Tabagismo Passivo



TABAGISMO PASSIVO

Por: Jorge Schemes*

"Sem fumaça no interior" é o slogan escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial sem Tabaco, com a finalidade de fomentar os "espaços 100% livres de fumaça". O confinamento de fumantes nos "fumódromos" foi a primeira atitude severa contra o cigarro no ambiente de trabalho para evitar atritos entre fumantes e não fumantes. Mas a ofensiva não parou por aí. O tabagismo já está queimando o filme de candidatos na disputa por uma vaga. Muitos empresários e executivos não estão mais contratando fumantes. Muitas empresas também adotam a norma de que em caso de igualdade entre dois candidatos, a opção é por quem não tem o vício. Os argumentos são bastante práticos: as tragadas roubam tempo de trabalho e aumentam o absenteísmo (fumantes ficam gripados com maior freqüência e faltam mais ao trabalho). Um levantamento feito com dados dos departamentos de recursos humanos de grandes empresas no Brasil envolvendo cerca de 100 mil funcionários concluiu que as empresas gastam em média mil e duzentos dólares a mais por ano com esses trabalhadores fumantes. Cruzando dados como salários, faltas, pausas para acender um cigarro, uso do plano de saúde com consultas, internações e cirurgias, a consultoria concluiu que além de fazer mal à saúde, o cigarro também dá prejuízo para as empresas.

Para a OMS as razões para aumentar o cerco ao tabagismo em lugares públicos e nos ambientes de trabalho vão além de questões produtivas. Um estudo recente alerta que a metade das crianças de todo o mundo estão sendo expostas à fumaça do cigarro. Prova disso foi uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com 244 crianças de quatro a 12 anos de idade, a qual comprovou que o funcionamento dos pulmões dos filhos de fumantes é mais prejudicado do que o dos abstêmios. O fumo afeta mais as crianças com pais fumantes após o parto se comparados àqueles que fumaram até a gravidez e interromperam com o nascimento do bebê. Segundo uma pesquisa realizada pela OMS, em colaboração com outras organizações, entre estudantes de 13 a 15 anos de 132 países, 43,9% dos entrevistados estavam expostos à fumaça do tabaco em suas casas e 55,8% nos lugares públicos. Por essa e outras razões, a OMS afirma que há urgência em proteger os fumantes passivos. Muitos países já tomaram medidas adotando leis para exigir que todos os lugares públicos e de trabalho fechados fiquem 100% livres de fumaça do cigarro, a qual contém cerca de quatro mil substâncias químicas conhecidas, entre elas mais de 50 cancerígenas. Vale lembrar que o tabagismo passivo causa cardiopatias e graves doenças respiratórias e cardiovasculares suscetíveis de provocar a morte prematura também entre adultos. O tabaco mata cinco milhões de pessoas no mundo ao ano, e também é a principal causa de mortalidade evitável do planeta. A campanha de combate ao tabagismo passivo deve estimular a sociedade para a criação de muitos lugares sem a fumaça do cigarro.

*Jorge Schemes
Coordenador do NEPRE na GEECT de Joinville, SC.
www.projetonepre.blogspot.com


Autor: Jorge Schemes


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