Competir ou Cooperar?



É possível avaliar que na história do mundo atual, as mudanças sempre chegaram aproximadamente à mesma velocidade dos meios de transporte da época. Atualmente percebo que elas são instantâneas, porque o meio de transporte ficam cada vez mais e mais dependentes de um constante aprendizado.Penso que a aprendizagem é um fator primordial para o nosso crescimento seja no campo profissional ou pessoal. Vivencio que a aprendizagem é um processo complexo que realiza no interior do indivíduo e se manifesta em uma mudança de comportamento, analiso que para se estabelecer se houve ou não aprendizagem é preciso que as mudanças ocorridas sejam relativamente permanentes. Existem pelo menos sete fatores fundamentais para que tal aprendizagem se efetive são eles: saúde mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração ou atenção e memória. A falta de um desses fatores pode ser a causa de insucessos e das dificuldades de aprendizagem que irão surgindo no atual mercado de trabalho. Um dos pontos mais importantes que será apresentado neste trabalho é a motivação, na qual é primordial enfocar que para competir é preciso antes de tudo cooperar, desde que se esteja plenamente motivados, desde já vale ressaltar que a motivação está dentro de nós, logo não se aprende aquilo que temos prazer de atuar.

O mundo passa por transformações em praticamente todas as atividades humanas, o que inclui o universo empresaria,l com o advento da globalização, não querendo ou mesmo não sabendo, todos nós participamos de uma concorrência mundial. Sistemas de produção foram modernizados, novos mercados surgiram, as influências se multiplicaram e o consumidor ficou mais exigente. A globalização derrubou fronteiras e hoje já não existem regiões remotas no mundo: o que acontece em um extremo do planeta repercute no outro. Mas, se, por outro lado, os mercados se ampliaram, por outro, a competição cresceu.

Se até alguns anos acreditava-se que a competitividade dependia apenas de capital e infra -estrutura, a experiência de países como Itália e Irlanda revelou que a ação coletiva é fundamental. A capacidade de comunidades e regiões se organizarem, definirem vocações e mobilizarem forças em torno de um objetivo comum é o novo fator da competitividade. O esforço conjunto de empresas (fornecedores e concorrentes), sindicatos, universidades, poder público e centros de formação de mão- de- obra torna o grupo mais sólido, eficaz e habilitado para conquistar mercados e gerar riqueza à comunidade ou região.

Outro fator importante é o uso da palavra empregabilidade que é usada para definir um estado em que o empregado está capacitado a manter-se empregado através de sua constante atualização por meio do aprendizado. Para as empresas, empregabilidade pode muito bem ser definida como a sua capacidade de continuar empregando através de uma atualização constante. Como para se aprender, seja lá o que for, o prazer é fundamental, ele passa a ser fundamentalpara a empregabilidade, não somente do indivíduo, mas também da empresa, isto é, é refletida por sua capacidade de se manter no mercado através do aprendizado constante de seus parceiros. Toda essa transformação que está ocorrendo no ambiente, irradia por círculos concêntricos, como aqueles que se formam quando uma gota cai numa poça d´água.

O Brasil, e a terra dos contrastes, apresenta vários níveis superpostos de desenvolvimento e modernização empresarial e industrial. Nas grandes capitais, as conseqüências da modernização se fazem sentir com mais intensidade. O motivo é o aumento da concorrência, proporcionando pela abertura do mercado aos produtos estrangeiros. A abertura de mercado trouxe novos produtos, mais concorrências e uma revolução de conceitos para as empresas brasileiras, que se viram na contingência de revisar seus sistemas de trabalho e exigir desempenhos diferentes dos seus profissionais. Sobreviver passou a significar diminuir de tamanho e produzir melhores produtos, por menor preço, para atender às necessidades do mercado.

Um exemplo disso são as montadoras de automóveis no Brasil. Durante muito tempo, ditaram preços e regras. A abertura do mercado trouxe veículos com padrões mais modernos e preço mais baixo. A reação das montadoras brasileiras foi anunciar o lançamento de carros de concepção mais avançada, com menor preço.

Paralelamente aos processos de modernização industrial e corporativa, implementa-se no país uma política para diminuir o custo que o Estado representa e para estimular a exportação, o que determina a necessidade de preços competitivos para o mercado internacional.

A reorganização do sistema produtivo vem sendo gradual e varia de acordo com o grau de exposição da empresa brasileira no mercado externo. Grandes empresas que atendem o mercado nacional e exportam são diretamente afetadas.

Isso cria, bolsões de modernidade e de atraso: É o Brasil do século XIX convivendo com o século XX e com tecnologias do século XXI. As formas de trabalho adquirem novas feições e o emprego passa por redefinições profundas. É evidente que o emprego não morreu, mas pode deixar de existir tal como o conhecemos.

As relações de trabalho já não são mais duradouras como antigamente. Os empregos para toda vida não mais existem. Os períodos de permanência nas empresas ficam cada vez mais curtos, enquanto aumentam as exigências em termos de profissionalismo. A empresa não é mais a grande família, e sim o local onde profissionais atuam na produção de bens e na prestação de serviços. As grandes empresas e corporações, para sobreviver à crise econômica mundial e atender às novas demandas do mercado, eliminaram ou redesenharam cargos, em muitos cargos, operações inteiras.

Como conseqüência do redimensionamento das empresas, o emprego pode ser retirado ou a função extinta de uma hora para outra. Vivemos com o fantasma das demissões nos espreitando. O momento exige que repensemos nosso conceito de segurança profissional para adequar as nossas expectativas ao momento histórico. Trata de uma revolução de conceitos e comportamentos. Uma revolução difícil, pois contaria décadas e décadas de educação e treinamento.

É sabido que jogar é viver e uma grande oportunidade criativa para encontrar com a gente mesmo. A partir disso, o "jogo" passa a ser conseqüência de nossas ações e relações em todos os âmbitos, principalmente no trabalho onde existem dois "estilos" básicos de jogo: Na COOPERAÇÃO, as pessoas ou grupos combinam as suas atividades juntas para conseguir realizar um objetivo comum, de tal maneira que o êxito de alguma das partes concorra para um maior êxito das demais, esse é oprocesso social de cooperação. Na COMPETIÇÃO, quando uma pessoa ou um grupo tem como objetivo um melhor resultado em relação à outra pessoa ou grupo, é gerada a oposição. Muitas das escolhas, comportamento e atitudes que temos conscientes ou inconscientes, têm suas raízes no MITO da "natureza competitiva" do Homem.Posso dizer que o comportamento cooperativo é um aspecto fundamental e que somente através da cooperação e agindo como um valioso e cooperativo membro da sociedade podemos superar nossas limitações e sentimentos de inferioridade.

Por outro lado, uma falta de cooperação e um conseqüente sentimento de inadequação, são as raízes de todos os estilos de vida inadequada. Hoje as empresas, já possuem esta visão e estão investindo em "Formação de Equipes de Trabalho". Mesmo quando é óbvio que a cooperação é a melhor estratégia, traz melhores resultados e produz bem estar, muitas pessoas, infelizmente,ainda preferem competir a cooperar.

As ações de cooperação desenvolvidas por empreendedores que compartilham objetivos são cada vez mais freqüentes. Até porque o mundo exige mudanças de comportamento. A corrida em direção a um mundo sem fronteiras, especialmente na economia e nos negócios, intensificou a disputa por mercados, que se tornaram mais exigentes. Além disso, a oferta de empregos formaisdiminui, levando as pessoas a buscarem na cooperação e na união de forças uma alternativa. Juntas, partem para a solução de problemas, conciliando interesses, necessidades e objetivos.

Creio que a cooperação é a melhor maneira de potencializar resultados e se revela uma ferramenta poderosa para inserir no mundo da competição empresarial estruturada uma parcela significativa dos empreendedores que hoje se encontram na informalidade. Por isso, um modelo nacional de fomento e estímulo à competitividade deve incluir o conceito de cooperação, com foco empresarial.

A realidade mostra que as empresas vêm reagindo ao processo de globalização e à concorrência externa com um movimento de regionalização, ou seja, a cooperação e a integração de esforços para tornar competitiva a cadeia produtiva de uma região. Isso gerou um novo termo ao dicionário do empreendedor: coopetição. Direciona da formação de alianças entre indivíduos, empresas, instituições e comunidades, como estratégia para o desenvolvimento.

Logo, ter segurança profissional, hoje é mais do que ter emprego e salário. É ter a possibilidade, a condição de conseguir trabalho e remuneração, independentemente da idade e de estar ou não empregado. Desenvolver a empregabilidade esse é o maior desafio. Por isso, cada vez mais se fala de uma economia social, solidária, que não se restrinja aos resultados econômicos, mas que incorpore o desenvolvimento em todos os aspectos que levam ao bem-estar da sociedade.

 Barbara Nice
Aluna do curso de Pós- graduação em Pedagogia Empresarial. Universidade Candido Mendes
Publicado no comunicandido 8- 14 de dezembro.


Autor: Barbara Nice


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