Repressão e o Sistema de Fichados do Deops (Governo Geisel)



O Governo Geisel (1974-1979) estigmatizado pelo arquivo Deops vislumbra como uma grande rede o sistema primário de fichamentos dos chamados subversivos. Com alicerce no brocardo Malus ipse fiet, qui convivet cum malis, sentido que se aproxima de improborum improba soles. Um sujeito quando considerado suspeito logo tinha todos à sua volta envolvidos no mesmo ditame. Neste Governo as grandesquantidades não foram de mortos, mas sim de presos que conseqüentemente seriam levados a sala de interrogatório com perguntas de mesma conformidade, cujas respostas na maioria não seriam concorde a instituição pretendia. Após este procedimento ocorreria à liberação do torturado ou do investigado se proveitoso, o liberado deveria discorrer das seguintes palavras: 'Que nunca militou e que nunca militará em organizações subversivas, bem como não será procurado por nenhum antigo companheiro e se for, não o atenderá e imediatamente avisará a polícia'.

Sem mais delonga, como estabelecer a ordem em um sistema onde a desordem era objeto do próprio poder, a injustiça preponderante de cunho autoritário não alcançava a justiça, mas sim abarcava a própria injustiça com metas excêntricas e pretensiosas subjugando o consentir.


Autor: Caio Augusto Wick Gutierrez


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