Identidade Cultural na Pós Modernidade



RESENHA CRÍTICA :

AIDENTIDADE CULTURAL NA PÓS- MODERNIDQADE

A identidade em questão: as identidades, que por muito tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o individuo moderno,até até então visto como sujeito unificado.As identidade surgem de nossos "pertencimento" a cultura, étnicas, raciais, lingüísticas, religiosas e, acima de tudo , nacionais.o conceito de identidade é demasiadamente complexa, muitas pouco reconhecida e compreendida na ciência social contemporânea.

Um tipo de mudança estrutural esta transformando as sociedades modernas no final do século xx. Isso está fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero , sexualidade etnia, raça e nacionalidade que no passado, nos tinham fornecido sólidas localizações como indivíduos sociais. Estas transformações estão também mudando nossas identidades pessoais, abalando que temos de nós mesmos como sujeitos integrados. Esta perda de um "sentido de si' estável é chamada de deslocamento ou descentralização do sujeito, esses deslocamento ou descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmo- constitui uma "crise de identidade" para o indivíduo.

Há três concepções muito diferente de identidade: A) sujeito do Iluminismo B) sujeito sociológico C) sujeito pós moderno.o sujeito iluminista, está baseado na concepção da pessoa humana como um individuo totalmente centrado,unificado, dotado das capacidades de razão, de consciênciae de ação, pela primeira vez que o sujeito nascia e com ele se desenvolvia, ainda que permanecendo essencialmente , continuo ou idêntico a ele ao longo da existência do individuo. O centro essencial do EU era a identidade de uma pessoa.

A noção do sujeito sociológico refletiaa complexidade do mundo moderno a consciênciade que este núcleo interior do sujeito não era autônomo e auto suficiente, mas era formado na relação com outros pessoas importantes por ele, que mediavamparaosujeitoos valores,sentidos e símbolos a cultura dos mundo que ele o habitava.

Aqui a identidade é formada na "interação" entre o eu e a sociedade.O sujeito ainda tem um núcleo ou essência interiorque é o eu real. Mas este é formado e modificado num diálogo continuo com os mundos culturais " exterior" e as identidadesque esses mundos oferecem..A identidade, nessa concepção sociológica , preencheo espaço entre o interior e o exterior entre o mundo pessoal e o mundo publico.o fato de que projetamos a nós próprios nessas identidades culturais e ao mesmo tempo internalizamos seus significados e valores,tornando-os parte de nós , contribui para alinhar nossos sentimentos subjetivos com os lugares objetivosque ocupam no mundo social e cultural. A identidade então, costura o sujeito aestrutura. Estabiliza tanto os sujeitos quanto os mundos culturais que eles habitam, tornado ambos reciprocamente mais unificados e pré-dizíveis.

Através desses fatos, o que exatamente essas coisas que estão mudando. O sujeito previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado, composto não de uma única mais de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não resolvidas ,as identidades que compunhamas paisagens sociaisla forae que asseguravam nossa conformidade subjetiva com as necessidades objetivas da cultura ,estão entre tanto em colapso , como resultado de mudanças estruturais e institucionais. Opróprio processo de identificação,através do qual nós projetamos em nossasidentidades culturais, tornou-se mais provisória, variável e problemático.

Esse processo produz sujeito pós- moderno, conceptualizado como não tendo uma identidade fixa,essencial ou permanente. A identidade torna uma celebração móvel: formada e transformada continuamente em relação as formas pelas quais somos representadas e interpretadas nos sistemas culturais que nos rodeiam.é definida historicamente, e não biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor do " eu"coerente.dentro de nós a identidades contraditórias empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamentedeslocados. Se sentimos que temos uma identidade desde o nascimento até a morte é apenas porqueconstruímosuma cômoda da estória sobre nós mesmos ou uma confortadora narrativa do "eu'.

"A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia". Tomaz Tadeu da Silvae Garcia Lopes Louro (1992 p.13).

O CARATER DA MUDANÇA NA MODERNIDADE TARTDIA

As sociedades são portanto , por definição, sociedade de mudanças constantes, rápida e permanente.

A modernidade, em contraste não definida apenascomo a experiência de convivência com a mudança rápida, abrangente e continua, mas é uma forma altamente reflexiva de vida.As sociedades da modernidade tardia são caracterizadas "peladiferença", mas são atravessadas por diferentes posições de sujeitos, isto é, identidades paraos indivíduos.Se tais sociedades não se desintegram totalmente não é porque elas são unificadas, mas é porque seus diferentes elementos e identidades podem, sob certas circunstancias, ser conjuntamente articuladas.Essa articulação é sempre parcial, ou seja, a estrutura da identidade permanece aberta, sem isso argumenta Laclau, não haveria nenhuma história.

Esta é uma definição de identidade muito diferente e muito mais perturbadora e provisória do que as duas anteriores.Entre tanto,argumenta Laclau deslocamentos tem características positivas.Ele desarticula as identidades estáveis do passado, mas também abre possibilidade de novas articulações: a criaçãode novas identidades, a produção de novos sujeitos é o que ele chama de recomposição da estrutura em cima de pontos nadais particulares de articulação ( Laclau,1990).

O QUE ESTÁ EM JOGO NAWS QUESTÕES DAS IDENTIDADES

Como o conceito de identidade mudou. Do conceito ligado ao Iluminismo para o conceito sociológico, depois, para o sujeito pós moderno.

NASCIMENTOE MORTE DO SUJEITO MODERNO

As transformações associadas à modernidade libertaram o individuo de seus apoio estáveis nas tradições e nas estruturas. Antes acreditava-se que esses eram divinamente estabelecidas, não estavam sujeitas, a mudanças fundamentais.Status, a classificação e a posição de uma pessoa "na grande cadeia do ser" a ordem circular e divina das coisas predominavam sob qualquer sentimentos de que a pessoa fosse um individuo soberano.O nascimento do individuo soberano, entre o humanismo renascentista do século XVle o iluminismo do séc. XVll , representou uma ruptura importante do passado.Alguns autores argumentam que ele foi o motor que colocou todo o sistema social da modernidade em movimentos.

Muitos movimentos importante na cultura e pensamento ocidental contribuíram para a emergência dessa nova concepção: A reforma e protestantismo, que libertaram a consciênciaindividual das instituições religiosas da igreja e as expulsaram diretamente aos olhos de Deus. O humanismo renascentista, que colocou o homem no centro do universo, as revoluções cientifico que conferiram ao homem faculdade e a capacidade para inquerir, investigar e decifrarosmistérios da natureza.O iluminismo centrado na imagem do homem racial, cientifica, libertado do dogma e da intolerância, e diante do qual se estendia a totalidade da historia humana,para ser compreendida e dominada.

Grande parte da historia da filosofia Ocidental consiste de reflexões dessa concepção de sujeito, seus poderes e suas capacidades.Uma figura importante que deu a essa concepção sua formulação primaria foi o filosofo Frances René Descartes (1596,1650).Descartes foi profundamente influenciado pela "nova consciência" do séc.XVll. Ele foi atingido pela profundadúvida do ceticismo metafísico.

Raymond Williamssintetizou a imersão do sujeito moderno nas praticas e discursos da modernidade na seguinte passagem.

A emergência de noções de individualidade, no sentido moderno, pode ser relacionado ao colapso da ordem social, econômica e religiosa medieval.

No movimentogeral contra o feudalismo houve uma ênfase na existência pessoal do homem, acimae além de seu lugar e sua função numa rígida sociedade hierárquica.Houve uma ênfasesimilar, no protestanismo, na relação direta ou individual do homem com Deus, em oposição a esta posição medida pela a igreja.

Mas foi só ao final do séc.XVll e no sec.XVlll que um novo moda de analise na lógica matemática, postulou o individuo como a entidade maior, a partir da qual outras categorias ( especialmente categorias coletivas eram derivadas. O pensamento político do Iluminismo surgiu principalmente este modelo.

Ainda no século XVlll,era possível imaginas os processos da vida como estando centrados no individuo "sujeito da razão" mas a medida que as sociedades modernas se tornavam mais complexas, elasadquiriam uma forma mais coletiva e social. A partir daí então as Teorias clássicas liberais de governo, baseados nos direitos e consentimentos individuais, foram obrigados a dar conta das estruturas do estado e das grandes massas que fazem uma democracia moderna.

Dois importantes eventos contribuíram para a articulação um conjunto mais amplo de fundamentos conceptuais para o sujeito moderno.O primeiro, foi a biologia DarWiniana. O sujeito humano foi Biologizado a razão tinha uma base na natureza e a mente um fundamento no desenvolvimento físico do celebro humano.segundo foi o surgimento das novas ciências sociais, as transformações que isso pôs em ação foram desiguais.

O individuo soberano com as suas vontades, necessidades, desejos e interesses, permaneceu a figura central tanto nos discursos da economia moderna quanto nos da lei moderna.O estudo do individuo e de seus processos mentais se tornou-se o objeto de estudo especial e privilegiado da psicologia.

A sociologia forneceu uma critica do individualismo racional do sujeito cartesiano.localizou o individuo como processo em grupo e nas normas coletivas, as quais,argumentava,subjaziam a qualquer contrato entre sujeitos individuais.

Em conseqüência desenvolveu uma explicação alternativa do modo como os indivíduossão formados subjetivamente através de sua participação em relações sociais mais amplas, e inversamente do modo como os processos e as estruturas são sustentadaspelos papéis que os indivíduos neles desempenham. Essa internalização do exterior do sujeito e essa externalização do interior, através da ação no mundo social, constituem a descrição sociológica primaria do sujeito moderno e estão compreendidas na teoria da socialização.

Este modelo sociológico interativo com sua reciprocidadeestávelentre interiore exterior, é em grande parte um produto da primeirametade do século XX, Quando asciências sociais assumem sua forma disciplinar atual.Exatamente no mesmo período, um quadro mais perturbador e perturbado do sujeito e da identidade estava começando a emergir dos movimentos estéticos e intelectuais associados com o surgimento do modernismo.

DESCENTRANDO O SUJEITO: Aquelas pessoas que as identidades estão sendo fragmentadas, argumentam que o que aconteceu a concepção do sujeito moderno, na modernidade tardia, não foi simplesmente sua desagregação, mais seu deslocamento.

Cinco grande avanços na teoria social e nas ciências humanas ocorridas no pensamento, no período damodernidade tardia ( a segunda metade do séc. xx), e cujo o maior efeito, argumenta-se, foi o descentramento final do sujeito cartesiano.

A primeira descontração importante refere-se as tradições marxista (os escritos de Marx pertencem, naturalmente no séc. XlX e não no séc XX,mas um dos modos que seu trabalho foi redescoberto e reinterpretado na décadade 60 foi sua afirmação de que "os homens fazem a história, mas apenas sobre as condições que são dadas", 2006, p.34)

O segundo dos grandes descentra mentos no pensamento Ocidental vem da descoberta ou do inconsciente por Freud. A teoria de Freud, de que nossa identidade nossa sociedade e a estrutura de nossos desejos são formados com base em nossos processos psíquicos e simbólicos do inconsciente, que funciona de acordo com uma lógica muito diferente daquela da razão, arrasa com o conceito de sujeito cognoscente e racial provido de uma identidade fixa e unificada- "O penso logo existo" do sujeito do Descartes. Este aspecto do trabalho Fe Freud tem tido também um profundo impacto sobre o pensamento moderno nas três ultimas décadas.

"A identidade é realmente algo formado ao longo do tempo, através de processos inconsciente, e não algo inato, existente na consciência no momento do nascimento"2006,p.38. Ela permanece sempre incompleta esta sempre em processo sempre sendo formada". Assim ao invez de falar da identidade como uma coisa acabada, deveríamos falar de identificação, e vê-la como um processo em andamento.A identidade surge não tanto da plenitude da identidade que já esta dentro de nós como indivíduos, mas de uma falta de inteireza que é preenchida a partir de nosso exterior, pelas formas através das quais nos imaginamosser vistas por outros.

Psicanaliticamente, nós continuamos buscando a identidade e construindo Biografia que tecem as diferentes partes de nossos eusdivididosnuma unidade porque procuramos recapturar esse prazer fantasiado da plenitude.(2006,p.39).

O terceiro descentramento está associado ao trabalho desenvolvido de Ferdinand de Saussure, Saussure argumentava que nos não somos em nenhum sentido, os autores das afirmações que fazemos ou dos significados que nos expressamos na língua .

Nos podemos utilizar a língua paraproduzir significados apenas nos posicionando no interior de nossa cultura. A língua é um sistema social e não individual.Ela pré-existe a nós. " falar uma língua não significa expressar nossos pensamentos mais interiores e originais, significa também ativar a imensa gama de significados que já estão embutidas em nossa língua e em nossos sistemas culturais.

Entre a língua e a identidade existe uma analogia. " Eu sei quem eu sou em relação com o outro".

O quarto descentramento principal da identidade e do usoocorre no trabalho do filosofo e historiador Frances Michel Foucout. Foucout produziu uma espécie de " genealogia" do sujeito moderno.

O objetivo do poder disciplinar consiste em manter, as vidas, as atividades, o trabalho, as infelicidades e os prazeres do indivíduos ,assim como sua saúde física e moral, suas praticas sexuais e sua vida familiar, sol, atrito, controle e disciplinas" das ciências sociais.seu objetivo básico consiste em produzir um ser humano que possa ser tratado como um corpo dócil (Dreyfus e Rabinow,1982.p.35)

O que é interessante do vista da historia , do sujeito moderno, é que ,embora o poder disciplinar de Foucaut seja o produto de nossas instituições coletivas e de grande escala na modernidadetardia, suas técnicas envolve uma aplicação de poder.e do saber que individualiza ainda mais o sujeito e envolve mais intensamente o seu corpo.

O quinto descentramento que os proponentes citam, é o impacto do feminismo, tanto como uma critica teórica quanto como um movimento social.O feminismo faz parte daquele grupo de novos movimentos sócias que emergiram nos anos 60( grande marco da modernidade tardia), juntamente com as revoltas estudantis, os movimentos juvenis contra culturais e antibelicista, as lutas pelos direitos civis, os movimentos revolucionários do terceiro mundo os movimentos pela paz e tudo aquilo que esta associado.

Como argumento anteriormente, todos esses movimentostinham uma ênfase e uma forma cultural fortes. Eles abraçaram o"teatro" da revolução.

Eles refletem o enfraquecimento ou o fim da classe política e das organizações políticas de massas com elas associada, bem como sua fragmentaçãoem vários e separados movimentos sociais.

Cada movimento apelava para a identidade social e seus sustentadores.Assim o fenômeno apelava as mulheres, a política sexual aos gays e lésbica,as lutas raciais aos negros.Isso constituiu o nascimento histórico que veio a ser conhecida como a política da identidade para cada movimento.

Mas o feminismo teve também uma relação mais direta com o descentramento conceitual do sujeito cartesiano e sociológico. Ele abriu, portanto, para a contestação política, arenas inteiramente novas a vida social, familiar, a sexualidade, o trabalho domestico, a divisão domestica do trabalho, o cuidado com as crianças etc.

Ele também enfatizou, como uma questão política e social, o tema da forma como somos formados e produzimos como sujeitos generificados. Isto é, ele politizou a subjetividade, a identidade e o processo de identificação ( como homens, mulheres, mães, pais, filhos e filhas).

Aquilo que começou como um movimento dirigido a contestação da posição social das mulheres expandiu-se paraincluira formação das identidadessexuais e de gêneros.

As mudanças conceituais através, de acordocom Algunsteóricos, " o sujeito" do Iluminismo, visto como tendo uma identidade fixa e estável, foi descentrado nas identidades abertas, contraditórias, inacabadas, fragmentadas do sujeito, pós moderno.


Autor: Silvana Mendonça Lopes


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