Hildegard Peplau observava em alguns momentos um atendimento mecanizado e não espontâneo. Em dias atuais ainda podemos observar essa situação, porem a grande maioria dos profissional de enfermagem buscam a importância da humanização e que dentro de uma concepção menos mecanizada, priorizando as suas interações sociais, familiares e com a equipe de saúde, compartilhamos da idéias sobre a importância de se centrar as atividades dos profissionais envolvidos no cuidado, não só nos aspectos da doença propriamente dita, mas de compreensão da relação enfermeiro-paciente.
A presença do profissional de enfermagem na beira do leito é de grande importância no tratamento e através deste contato direto que o profissional através de um Diagnostico de Enfermagem Conclusivo consegue seus méritos, ou seja é fazendo pó merecer. Como dizia Virgínia Henderson:
“Creio que a função executada pelo enfermeiro é, basicamente, uma função de independência – a de agir em lugar do paciente, quando a este faltar conhecimento, força física ou vontade de agir por si mesmo, tal como ele normalmente faria, estando saudável, ou na execução da terapia prescrita. Essa função é encarada como complexa e criativa, como se oferecesse oportunidades limitadas à aplicação das ciências físicas, biológicas e sociais, bem como o desenvolvimento de habilidades nela baseadas.”
O profissional de Enfermagem nunca deve esquecer que o cuidado é o fundamento da ciência e da arte da enfermagem. Este cuidar é uma atividade que vai além do atendimento às necessidades básicas de ser humano no momento em que ele está fragilizado. É o compromisso com o cuidado existencial que envolve também o autocuidado, a auto-estima, a autovalorização, a cidadania do outro e da própria pessoa que cuida.
o cuidado existencial é um importante componente do cuidado e ocorre quando aquele que cuida compreende o mundo subjetivo do paciente vivencia a união com este e expressa-a de tal forma que a singularidade de cada um emerge surgindo à dimensão da subjetividade, de onde é possível respeitar-se a liberdade de Ser de cada um. Portanto, o cuidado existencial entre duas pessoas transcende o tempo, o espaço e o cotidiano.
Quem sabe se formos refletir a nossa função nos princípios da enfermagem não estaremos resgatando a nossa essência.
















6 – REFERÊNCIAS UTILIZADAS

Perry, Anne G. Grande Tratado de Enfermagem. Clínica e prática de Enfremagem. 3º ed. São Paulo: Santos – Sp. p.4,5,6 - 1998

BIBLIOTECA on – line. :Disponível em: www.nurses.info/nursing_theory_midrange_theories_hildegard_peplau.htm. Acesso em 10 set. 2005.
www.enursescribe.com/Henderson.htm. Acesso em 10 set. 2005.
www.enursescribe.com/Peplau.htm. Acesso em 10 set. 2005.















Autor: Hoverney Quaresma Soares


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