EMOÇÕES NO TRABALHO E SUAS CONTRADIÇÕES



ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS.

EMOÇÕES NO TRABALHO E SUAS CONTRADIÇÕES.

Objetivo.

O presente artigo pretende apresentar algumas linhas do pensamento acadêmico, as questões ligadas às emoções subjacentes no trabalho (nos ambientes organizacionais), bem como as contradições que essas emoções geram na produtividade e na qualidade (do trabalhador e do trabalho) do terceiro milênio.

EMOÇÕES.

As emoções têm papel importante em nossas vidas. Dão cores a nossos sonhos, lembranças e percepções, têm três componentes básicos:

  • O Cognitivo (pensamentos, crenças e expectativas);
  • O Fisiológico (aumento da freqüência cardíaca e da freqüência respiratória, etc); e
  • O Comportamental (expressões faciais e posturas corporais).

Todos estes três componentes ocorrem de forma simultânea durante toda uma experiência emocional. (Huffman, Mark Veroy e Judith Veroy: 2003)

TRABALHO

Do outro lado da moeda, em 2002, através da dissertação de mestrado, a pesquisadora Cristiane Aparecida Fernandes da Silva demonstrou, que grande parte dos entrevistados por ela atribuem um grande valor ao trabalho e não o relacionam apenas à renda. Para os trabalhadores entrevistados, trabalhar significa ter utilidade no mundo e na sociedade.

Numa visão materialista, o trabalho tem apenas uma função: o da subsistência, onde o ser humano garante sua sobrevivência em termos físicos e biológicos, buscando melhorar seu conforto e de seus familiares, mantendo a vida no seu aspecto puramente material.

Por outro lado, o trabalho é um fazer do ser humano. Determinado materialmente como corpo, como organismo, ele é dotado de vida. E a vida humana suplanta a sua dimensão biológica, corpórea, orgânica e deixa de ser somente fato, para ser também um valor.

Desde o século XV e até o século XIX, várias obras e reflexões problematizaram a questão do trabalho e da vida humana, de modo a revelarem as contradições que dilaceravam os homens, enquanto eles produziam suas próprias condições de vida na sociedade que se modernizava.

A Era Industrial padronizou estruturas e culturas, especializou homens e máquinas, sincronizou tempos e comportamentos, concentrou homens, capitais e recursos, agigantou fábricas e cidades, bem como centralizou informações e decisões.

Já, na Era do Conhecimento, com a construção do mundo sem fronteiras e com a globalização da economia, mesmo que ainda em fase de construção e consolidação, existe uma forte tendência para que essa tal padronização imposta pela era Industrial, seja diluída ou reformada.

A questão do tempo e espaço está se desestruturando e está permitindo, mediante a telemática, a conexão de subsistemas cada vez mais descentralizados, desmassificar a cultura recuperando o valor do convívio. Ainda, segundo De Masi, o trabalho perderá a brutalidade da fadiga física, será reduzido e acabará se confundindo com o lazer.

Na visão e abordagem mais holística, o trabalho possui uma segunda função, tão importante quanto a primeira, a função do crescimento pessoal, pela qual o ser humano desenvolve sua capacidade de pensar, sentir e se relacionar, ampliando e aperfeiçoando sua inteligência e suas relações sociais, aperfeiçoando-se interiormente. Dentro desta visão ampliada do trabalho nós buscamos o equilíbrio das funções de subsistência e crescimento pessoal.

TRABALHO E AS EMOÇÕES.

O trabalhador é um ser que tem emoções; e, emoção, de uma forma reducionista, é um conjunto de estados que podemos assumir; expressando, de forma física e psicológica, alguns estados. Esses estados podem ser, por exemplo: alegria, raiva, medo etc.

As emoções permeiam toda a vida humana, quer na casa, rua e nos escritórios. As emoções são um fenômeno humano tão importante que é estudado por quase todas as ciências. Sejam elas sociais ou não.

Para darmos alguns exemplos, basta estudarmos as complexas fórmulas e as definições da chamada "Mecânica das Emoções". Onde a física estuda as questões ligadas a "Definição de Corpo Inteligente", "Unidades de Escolha", "Definição e Equação do Desejo", "Definição e Equação da Vontade", "Definição e Equação do Amor", e buscando desenvolver a "Mecânica das Emoções". Como a Física, a Economia discute as emoções a partir de diversos conceitos e tratados de macroeconomia e microeconomia. As teorias microeconômicas das Preferências e da Escolha são dois bons exemplos do que defendemos.

Quando os economistas falam de volatilidade e mudanças elevadas de níveis de preços, na verdade, não estão excluindo a emoção humana que gera os tais "movimentos econômicos" tão desejáveis ou indesejáveis à economia dos países.

A Sociologia, com os pesquisadores, Norbert Elias, Richard Sennett e Helen Lynd, principalmente, abordaram a questão das emoções de forma pioneira. Para finalizar, no dicionário, encontramos o vocábulo emoção com a seguinte tradução: "perturbação súbita ou agitação passageira causada pela surpresa, medo, alegria, etc".

EMOÇÃO E MOTIVAÇÃO.

A emoção não é um conceito que se possa definir com precisão. Refere-se a estados como alegria, amor, orgulho, divertimento, que agradam ao indivíduo. E, por outro lado, raiva, ciúme e medo, estados que o sujeito tenta eliminar, atacando suas causas; e, finalmente, aflição, vergonha e depressão. Estados desagradáveis que não podem ser eliminados pelo comportamento do indivíduo. A emoção tanto pode ser construtiva com destrutiva, fortalecedora como debilítadora.Todos estes estados possuem pontos em comum. Todos eles constituem estados de motivação e vigilância. Esses estados produzem emoções que podem afetar gravemente os processos que controlam a conduta organizada e geram comportamentos.

Portanto, podemos resumir que a emoção está diretamente correlacionada com a vigilância. A emoção ou vigilância é motivadora até o ponto em que atividades conflitantes do córtex comecem a interferir entre si, evitando o domínio de uma atividade que possa produzir uma série de respostas organizadas à situação.

Porém, a emoção não pode ser, simplesmente, identificada com a vigilância, pois os processos de pensamento desempenham um papel importante em qualquer emoção. O medo pode ser definido como vigilância acompanhada por processos mediadores que implicam a idéia de lesão, e que tendem a produzir afastamento e fuga. Não se pode omitir em nenhuma definição da emoção referências à atividade cortical que identifica qualquer tipo de emoção, bem como as emoções têm componentes subjetivos, fisiológicos e comportamentais, dos quais os seres humanos tendem a estar conscientes.

Os psicólogos avaliam as emoções humanas examinando um ou mais componentes: o elemento subjetivo (cognições, sensações), comportamento e/ou fisiologia. Os estudos de outros animais limitam-se à medida dos elementos comportamentais fisiológicos.

As emoções não estão apenas misturadas umas às outras; elas também estão ligadas aos motivos, a partir do nascimento. O atendimento a uma necessidade, digamos fome, muitas vezes se associa a sentimentos específicos (felicidade e prazer, por exemplo). As emoções geram motivos e comportamento. A raiva, por exemplo, é acompanhada muitas vezes por um desejo de ferir.

SATISFAÇÃO E STRESS.

A maioria das organizações não está "no ramo da satisfação no trabalho". Por isto, é difícil fazer que percebam a importância de compreender e melhorar as atitudes e os sentimentos dos seus funcionários para o trabalho. A insatisfação e o stress do empregado, porém, produzem nas empresas importantes efeitos que não podem ser negligenciados:

  • Elevação dos custos de assistência médica,
  • Rotatividade,
  • Absenteísmo;
  • Violência no local de trabalho; e outros efeitos.

A satisfação no trabalho é um "sentimento agradável que resulta da percepção de que nosso trabalho realiza ou permite a realização de valores importantes relativos ao próprio trabalho".

Já o stress é um estado emocional desagradável que ocorre quando as pessoas estão inseguras de sua capacidade para enfrentar um desafio percebido em relação a um valor importante. Fica claro que, as organizações têm que se conscientizar, da importância da satisfação para o alcance dos objetivos organizacionais, do contrário as emoções geradas pela insatisfação tomarão conta do ambiente das empresas e gerará significativa:

  • Baixa qualidade no trabalho (produzido pelo trabalhador, propriamente dito);
  • Baixa produtividade;
  • Turn-over indesejável;
  • Retrabalho;
  • Boicotes e falta de comprometimento; e outros efeitos mais.

E isto sem mencionar o impacto na paciência de nossos fornecedores e clientes que, sentem o efeito diretamente.

Bom depois de lido e refletido, concluí-se que há sim a necessidade de se observar todos os fatores que poderão interferir no desempenho de nossos funcionários. Por isso em artigo anterior, relacionei várias perguntas que os empresários e gestores deveriam se fazer.

Continuo defendendo a tese de que, ao decorrer dos tempos estamos cada vez mais nos esquecendo o fator da satisfação humana dentro das organizações.

Empresas ou organizações com funcionários insatisfeitos, não desempenham com eficácia suas funções, logo após uma avaliação bastante clara de o porque dessa insatisfação, poderá talvez encontrar-se aí a razão de não evolução ou crescimento insatisfatório por parte da empresa.

Devemos observar com bastante cuidado, para que não sejam atribuídos à fatores errados, pessoas erradas, departamentos errados o resultado insatisfatório dos objetivos da empresa. Por isso acredito que deveríamos estar constantemente comprometidos com à analise constante dos objetivos e metas que foram estabelecidos anteriormente.

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consultoria empresarial


Autor: NELSON BATISTA DE SOUSA


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