Fragmentos...
Como versos,
crispam o poema
─ pardacento mar─
ondas ritmadas
a repetir a mensagem
líquida e remota
dos mares sem fim...
E o céu estende seu véu
─ amplíssima página─
no dia
de cristal vívido em mim...
*
*
O poema desabrochou
silencioso em cada pétala.
Sílaba por sílaba
apresentou-se sob a cúpula
azul de mais um dia.
O beija-flor bica-lhe,
extrai-lhe o doce néctar
e deixa-lhe/leva-lhe
a essência
do afeto mais sublime.
*
*
Oblíqua, bisbilhoteiramente,
assoma a Lua
em sua redonda forma
e, por entre nuvens fofas,
galhos enganchados
e a tépida temperatura do bosque,
penetra brandamente
nos segredos enamorados
dos amantes florescentes.
No céu quase azul cerúleo,
levitando estática,
esta uma lua iluminada.
Embaixo, em duas mãos,
trêmulas,
estas outras duas luas nuas
com a maciez do sonho
e o sabor da voluptuosa deusa
que nasceu das espumas do mar.
Autor: Alcir de Vasconcelos Alvarez Rodrigues
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