O Fermento dos Fariseus



O fermento, no sentido comum da palavra, é uma substância carregada de microorganismos, fungos e levedos, que em contato com outras substâncias, massa de pão, sucos naturais, ou leite, altera a composição natural desses alimentos, numa reação química chamada de fermentação.

A fermentação é uma reação silenciosa, vagarosa e progressiva, que pouco a pouco vai transformando a massa, alterando o seu sabor, a sua aparência e a sua composição. Modifica a massa silenciosamente. Pouco a pouco elimina a essência natural, dando novas propriedades e novas características à substância fermentada. Por fim, leveda. Azeda.

Saliente-se ainda que muitos fermentos são expressamente prejudiciais à saúde das pessoas, muitos deles até mesmo suspeitos de ser cancerígenos.

Diz-se que entre os judeus, o fermento constituía-se de uma massa velha em alto grau de fermentação, que introduzida na massa fresca, provocava a fermentação.

A Páscoa entre os judeus era celebrada com pães asmos, ou seja, pães sem fermento. DT. 16.8.

Num sentido figurado, entendemos que "pão" é a Palavra do Senhor, o Verbo de Deus que alimenta a alma e o espírito de todo ser humano, despertando-lhe a fé e a esperança de vida eterna.

"Pães asmos" aponta para a Palavra de Deus oferecida de forma pura ao espírito do pecador, sem a interferência dos "achismos" humanos.

O "fermento", nesse sentido, nada mais é do que a interferência humana na interpretação da Palavra, dando-lhe outro aspecto à vista dos homens. É a velha massa da hipocrisia, da malícia, do egoísmo, da demagogia e do interesse individual, característico de todo ser humano, interferindo na nova massa espiritual do pão que dá a vida, o Evangelho de Cristo. Fermento, aqui, é o que há de podre no ser humano, vestido de cores religiosas para facilitar o domínio e a manipulação.

Fermentação fala de formalidades, superfluidades e "vãs sutilezas" que, sorrateiramente, e forçadamente, alguns extraem do texto bíblico para justificar e fundamentar interesses particulares ou institucionais. Torcendo o sentido do texto aqui, modificando ali, omitindo, invertendo, acrescentando, subtraindo, descontextualizando, procuram, com isto, justificar e dar embasamento bíblico a doutrinas tendenciosas, opiniões particulares, desejos e motivações puramente pessoais.

O "fermento" aponta para esses interesses particulares camuflados e encobertos por um discurso religioso de "verdade" indiscutível e indispensável. O "fermento" fala do uso da Palavra de Deus num contexto diferente da que foi proferida, para justificar interesses de homens ou de instituições religiosas. É a manipulação da Palavra, é o uso de signos e símbolos religiosos para induzir a superstição, o medo, a angústia e a insegurança, produzindo dependência emocional e espiritual. Dependência de intermediários, de igrejas, de homens.

O "fermento" é a enganação escondida atrás dos discursos, das catedrais, dos títulos e das togas eclesiásticas.

Quando Jesus fala de "fermento dos Fariseus", na verdade Ele está se referindo ao contingente humano que esses religiosos cínicos e impiedosos impregnaram na relação homem/Deus. Fermento não é o que aparenta. Não é o que se vê externamente. Mas é o veneno escondido. É o que está oculto atrás da aparência de religiosidade suntuosa. É a podridão por dentro do "sepulcro bem ornamentado".

Observe que Jesus aponta os fariseus como semelhantes aos 'sepulcros caiados' Mt. 23.27. Isto quer dizer beleza por fora, boa aparência exterior, para agradar aos homens, para "não dar escândalo". Por fora, pompa, jactância, boa aparência, ornamentos, mas por dentro imundície espiritual, maldade, prepotência, ambição, orgulho e preconceito.

Os homens são astutos para defenderem as suas idéias, e mais ainda, para esconderem os seus intentos egoístas. Muitas vezes camuflam os seus verdadeiros desígnios atrás de uma cortina de religiosidade, e cria uma ideologia em torno de símbolos de menor relevância, elevando-os a um patamar de "imprescindíveis". Ao supervalorizar esses símbolos, os crentes transformam o fundamento principal em algo irrelevante, e coisas irrelevantes assumem o lugar daquilo que é fundamental.

Os fariseus fizeram isto. A religiosidade farisaica era regulada pela observância rigorosa de preceitos, regras e rudimentos da Lei Mosaica. Não sobrava espaço para o mais importante da Lei, o exercício de práticas de amor, de piedade e de misericórdia. Essa religiosidade legalista, intransigente e impessoal degenerou-se para o orgulho, para a ostentação de coisas insignificantes, e culminou com o menosprezo ao que realmente conta.

Em matéria de religião, tudo que é fundamentado no esforço humano para "agradar" a Deus, irremediavelmente descamba para hipocrisias, demagogia, falsidade e, principalmente, para a opressão e a exploração da boa-fé dos incautos.

Entre os cristãos não é diferente. Onde há a ação do fermento, os maus desígnios, as segundas intenções, as "vãs sutilezas", tudo fica escondido por detrás de uma máscara de piedade, de religiosidade, de devoção, de santidade, de fanatismo e de propagação dos próprios dotes, transformando a doutrina cristã num farisaísmo maquiado.

Hoje, entre nós, assim como entre os fariseus, valoriza-se por demais coisas menos importantes para Deus: instituições religiosas, suas doutrinas, seus templos, as funções eclesiásticas e os altares. Criou-se um discurso em torno desses símbolos com o objetivo de justificá-los, legitimá-los e dar-lhes uma importância extrema no processo da salvação. Chega-se a divinizar esses símbolos como se eles fossem imprescindíveis, até mais importantes e mais sagrados do que os próprios cristãos.

A Bíblia nos mostra que o homem pode usar um discurso nobre e aparentemente desinteressado para disfarçar intentos egoístas. Assim, vemos Judas Iscariotes tentando disfarçar a sua cobiça com um discurso aparentemente altruísta:

"Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava." Jo 12.5-6

Em nossos dias, em muitos segmentos evangélicos, notamos um discurso bonito e aparentemente justo e verdadeiro. O que se vê, o aparente, é cheio de citações bíblicas, cheio de cores religiosas. Mas, com um pouco de perspicácia percebe-se que no interior está escondido o desejo de lucrar, de explorar e de dominar os crentes.

Isto também fazia parte da doutrina farisaica e Jesus os desmascarou:

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações." Mt. 23.1

O grande pensador inglês John Locke criticava esse farisaísmo cristão e afirmava que "certas pessoas alardeiam da antiguidade de lugares e de nomes, ou do esplendor de seu ritual; outras, da reforma de sua doutrina, e todas da ortodoxia de sua fé (pois toda a gente é ortodoxa para si mesma); tais alegações, e outras semelhantes, revelam mais propriamente a luta de homens para alcançar o poder e o domínio do que sinais da igreja de Cristo. Se um homem possui todas aquelas coisas, mas se lhe faltar caridade, brandura e boa vontade para com todos os homens, mesmo para os que não forem cristãos, ele não corresponde ao que é um cristão. (...) O papel da verdadeira religião consiste em algo completamente diverso. Não se instituiu em vistas da pompa exterior, nem a favor do domínio eclesiástico e nem para se exercitar através da força, mas para regular a vida dos homens segundo a virtude e a piedade."[1]

A repreensão do Senhor, no capítulo 23 de Mateus, é severa contra os líderes religiosos, não só do seu tempo, mas, profeticamente, a todos aqueles que se dizem cristãos e agem como os fariseus.

Onde não há amor e respeito para com o próximo, mesmo que revestido da mais devotada e pomposa religiosidade, será tal como um sepulcro ornamentado.

O fato de interpretações tendenciosas da Palavra de Deus ganhar espaço, crescer e causar grandes injustiças ao povo de Deus e muitos prejuízos aos objetivos do Senhor, não é coisa por demais incomum. Isto quase sempre foi a causa das constantes repreensões dos profetas aos sacerdotes, aos falsos profetas e aos falsos pastores de Israel.

Por que eram falsos?

Porque ensinavam doutrinas enganadoras. Falavam aquilo que o Senhor não os tinha recomendado. Prometiam bênçãos e/ou maldições que não provinham de Deus. Conseqüentemente, faziam o povo errar. Exploravam e oprimiam o povo abusando da autoridade que lhes fora dada por Deus, para guiar, e não para dominar.

"Filho do Homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e diga aos pastores: Assim diz os Senhor Jeová: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores às ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã; degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas." Ez. 34.2.3

"Os seus chefes dão as sentenças por presentes, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas advinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá."Mq. 3.11

 "Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo do Senhor dos Exércitos. Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na lei; corrompestes o concerto de Levi, diz o Senhor dos Exércitos." Ml. 2.7.8

O profeta Isaías também se insurgiu contra a artificialidade e as formalidades que caracterizavam a religião dos seus dias.

"Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios?Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias ... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue.

"Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva." Is. 01.10-17

Esse discurso profético é a prova de que o Senhor não aprecia formalidades religiosas, cerimonialismo, rudimentos e regras de comportamento impostas à força pelos homens e pelas instituições religiosas.

"Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honram, mas o seu coração se afasta de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído." Is. 29.13

A profecia de Isaías mostra que o verdadeiro espírito religioso agradável ao Senhor não é aquele demonstrado nas formalidades e rituais religiosos. Mas, a religiosidade que agrada a Deus é aquela que brota de um coração livre e sincero, totalmente fundamentada no amor a Deus, na misericórdia, perdão e amor ao próximo.

"Eis que para contendas e debates jejuais, e para dardes punhadas impiamente... chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao Senhor?... Porventura não é este o jejum que escolhi? Que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? E que deixes livres os quebrantados, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desterrados? E vendo-o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então clamarás, e o senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui; se tirares do meio de ti o jugo, o estender o dedo, e o falar vaidade."Is. 58

Jesus mostrou aos líderes israelitas do seu tempo que eles também estavam transgredindo a Palavra de Deus e inventando "doutrinas" que não tinham valor nenhum diante de Deus. Com parábolas, Ele mostrava que esses homens desprezavam o essencial e se atinham a coisas supérfluas e desnecessárias:

"E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus". Mt. 15.7

"Condutores cegos! Que coais um mosquito e engolis um camelo."

"Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo."

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados..."

"...vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisias e de iniquidade."Mt. 23.24-28

Interesses humanos sempre se chocaram com os interesses de Deus. E o grande prejuízo à causa do Senhor, à salvação dos homens, se verifica quando aqueles que deveriam priorizar o interesse do Senhor são os primeiros a usar o nome do Senhor para a satisfação dos seus próprios interesses. Nesse momento é que se precisa alçar a voz profética.

O maior problema para se perceber o "fermento" é porque ele atua secreta e sorrateiramente. Fica escondido no meio da massa, nos sentimentos, no mais íntimo do espírito, no subconsciente do indivíduo. Não tem aparência externa e não é perceptível claramente. Para detectá-lo, é necessário que se faça uma investigação minuciosa das verdadeiras intenções por detrás das "verdades" alardeadas sobre os púlpitos.

É evidente que se alguém vier a público e confessar que é um manipulador descarado, e que só está interessado nos seus projetos pessoais, ninguém o seguirá. Daí a necessidade do dissimulador procurar "jeitinhos" para impor a sua "verdade".

Dentre os artifícios utilizados para se conseguir a aquiescência dos crentes está o de torcer, ou forçar o sentido das Escrituras, dando-Lhe uma interpretação muito particular. E dessa forma, empanam os interesses pessoais em versículos descontextualizados e obrigam as pessoas a obedecer dizendo que "é bíblico". Coloca-se uma roupagem religiosa e aparentemente bíblica nos projetos institucionais e proclamam: é obra de Deus.

E todos obedecem resignadamente porque sempre fomos induzidos a pensar que investigar os intentos dos nossos líderes é pecado, é rebelião. Sempre fomos induzidos a acreditar que pensar diferente da instituição, ou dos líderes, é heresia.

O discurso da igreja diz que analisar criticamente a pregação dos pastores é "murmurar", é duvidar, é levantar contra o ungido. A qualquer pensamento divergente dentro da instituição é dada a sentença: "é rebelião", "é do diabo". Consequentemente, interesses particulares mascarados de "vontade de Deus" é o que mais se vê nos púlpitos e nos projetos evangélicos. Mas ninguém ousa uma palavra de protesto para não ser tachado de "herege".

Por outro lado, quase todos os crentes são emocionalmente comprometidos com os seus superiores e com suas instituições. Desta forma, não é difícil de serem ludibriados e levados a aceitar tudo resignadamente, sem qualquer questionamento crítico.

E assim, o fermento se propaga com enorme facilidade. Não porque é difícil percebê-lo, mas porque poucos cristãos se dão ao trabalho de analisar, estudar e contestar as arbitrariedades. E menos ainda são os que estão dispostos a serem "queimados em praça pública".

Alguns até percebem os engodos discursivos, detectam as "vãs sutilezas", mas têm medo de contestar.

Há também aqueles que se não têm medo de apresentar as incongruências das doutrinas, não dispõem de meios e recursos para apresentar os seus argumentos.

Nos últimos anos, a internet tornou-se o meio mais utilizado para se apresentar contestação a doutrinas duvidosas e interesseiras. No entanto, aqueles fanatizados pelos seus chefes e instituições fecham os olhos para toda e qualquer razão que lhes apresente a deficiência dos seus dogmas.

Não nos iludamos. Não é fácil labutar contra esse fermento. Dentro das igrejas, a crítica e a contestação são inibidas e reprimidas diante da "valentia dos lobos". Eles agem assim porque não querem que os crentes cresçam independentes, podendo lhes escapar ao domínio.

É bom salientar, que para se detectar o fermento nos discursos religiosos, você não pode se prender somente ao que se vê, ou ao que se ouve. É preciso ir mais além. É preciso analisar se o interesse por detrás do discurso é de salvar, ou se é de devorar.É imprescindível que analisemos também a forma como se prega. Autoritarismo, dedo em riste, arrogância, prepotência e outros sinais que revelam o desejo de prender, de cercar, de explorar, não condizem com o espírito manso e humilde do Senhor Jesus. É preciso ficar atento para perceber os sinais que "o lobo" deixa escapar. Aqui e ali, o seu espírito dá mostras de sua verdadeira natureza.

"Examinai os espíritos" não pode ser coisa irrelevante para os cristãos. Mais do que nunca devemos olhar além das aparências.

Repito: não basta examinar as palavras e os discursos; examinemos os espíritos.

Lembremos que o verdadeiro mensageiro cristão deve priorizar a salvação do outro, a liberdade e a libertação do próximo dos poderes do mal. O verdadeiro mensageiro incentiva o outro a andar com suas próprias pernas e a comer com suas próprias mãos. O verdadeiro mensageiro anseia para que o outro tenha discernimento próprio e crescimento. Anseia para que o outro tenha comunhão pessoal e direta com Cristo. Ao contrário das ideologias dominadoras que pregam a dependência, a subserviência e a servidão.

Lembremos ainda que a palavra do Senhor é o pão que alimenta a alma e o espírito de todo aquele que crê. É o pão que sacia a fome espiritual de todo homem que crê.

Hoje cumpre-se a palavra do profeta Amós que apregoou: "Eis que vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor." Am. 8.11

As pessoas têm muita fome da Palavra de Deus e buscam alimento em diversos lugares. O Evangelho de Cristo, como alimento espiritual, deve ser oferecido com muita pureza pela Igreja. O perigo está no fato de que o alimento oferecido por muitos evangélicos não é alimento puro. Antes, é alimento contaminado com um fermento que pode fazer mal, indigestão, e até morte espiritual. O alimento contaminado, ao invés de alimentar, de fortalecer, de produzir cristãos vigorosos no amor, produz o fanático e intolerante, produz o fundamentalista, o legalista, o irracional e o rancoroso.

O Espírito Santo é o guia, o inspirador e o consolador individual de cada Filho do Reino eterno. Mas, onde há ação do fermento vê-se muito esforço do espírito humano para seguir leis, regras, regulamentos, padrões e conceitos arquitetados segundo os critérios e valores deste mundo, segundo o senso moral dos homens.

O "fermento" é essencialmente humano, é de natureza humana e terrena. É deste mundo. E porque está enraizado no espírito humano, e porque é de baixo, e não de cima, batalha diuturnamente para tirar o controle da obra de Deus das mãos do Espírito Santo, para colocá-lo nas mãos dos homens.

E esse espírito humano, caracterizado pela parcialidade, pelas limitações do conhecimento, e por diversos outros fatores, é o principal articulador dos erros e enganos que maculam a doutrina do Senhor. E diversos homens, se julgando "semi-deuses", se dizendo "anjos da igreja", sentem-se com autoridade para impor verdadeiras barbaridades que levam os cristãos a erros e a fanatismos.

Não nos assustemos se o Evangelho desta forma anunciado não atingir o verdadeiro objetivo da Palavra de Deus que é a libertação do cativo das mãos do pecado e do maligno.

Não nos assustemos se a Palavra desta forma anunciada causar mais decepções e frustrações do que edificação na fé.

Ninguém terá vida saudável ingerindo, cotidianamente, um alimento deteriorado.