O Cuidado Domiciliar Relacionado a Qualidade de Assistência de Enfermagem na Internação Domiciliar



Este é um estudo descritivo, exploratório, com método quantitativo, com delineamento não experimental e análise de dados através de freqüência absoluta e relativa, com apresentação de gráficos e tabelas. Tem como objetivo analisar a eficácia e a qualidade da assistência de enfermagem ao paciente na internação domiciliar. A internação domiciliar representa atividades de atenção em tempo integral para pacientes com quadros clínicos complexos com necessidade de tecnologia especializada, onde classificam-se os pacientes em baixa, média ou alta complexidade, de acordo com os procedimentos necessários para o seu tratamento. O estudo foi realizado em 10 residências de pacientes submetidos a internação domiciliar, indicados por uma instituição privada de assistência domiciliar no município de Santos. A amostra foi constituída por 10 indivíduos maiores de idade, ambos os sexos, que possuem vínculo familiar com os 10 pacientes indicados. O instrumento de coleta de dados foi constituído de duas partes, a primeira voltada a caracterização dos pacientes em internação domiciliar e a segunda tratava de questões voltadas aos familiares na tentativa de questionar a hipótese levantada. Os resultados demonstraram que 5 (50%) pacientes apresentavam mais de 57 anos, 6 (60%) pacientes eram de alta complexidade, 8 (80%) famílias disseram que o conforto foi o principal motivo pelo qual optaram pela modalidade, 9 (90%) famílias relataram o aumento do contato familiar, 10 (100%) famílias relatam aumento dos custos como dificuldade e 9 (90%) famílias afirmaram que optariam novamente pela assistência domiciliar. Conclui-se que a internação domiciliar fornece todo o suporte necessário para o tratamento de pacientes de qualquer idade, trazendo inúmeros benefícios ao paciente/ família: atendimento mais humanizado, maior comodidade e conforto, melhora a qualidade de vida do paciente, diminui os riscos de infecção e aumenta o contato família/ paciente.

1 – INTRODUÇÃO

1.1 – O tema em estudo

O tema proposto para este projeto de pesquisa é o cuidado domiciliar relacionado a qualidade de assistência de enfermagem na internação domiciliar. Assistência domiciliar (AD) à saúde é a provisão de serviços de saúde às pessoas de qualquer idade em casa ou em outro local não institucional.(1)

O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE) do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, em 1967 imaginou que uma AD fosse o prolongamento do tratamento hospitalar e poderia permitir a alta precoce dos doentes internados, com diminuição do tempo de permanência e conseqüente aumento da rotatividade dos leitos e diminuição dos custos, ampliando a capacidade de internação.(1) ncia, ampliando a capacidade de internaçrman prolongamento do tratamento hospitalar e poderia permitir a alta precoce dos doent

Alguns pacientes com quadros clínicos mais graves exigem cuidados de maior complexidade que não são oferecidos pela atenção básica, mas não necessitam de uma infra-estrutura hospitalar. Dentro da classificação de complexidade da AD, esses pacientes serão considerados de alta complexidade, apresentando uma doença em curso, cujo atendimento em domicílio deverá ser multiprofissional, ocorrendo a internação domiciliar.(2)

A AD abrange o conjunto de atos e relações que acontecem no domicílio, envolvendo o paciente, a família e a equipe de saúde.Para o paciente esse tipo de assistência torna-se mais humanizado, aumentando o conforto, o contato com a família e diminuindo os riscos de infecções, que são muito comuns nos hospitais. Para melhorar a qualidade de assistência em domicílio, é necessário promover a inclusão social, a melhoria da qualidade de vida e do emocional do paciente, fazendo da doença um vínculo entre a família, o paciente e os profissionais da saúde.(3)

1.2 – Justificativa

O que nos levou a escolher esse tema foi o interesse em conhecer e entender como acontece a AD na modalidade de internação domiciliar. Discutir esse tema é importante para sabermos se a AD promove uma melhor qualidade de assistência ao paciente e se oferece todo o suporte necessário para o tratamento do mesmo. Com este estudo poderemos contribuir para a reflexão da AD e assim diminuir a necessidade de hospitalização de pacientes que podem ser tratados em domicílio e assim aumentar a rotatividade dos leitos.

1.3 – Problema/ Hipótese

A assistência domiciliar à saúde é um tipo de atendimento que pode ser desenvolvido como uma estratégia de desospitalização, para qualquer nível de complexidade de atenção. Frente a isso levantamos a seguinte questão: a assistência domiciliar para pacientes de alto risco é indicada?

A hipótese é que a assistência domiciliar, no caso de internação do paciente em seu domicílio, forneça todo o suporte necessário para o tratamento do paciente, visando sempre o bem estar físico, psíquico e social, onde o cuidado é prestado pelo cuidador (pessoa da família), que recebe orientações da equipe de saúde.

1.4 – Revisão de Literatura

O COFEN(2) define por enfermagem no domicílio a prestação de serviços de saúde ao cliente, família e grupos sociais em domicílio, e de acordo com a RESOLUÇÃO-COFEN Nº 256 de 12 de julho de 2001, esta modalidade assistencial exprime significativamente, a autonomia e o caráter liberal do profissional enfermeiro.

A assistência domiciliar é caracterizada pela efetivação de todo e qualquer atendimento em domicílio realizado por profissionais que integram a equipe de saúde, sendo dividida em algumas modalidades de acordo com o nível de complexidade de atendimento a ser prestado ao paciente.(3,4,5) Entre algumas dessas modalidades estão a atenção domiciliar, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar.

Na atenção domiciliar predomina a monitorização e o aconselhamento, onde a intervenção é mínima, com o desenvolvimento de ações de promoção à saúde, prevenção de doenças e possíveis complicações, abrangendo a assistência e reabilitação desenvolvidas no domicílio.(1,5) Essa modalidade inclui pacientes que permanecem no serviço por menos de 6 meses, com diagnóstico fechado e que ficariam internados, por exemplo, apenas para término de antibioticoterapia, curativos extensos, quimioterapia, entre outros.

O atendimento domiciliar entende-se como um conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas por meio de ações preventivas e/ou assistenciais com a participação de equipe multi-profissional.(5) Nessa modalidade enquadra-se o paciente que precisa de cuidados freqüentes e por tempo prolongado e em alguns casos para o resto da vida, sendo na maioria das vezes um paciente portador de patologia crônica que se agudiza.

A internação domiciliar representa um conjunto de atividades caracterizadas pela atenção em tempo integral para pacientes com quadros clínicos mais complexos e com necessidade de tecnologia especializada. Nessa modalidade a intervenção é máxima, consistindo em montar um hospital em casa.(1,5)O serviço de assistência domiciliar nesse caso, disponibiliza enfermagem 24 horas, adequando o domicílio como se fosse uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com equipamentos, materiais e medicações necessários para manutenção da vida do paciente.(1)

Para definir as atividades que serão desenvolvidas neste nível de cuidado, tem que se levar em conta a incapacidade funcional e a gravidade do quadro clínico apresentado pelo paciente. A gravidade do quadro que determinará a periodicidade das visitas médicas necessárias para o acompanhamento do paciente e também a necessidade de atendimento pelos diversos profissionais da saúde.

Os critérios de admissão na internação domiciliar são diversos, pois baseiam-se no tipo de serviço que a instituição se propõe a realizar. Algumas dessas instituições só admitem pacientes com quadros clínicos estabilizados, enquanto outras utilizam uma estrutura de leito de cuidados intensivos em domicílio.(1)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária(5) (ANVISA), preconiza o termo Critérios de Elegibilidade como um conjunto de informações que permite avaliar o enquadramento do paciente na modalidade de AD. Os critérios que podem ser seguidos para auxiliar na seleção dos clientes: estabilidade clínica, rede de suporte social que são: cuidador, família, amigos, voluntários; ambiente apropriado; avaliação profissional das demandas existentes; suporte financeiro. (6)

Não há um padrão pré-estabelecido pelas agências existentes, entretanto o primeiro passo para a escolha do paciente é a avaliação de sua elegibilidade, o segundo passo é classificar a complexidade do atendimento a ser prestado.(7) Para avaliar os pacientes, utiliza-se o grau de complexidade dos cuidados necessários e não a gravidade da doença, pois a base da assistência domiciliar é o suporte assistencial multidisciplinar necessário a determinado paciente.(1,7)

Os pacientes são classificados em não elegíveis e elegíveis para a internação domiciliária, sendo os elegíveis classificados em: pacientes de baixa complexidade, pacientes de média complexidade e pacientes de alta complexidade.(7)

Geralmente os pacientes considerados de baixa complexidade são pacientes estáveis, na fase crônica da doença, portador de seqüelas significativas que geram dependência de terceiros, necessitando ainda de cuidados de pessoal tecnicamente preparado. Os pacientes de média complexidade são aqueles que encontram-se na fase aguda ou subaguda, mas estão clinicamente estáveis, já não tão dependente de equipamentos, mas ainda necessitando de monitorização dos sinais vitais e de acompanhamento especializado. Pacientes de alta complexidade apresentam um quadro clínico mais grave, em fase aguda da evolução clínica instável, dependentes de equipamentos e métodos terapêuticos invasivos, com necessidade de monitorização dos sinais vitais. (3,7)

A maioria dos pacientes inseridos no nível de alta complexidade, possuem doenças crônico-degenerativas avançadas, dependentes de procedimentos mais complexos e diários dos quais sem o devido acompanhamento não sobreviveriam. Por esse motivo, esses pacientes devem estar vinculados a uma equipe multidisciplinar composta por médico, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social, a fim de permitir a periodicidade das visitas com intervalos menores e a complexidade de cuidados que o quadro do paciente exige.(3)

Dentre os critérios de elegibilidade e de classificação de complexidade do paciente, a família é o critério de maior importância. Para que a AD represente uma opção concreta de assistência é necessário primeiramente entendê-la como uma mudança de cultura na assistência à saúde, onde família, parceria e autonomia são as palavras chaves da AD, pois a condição mais importante para que ocorra essa modalidade de assistência é o consentimento da família e a definição de quem será o cuidador.(3,4)

Sem essa condição assegurada na admissão do paciente, o modelo não apresentará resultados positivos. Se na família não há quem possa, não queria ou não tenha tempo de cuidar do paciente, mesmo que este manifeste o desejo de ser tratado em casa, não será elegível para esse tipo de assistência.(1)

A assistência no domicílio deve conceber a família em seu espaço social, abordando de modo integral e individualizado o paciente em seu contexto sócio-econômico e cultural, onde o profissional de saúde deve ter uma avaliação da dinâmica da vida familiar.

No cuidado em domicílio a doença é o vínculo entre o paciente, a família e os profissionais de saúde. Cabe a família zelar para que o ambiente do domicílio seja próprio para o cuidado e assumir a responsabilidade pela alimentação, cuidados de higiene, administração de medicamentos orais para o paciente, quando este é dependente. Os profissionais de saúde devem se responsabilizar pelas orientações e execução dos procedimentos técnicos cabíveis no provimento do cuidado. E, a todos, cabe o empenho no desenvolvimento de um relacionamento com base no respeito, no diálogo e no afeto para viabilizar a recuperação do paciente.(3)

O paciente em seu domicílio sente-se mais bem amparado, acelerando o processo de melhora. A relação entre o profissional da saúde e paciente torna-se mais humanizada, e a família está incluída na assistência podendo permanecer com o paciente pelo tempo que desejar.(1,3)

2 – OBJETIVOS

2.1 – Geral

Analisar a eficácia e a qualidade da assistência de enfermagem ao paciente na internação domiciliar.

2.2 – Específicos

·Analisar o perfil do paciente incluído na assistência domiciliar, incluindo idade, diagnóstico, tempo de permanência no serviço de AD e tempo de inclusão na modalidade de internação domiciliar, grau de complexidade e procedimentos de enfermagem realizados;

·Identificar as vantagens da AD na visão da família, como também os motivos pelo qual optaram por este tipo de serviço;

·Identificar as vantagens da AD para o paciente/família, e as dificuldades para manter o paciente neste tipo de assistência;

3 – MATERIAL E MÉTODOS

3.1 – Tipo de estudo

Este é um estudo descritivo, exploratório, com método quantitativo, com delineamento não experimental.Optou-se pelo método quantitativo por ser o mais adequado para analisar o funcionamento de um serviço de assistência domiciliar, identificando as vantagens e desvantagens para o paciente e seus familiares.

O método quantitativo apresenta e analisa dados numéricos de fatos, fenômenos ou problemas que ocorrem nas ciências biológicas. O método descritivo procura descrever as características de um determinado fenômeno para estabelecer as relações entre variáveis e fatos, cujos resultados permitirão uma visão global sobre o tema.(8)

3.2 – O local de estudo

O estudo foi realizado em uma instituição de saúde privada de assistência domiciliar, na modalidade de internação domiciliar.

3.3 – População e Amostra

Foram coletados dados de 10 residências que aceitaram participar da pesquisa, onde a escolha foi feita de forma aleatória.

3.4 – Coleta de dados

3.4.1 – Procedimentos

Após aceite da instituição (Apêndice A), os dados foram coletados de acordo com os dias e horários estipulados pela instituição.

As pesquisadoras aplicaram o questionário às famílias cujos sujeitos se encaixaram no grupo de internação domiciliar.

3.4.2 – Instrumento de coleta de dados

Foi aplicado um formulário (Apêndice C), contendo 10 questões estruturadas e 4 questões abertas. O formulário possuía duas partes, a primeira parte com dados de identificação da amostra como: idade, patologia, tempo de inclusão no serviço e na internação domiciliar, grau de complexidade e os procedimentos de enfermagem realizados e freqüência das visitas da equipe. A segunda parte com dados referentes a vantagens família/paciente como: motivo que levaram a optar pela assistência domiciliar, as vantagens que esse tipo de serviço proporciona e as dificuldades encontradas para manter o paciente neste tipo de assistência.

3.4.3 – Aspectos éticos

Após o sorteio, as famílias que aceitaram participar da pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B), conforme a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde, para pesquisas que envolvem seres humanos.

3.4.4 – Critérios de exclusão

Foram excluídos da amostra os sujeitos que não faziam parte da modalidade de internação domiciliar.

3.5 – Tratamento e análise dos dados

A análise dos dados será feita através de freqüência absoluta e relativa, com apresentação de gráficos e tabelas, com fundamentação em bibliografia.

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

TABELA 1 – Faixa etária dos pacientes

Idade

fa

Fr

≤18 anos

1

10%

19 a 37 anos

2

20%

38 a 56 anos

2

20%

57 a 75 anos

2

20%

≥ 76 anos

3

30%

Total

10

100%

Quanto à faixa etária dos pacientes na modalidade de internação domiciliar, verifica-se que 3 (30%) pacientes tinham mais de 76 anos, 2 (20%) pacientes tinham entre 57 e 75 anos, 2 (20%) pacientes tinham de 38 a 56 anos, 2 (20%) pacientes tinham de 19 a 37 anos e apenas 1 (10%) paciente era menores de 18 anos, sendo que a menor idade encontrada foi de 5 anos e a maior idade foi 93 anos.

Segundo Mendes(1) a assistência domiciliar sempre aparece ligada ao atendimento ao idoso, porém a modalidade atinge todas as faixas etárias desde o recém-nato.

TABELA 2 – Diagnóstico dos pacientes

Diagnóstico

fa

Fr

AVC

5

50%

TCE

1

10%

ELA

1

10%

Má formação do SNC

1

10%

Neoplasia

1

10%

Úlcera gástrica com perfuração

1

10%

Total

10

100%

Com relação à tabela de diagnósticos observa-se que 8 (80%) pacientes estavam relacionados a problemas neurológicos (AVC, TCE, ELA...). Comparando com a tabela 1, a grande incidência de doenças crônico-degenerativas pode estar relacionada ao fato de 5 (50%) pacientes pesquisados terem mais de 65 anos.

A assistência domiciliar tem se tornado um importante instrumento de assistência nos últimos anos, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, sendo utilizada para cuidar do idoso doente, auxiliando o indivíduo a ter um envelhecimento saudável.(1,9)

TABELA 3 - Tempo de inclusão no serviço de assistência domiciliar

Tempo

fa

Fr

≤ 6 meses

4

40%

7 a 12 meses

1

10%

13 a 24 meses

3

30%

≥ 24 meses

2

20%

Total

10

100%

De acordo com os dados obtidos na tabela 3, analisamos que 4 (40%) pacientes estavam a menos de 6 meses no serviço de AD, 1 (10%) paciente estava a menos de 1 ano, 3 (30%) pacientes estavam a mais e 1 ano e 2 (20%) pacientes a mais de 2 anos, totalizando 100%.

Observou-se que os pacientes incluídos a menos de 6 meses ainda estavam em fase de adaptação e entrosamento com a equipe. A transferência para casa de um parente que antes era saudável e agora apresenta diversas dependências e limitações, de início causa medo e insegurança à família.

Nos pacientes que estão na modalidade há mais tempo, o entrosamento entre família e equipe multidisciplinar ocorre de maneira satisfatória, onde a família já relata que o profissional é tratado como um membro da família.

Nas famílias com mais tempo de inclusão na modalidade de AD não foi observado o medo e a insegurança do tratamento, mostrando-se confiantes quanto ao atendimento prestado.

TABELA 4 – Procedimentos de enfermagem necessários ao paciente

Procedimentos

fa

Fr

Aspiração oral

5

50%

Aspiração traqueal

3

30%

Banho no leito

5

50%

Banho de aspersão

6

60%

Gastrostomia

3

30%

SNE

4

40%

Dieta oral

3

30%

Dieta enteral

7

70%

Dieta parenteral

-

-

Punção venosa periférica

-

-

Punção venosa profunda

1

10%

SVD

3

30%

Urupen

1

10%

Cistostomia

-

-

Cateterismo vesical intermitente

1

10%

Colostomia

-

-

Ventilação mecânica contínua

4

40%

Ventilação mecânica intermitente

-

-

Úlcera de pressão

3

30%

Com relação à tabela de procedimentos de enfermagem (tabela 5), nota-se que 7 (70%) pacientes entrevistados faziam o uso de dieta enteral, sendo 3 pacientes através de gastrostomia e 4 pacientes através de SNE; 4 (40%) pacientes necessitavam de ventilação mecânica contínua, 5 (50%) pacientes necessitavam de aspiração oral e 3 (30%) pacientes necessitavam de aspiração traqueal. Apenas 3 (30%) pacientes apresentavam úlcera de pressão.

De acordo com o gráfico 1, observamos que 6 (60%) pacientes eram de alta complexidade, 3 (30%) de média complexidade e 1 (10%) de baixa complexidade.

Para explicar o gráfico 1 e a tabela 5, iremos abordar melhor sobre o assunto de elegibilidade dos pacientes para inclusão no serviço de assistência domiciliar.

Embora a modalidade de internação domiciliar seja considerada de maior nível de complexidade, ela pode ser classificada em baixa, média ou alta complexidade, onde são considerados os procedimentos necessários ao atendimento do paciente.

Para a classificação desses pacientes foram utilizados os critérios técnicos preconizados pela ABEMID, que consistem em estabelecer uma pontuação para cada tipo de necessidade do paciente de acordo com a tabela da ABEMID (Apêndice E). Assim avalia-se a capacidade funcional do paciente dentro dos suportes oferecidos, tais como terapêutico medicamentoso, nutricional, ventilatório e cuidados de enfermagem. Cada um deles corresponderá a uma pontuação que varia de 0 a 05 pontos.(7)

Por exemplo, um paciente que não necessita de auxilio para respirar obtém 0 de pontuação no item suporte ventilatório, outro que necessita do uso de respirador/ventilação mecânica obtém 05 pontos nesse item.

Assim sendo, de acordo com a tabela da ABEMID, os pacientes que obtiverem uma pontuação inferior a 07 pontos não são elegíveis para internação domiciliar, paciente com pontuação de 08 a 12 são considerados de baixa complexidade, de 13 a 18 pontos média complexidade e acima de 19 pontos alta complexidade.

Freqüência da equipe multidisciplinar visitar o paciente

No gráfico 2 foi analisado a freqüência com que o médico visitava o paciente, e os resultados obtidos foram que em 5 (50%) pacientes a visita era feita 1 vez por semana, em 1 (10%) paciente a visita era 2 vezes por semana, em 3 (30%) pacientes era quinzenal e em 1 (10%) paciente a visita era 1 vez por mês.

A freqüência das visitas ocorriam de acordo com a complexidade e o estágio da doença e as necessidades individuais de cada paciente. O médico também era solicitado sempre que necessário e também em casos de emergência.

O profissional médico responsável pela assistência domiciliar conduz e coordena com base na responsabilidade técnica que lhe é atribuída a execução do programa de internação domiciliar e a condução clínica do paciente, realizando visitas periódicas de supervisão no domicilio em consonância com toda a equipe multidisciplinar. O médico responsável pela AD não interfere na conduta do médico assistente e nem substitui a figura do mesmo, mas atua como um elo entre o médico assistente e a evolução clinica na assistência domiciliar assegurando a adequação do programa.(10)

No gráfico 3 analisamos a freqüência com a qual o enfermeiro visita o paciente. Observamos que em 5 (50%) pacientes a visita era 1 vez por semana, em 2 (20%) pacientes a visita era 2 vezes por semana e em 3 (30%) pacientes a visita era quinzenal. A freqüência das visitas do enfermeiro também era de acordo com a necessidade individual de cada paciente.

De acordo com a RESOLUÇÃO-COFEN Nº 267/2001, o enfermeiro que atua na assistência domiciliar deve assumir como prerrogativas as atividades da responsabilidade de planejar, executar, delegar, supervisionar e avaliar a assistência de enfermagem através do SAE (Sistematização do Atendimento de Enfermagem) de instrumentos de controle de qualidade das assistências realizadas, e fazer o prognóstico de enfermagem de acordo com os níveis de complexidade do cliente no domicílio, atendendo as interfaces de intercorrências clínicas.(2)

No gráfico 4 analisamos as horas de enfermagem, que são de acordo com a complexidade que cada paciente se encaixa. Observamos que 6 (60%) pacientes tinham 24 horas enfermagem, 3 (30%) pacientes tinham 12 horas e 1 (10%) tinha 6 horas de enfermagem.

As horas de enfermagem eram de acordo com a complexidade do paciente, como citado na discussão da tabela 4 e 5, onde diz que paciente de alta complexidade necessita de acompanhamento 24 horas, de média complexidade necessita de acompanhamento por pelo menos 12 horas e baixa complexidade necessita pelo menos de 06 horas de acompanhamento.(7)

O auxiliar ou técnico de enfermagem que atua na assistência domiciliar tem como principais funções realizar os procedimentos básicos de enfermagem, executar e orientar conforme a prescrição médica e de enfermagem, promover ações de higiene e conforto físico e emocional, realizar ações de esterilização e desinfecção de material.(11)

Com relação ao gráfico 5, observa-se que em 4 (40%) pacientes a freqüência do atendimento do fisioterapeuta ocorre 1 vez por dia, em 3 (30%) pacientes o atendimento ocorre 2 vezes por dia, em 2 (20%) pacientes o atendimento ocorre 3 vezes por dia e em 1 (10%) paciente o atendimento é realizado 3 vezes por semana.

A freqüência do atendimento do fisioterapeuta varia de acordo com o grau de necessidade de reabilitação do paciente, seja ela motora, neurológica ou respiratória.(10)

TABELA 5 – Nutricionista

Freqüência

Fa

Fr

Quinzenal

7

70%

De acordo com a tabela 6.5, analisamos que dos pacientes pesquisados 7 (70%) tinham acompanhamento nutricional, e comparando com a tabela dos procedimentos de enfermagem (tabela 5) nota-se que 70% dos pacientes faziam uso de nutrição enteral, por esse motivo tinham acompanhamento da nutricionista.

A nutrição na assistência domiciliar é um conjunto de procedimentos terapêuticos que visa a manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente. Para que isto ocorra, cabe à nutricionista orientar os cuidadores da maneira adequada de prover os nutrientes ao paciente, levando em consideração a doença, as condições físicas, o estado nutricional, os hábitos alimentares e os aspectos psicológicos em que o paciente se encontra.(10)

TABELA 6 – Fonoaudióloga

Freqüência

Fa

Fr

2x por semana

2

20%

De acordo com os dados obtidos na tabela 6.6, analisamos que apenas 2 (20%) pacientes tinham atendimento de fonoaudióloga.

A fonoaudiologia pode contribuir no sentido de atuar, detectando, prevenindo, minimizando ou reabilitando, as disfagias, afasias e os distúrbios da comunicação nas doenças degenerativas e neurológicas, preservando a saúde, a dignidade e a autonomia.(10)

TABELA 7 – Assistente social

Freqüência

Fa

Fr

1x por mês

4

40%

1x por ano

1

10%

Quanto à visita da assistente social, verifica-se que em 4 (40%) famílias a visita é feita 1 vez por mês e em 1 (10%) família a visita ocorre 1 vez por ano. Nas demais famílias (50%), foi relatado que o contato era feito através de ligações telefônicas.

O assistente social encaminha e organiza as questões sociais que dificultam a evolução do tratamento e que possam interferir na resposta clínica do paciente, incluindo o contexto familiar.(10)

Com relação a equipe multidisciplinar é importante que os profissionais discutam entre si como foi a visita, levando em conta o parecer de cada profissional para verificar se os objetivos estão sendo atingidos e perscrutar a necessidade de planejamento de novas ações. É importante também identificar a necessidade de acompanhamento da equipe estabelecendo os retornos, avaliar aspectos positivos e negativos da assistência que está sendo prestada, observando a resolutividade dos problemas levantados pela equipe e a progressão na autonomia da família, proporcionando assim uma assistência de qualidade priorizando o bem estar do paciente.(11)

A preocupação com a qualidade da assistência à saúde é o principal foco de discussões formais entre os profissionais da área. Qualidade, no entanto, tem definições diversificadas tendo em vista valores pessoais e institucionais da equipe envolvida no processo. Assim, observa-se que a determinação na qualidade nos serviços de saúde, muitas vezes não possibilita a identificação dos elementos que caracterizam esse processo, bem como dos mecanismos utilizados para o alcance desse objetivo.(12)

O modelo de assistência de enfermagem enquanto estratégia para o alcance da qualidade assistencial, possibilita a identificação das necessidades do paciente, o planejamento e a implementação dos cuidados, favorecendo a criação de mecanismos de avaliação da assistência prestada, possibilitando ainda a documentação e a visualização das ações de enfermagem e seus resultados.(12)

TABELA 8 – Forma que soube da Assistência Domiciliar

Forma

Fa

Fr

Médico assistente

5

50%

Enfermeira

1

10%

Folhetos informativos

-

-

Amigos/parentes

1

10%

Assistente social

3

30%

Total

10

100%

Como a assistência domiciliar é uma nova modalidade de atenção à saúde, supomos ser importante levantar a forma pela qual as famílias obtiveram informações a respeito dessa modalidade.

Nos dados obtidos 5 (50%) pacientes conheceram o serviço de AD através do médico, 1 (10%) paciente obteve informações sobre o serviço através da enfermeira, 1 (10%) paciente através de amigos/parentes e para 3 (30%) pacientes foi a assistente social do convênio que forneceu as informações.

Com base nos dados concluímos que o médico assistente foi o maior veículo de divulgação, pois ao apresentar o sistema de AD para a família os médicos buscam a diminuição do tempo de internação hospitalar, rotatividade de leitos e diminuição da infecção hospitalar.

Há uma crescente tendência dos administradores hospitalares em otimizar as internações e reinternações, pressionados pelos altos custos, com uma maior racionalização do tempo de permanência do paciente no hospital, maior rotatividade dos leitos, diminuição dos custos hospitalares e, nesse sentido, para os convênios, a internação domiciliar é sempre apresentada como a melhor opção.(9) A questão econômica é um dos fatores mais importantes para o crescimento da assistência domiciliar no mundo.(1)

TABELA 9 – Motivos que levaram a optar pela Assistência Domiciliar

Motivos

Fa

Fr

Risco de infecção

1

10%

Prognóstico

6

60%

Conforto da família

8

80%

A pedido do médico

6

60%

Internação prolongada

3

30%

Como podemos observar na tabela 9, das 10 famílias entrevistadas 8 (80%) disseram que o conforto motivaram a optar pelo atendimento da assistência domiciliar, 6 (60%) disseram que o prognóstico da doença ajudou na decisão, 6 (60%) a pedido do médico, 3 (30%) devido ao tempo prolongado de internação e 1 (10%) por risco de infecção hospitalar.

O desenvolvimento de um plano de alta precoce requer a colaboração com os profissionais, tanto nos serviços de referência quanto nos serviços de saúde domiciliar, de saúde pública ou outro recurso comunitário. O processo envolve identificar as necessidades do paciente e desenvolver um plano completo para satisfaze-las.(13)

Após ser apresentada ao serviço, a família tem um papel importante na decisão de levar o paciente para casa com ou sem apoio da assistência domiciliar. É fundamental que a família aceite esse tipo de atendimento para que a equipe possa iniciar suas atividades para desospitalização do paciente, modificações do domicílio e orientações ao cuidador, já que o cuidado no domicílio envolve a participação do paciente, da família e da equipe de saúde.(3)

TABELA 10 – Vantagens da Assistência Domiciliar para o paciente/família

Vantagens

fa

Fr

Diminuição das internações hospitalares

5

50%

Aumento do contato familiar

9

90%

Atendimento mais humanizado

6

60%

Comodidade e conforto

8

80%

Fácil acesso ao profissional

2

20%

Segurança no atendimento

4

40%

Facilidade na realização de exames diagnósticos

4

40%

Quanto as vantagens do serviço de assistência domiciliar 9 (90%) famílias apontaram que o aumento do contato com a família é a maior vantagem que a assistência domiciliar pode proporcionar para o paciente/família, 8 (80%) famílias citaram a comodidade e o conforto, confirmando os dados da tabela 8, 6 (60%) famílias apontaram como vantagem o atendimento ser mais humanizado, 5 (50%) famílias citaram a diminuição das reinternações, 4 (40%) famílias citaram a segurança no atendimento e facilidade na realização de exames diagnósticos e 2 (20%) apontaram como vantagem a facilidade do acesso ao profissional.

A prestação de cuidados de enfermagem no domicílio do paciente é diferente daquele prestado no hospital. Na internação hospitalar o paciente tem pouco controle sobre o que lhe acontece, e espera-se que ele faça adesão as regras, regulamentações e horários de atividade do hospital. Na internação domiciliar os profissionais da equipe multidisciplinar são considerados uma visita na casa do paciente, onde eles têm o controle mínimo sobre o estilo de vida, situação de vida e práticas de saúde do paciente.(13)

A assistência domiciliar promove o conforto, a continuidade dos hábitos diários e a melhora da relação do paciente com a família, tornando o atendimento mais humanizado, já que a família também é envolvida na assistência ao paciente. É bastante ressaltado que o paciente na sua casa sente-se mais bem amparado, acelerando o processo de melhora.(1, 14)

TABELA 11 – Dificuldades para manter o paciente em Assistência Domiciliar

Dificuldades

fa

Fr

Aumento dos custos (luz, água, telefone...)

10

100%

Despesas com cuidador

3

30%

Adequação do domicílio

3

30%

Indisponibilidade da família

3

30%

Outros

4

40%

De acordo com a tabela, 10 (100%) famílias apontaram como maior dificuldade em manter o paciente na AD, o aumentos dos custos das contas de luz, água, telefone, 4 (40%) famílias relataram existir outras dificuldades que não estavam descritas no questionário, e que eram de grande importância para elas, como a invasão de privacidade, a afinidade entre família-profissional da saúde e a obrigação de ter que estar presente 24 horas no domicílio, 3 (30%) famílias citaram como dificuldade as despesas com cuidador, 3 (30%) famílias sentiram dificuldade em adequar o domicílio e outras 3 (30%) famílias tiveram dificuldade com a indisponibilidade de cuidar do paciente.

Comparada à assistência hospitalar, a assistência domiciliar apresenta custos reduzidos para os convênios, porém para as famílias há um aumento significante nas despesas da casa.(15)

De acordo com os dados obtidos, 8 (80%) cuidadores não sentem dificuldade em praticar a assistência ao paciente e 2 (20%) cuidadores afirmam ter essa dificuldade.

As atividades pertinentes ao cuidador implicam profundas mudanças no seu cotidiano, as quais freqüentemente intercorrem em processos de desgaste físico e emocional que podem culminar em isolamento social, ansiedade, depressão e mesmo doenças orgânicas, por este motivo propõe-se que cada paciente disponha de mais de um cuidador, de forma a viabilizar períodos de descanso.(3)

Para que a assistência domiciliar seja realizada pelo cuidador familiar é necessário que ele seja orientado pelo profissional de saúde, quanto aos procedimentos simples necessários ao cuidado do paciente.(16)

Como podemos observar no gráfico acima, em 7 (70%) famílias ocorreram casos de emergência e em 3 (30%) famílias não ocorreram casos de emergência.

Para as famílias que passaram por situações de emergência foi questionado quanto a segurança no atendimento prestado ao paciente, das 7 (100%) famílias que passaram por situação de emergência, 6 (90%) famílias sentiram-se seguras quanto a conduta da equipe multidisciplinar e 1 (10%) família não sentiu segurança relatando demora no atendimento prestado.

Segundo a ANVISAo sistema de assistência domiciliar deve: possuir sistema de comunicação que garanta o acionamento da equipe, serviços de retaguarda, apoio ou suporte logístico em caso de urgência e emergência; garantir aos pacientes que estão em regime de internação domiciliar, a remoção ou retorno à internação hospitalar nos casos de urgência e emergência.(5)

No gráfico 8, observamos que 6 (60%) famílias relataram que a assistência domiciliar era ótima, 3 (30%) famílias relataram que a assistência era regular e 1 (10%) família relatou que a assistência era boa.

Das 3 (100%) famílias que apontaram a assistência domiciliar como regular, 2 (90%) indicaram a demora para atendimento nas emergências e 1 (10%) indicou a demora para a agência de AD enviar os medicamentos necessários ao paciente. Porém, de acordo com o responsável pela agência de AD, o envio dos medicamentos para o domicílio, depende da aprovação da compra por parte do convênio do paciente.

A família que apontou a AD como boa, levantou o problema da demora para a ambulância remover o paciente nos casos em que necessitou realizar exames.

De acordo com o gráfico acima, 9 (90%) famílias optariam pela assistência domiciliar novamente se ocorresse outro caso na família, e 1 (10%) família não optaria novamente por esta modalidade de atendimento.

Comparando os gráfico 8 e 9, observamos que apesar de apenas 6 (60%) famílias apontarem a assistência domiciliar como ótima, 9 (90%) famílias optariam pela modalidade novamente. Nota-se que mesmo as famílias apontando algumas falhas na assistência domiciliar, elas continuariam optando pela modalidade, levando em conta a maior comodidade e conforto para a família e paciente.

A assistência domiciliária melhora a qualidade de vida do paciente e de seus familiares, pois, durante uma internação hospitalar, há alterações da rotina de vida do paciente e de quem o cerca.(13)

5 – CONCLUSÃO

Diante da pesquisa apresentada foi possível conhecer e entender como ocorre o cuidado do paciente em seu domicílio quando incluído na modalidade de internação domiciliar, bem como analisar a eficácia e a qualidade da assistência prestada.

Durante a realização da pesquisa questionou-se a indicação da internação domiciliar para pacientes de alto risco. Foi possível observar que o paciente de alto risco com evolução clínica instável permanece no hospital, e o paciente de alto risco no domicílio é aquele com evolução clínica estável, porém necessita de procedimentos de enfermagem complexos, sendo dependentes de equipamentos e métodos terapêuticos invasivos para manutenção da vida.

De acordo com a pesquisa realizada 60% dos pacientes eram de alta complexidade, necessitando de um suporte terapêutico mais complexo.

Com isso, conclui-se que a internação domiciliar para pacientes estáveis é totalmente indicada, proporcionando todo o suporte necessário para o tratamento de pacientes de qualquer faixa etária.

Quanto a assistência de enfermagem, fica evidenciado na pesquisa realizada, que o profissional enfermeiro e o técnico ou auxiliar de enfermagem estão sempre presentes no cuidado do paciente, não importando o nível de complexidade que ele se enquadra.

A internação domiciliar traz inúmeros benefícios ao paciente e sua família, pois torna o atendimento mais humanizado, proporciona maior comodidade e conforto, melhora a qualidade de vida do paciente, diminui o índice de infecção e número de reinternação.

Segundo dados obtidos com a pesquisa 90% das famílias apontaram que a internação domiciliar aumentou o contato familiar e 80% relataram que essa modalidade proporciona maior comodidade e conforto para a família e o paciente.

Em contra partida, as famílias têm seus custos aumentados significativamente com a internação do paciente no domicílio, pois além de aumentar o consumo de energia elétrica por conta das aparelhagens utilizadas na assistência do paciente, algumas famílias por não terem disponibilidade para acompanharem o paciente 24 horas por dia, necessitam contratar um cuidador gerando mais despesas.

Foi observado que 100% das famílias apontaram que a maior dificuldade em manter o paciente na internação domiciliar foi o aumento nas despesas da casa. Porém, diante de todas as dificuldades enfrentadas pelas famílias, 90% disseram que optariam por este serviço novamente e demonstraram satisfação com o atendimento prestado.

Esse tipo de assistência não beneficia apenas o paciente e sua família, como também os convênios, pois o custo de uma internação domiciliar para os planos de saúde são menores do que uma internação hospitalar.

Assim podemos entender que a assistência domiciliar vem crescendo a cada ano e se firmando como modalidade de saúde essencial para o serviço hospitalar por gerar maior rotatividade de leitos, diminuição de custos e principalmente, a humanização do paciente, fazendo da doença um vínculo família – paciente – profissional da saúde.

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

(1) Mendes W. Home care: uma modalidade de assistência em saúde. 1ªed. Rio de Janeiro: UERJ, UnATI, 2001.

(2) Cofen. Resolução 267 de 5 de outubro de 2001. Dispõe sobre as atividades da enfermagem em domicílio – home care. Site www.coren-sp.org, visitado em 20 de fev de 2008.

(3) Duayer MFF, Oliveira MAC. Cuidados domiciliários no SUS: uma resposta às necessidades sociais de saúde de pessoas com perdas funcionais e dependência. Rev Saúde em Debate 2005; 29 (70) : 198 – 209.

(4) Ministério da Saúde. Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição. Manual de assistência domiciliar na atenção primária à saúde. Porto Alegre (RS); 2003.

(5) Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada nº 11 de 26 de janeiro de 2006. Dispõe sobre regulamento técnico de funcionamento de serviços que prestam atenção domiciliar. Diário Oficial da União,. Brasília, 30 de jan, 2006.

(6) Duarte YAO, Diego MJE. Atendimento domiciliário - um enfoque

Gerontológico. 1ª ed. São Paulo: Atheneu; 2000.

(7) Lima DSP, Dias JS, Bastos LC. Sistema de classificação e elegibilidade de pacientes para assistência domiciliar. [tese] Paraná (PR): Pontifícia Universidade Católica do Paraná; 2005.

(8) Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos da pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5ªed. Porto Alegre: Artmed; 2004.

(9) Floriani CA, Schramm FR. Atendimento domiciliar ao idoso: problema ou solução. Cad Saúde Pública 2004; 20 (4) : 986-94.

(10) Andrade EC, Urtiga DC, Lima FMR. A atuação do profissional da saúde no serviço de "home care". texto disponível no site http://www.portalfarmacia.com.br/

farmacia/principal/conteudo.asp?id=4456, acessado em 07/10/2008.

(11) Ohara ECC, Ribeiro MP. Assistência domiciliária. In: Ohara ECC, Saito RXS. Saúde da família: considerações teóricas e aplicabilidade. 1ª ed. São Paulo: Martinari; 2008. p. 115 – 27.

(12) Fugulin FMT, Andreoni S, Ravaglio LMM. Processo de gestão da qualidade das ações cuidativas. In: Cianciarullo TI, Gualda DMR, Melleiro MM, Anabuki MH. Sistematização de assistência de enfermagem: evolução e tendências. 3ª ed. São Paulo: Ícone; 2001. p. 261-78.

(13) Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p. 21-7.

(14) Püschel VAA, Ide CAC, Chaves EC. Assistência domiciliar: a mobilização de conceitos de profissionais a partir de uma intervenção pedagógica. Rev Paul Enf 2006; 25 (1) : 11-7.

(15) Silva KL, Sena R, Leite JCA, Seixas CT, Gonçalves AM. Internação domiciliar no sistema único de saúde. Rev Saúde Pública 2005; 39 (3) : 391-7.

(16) Cruz ICF, Barros SRTP, Ferreira HC. Enfermagem em home care e sua inserção nos níveis de atenção à saúde: a experiência da escola de enfermagem da universidade federal fluminense. Rev Atual Enf 2001; 1 (4) : 35-8.


Autor: Nathalia Abreu Simoes | Priscila Matos Gomes da Silva


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