O Papel da Família no Processo de Aprendizagem Escolar Em Crianças com TDA



Abrange-se que toda aprendizagem começa em casa, em meio à família e de maneira informal, mas extraordinariamente marcante, para todo o processo de aquisição de conhecimento que se seguirá ao longo da vida. Observa-se que é uma matriz modeladora, uma base indispensável, que apesar de ser causal e empírica, prepara a criança, organiza seu mundo interno, inicia-se a sua socialização e inserção na cultura na qual nasceu.

Sabe-se que é consenso que a família imprimeas primeiras disposições mentais com as quais a criança vai perceber o mundo social, que mais tarde vão ser complementadas e formalizadas pela escola. Nota-se que para serem desenvolvidos e interiorizados, os comportamentos infantis não prescindem da atenção dos familiares, por meio de exemplos e repetições constantes, até se tornarem uma norma de conduta. O controle dos instintos humanos requer uma família disponível e consciente de sua responsabilidade para preparar a criança a assumir seu lugar na sociedade, o que personaliza a cultura de um povo ao longo das gerações.

Percebe-se entretanto que historicamente, esse papel não só cabe a família. A escola, os meios de comunicação, a igreja e o meio social também têm grande influência na educação das novas gerações.

De acordo com MATURANA,(1997,p.105):

[...] A escola e a família como fatores externos podem ser consideradas fontes de recurso ou de limites para a criança no seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.

Estuda-se que na maioria das culturas, o ingresso da criançana escola corresponde a uma fase de desenvolvimento socialmente decisiva. Verifica-se que nesta etapa, a criança experimenta a necessidade de ser reconhecida pela realização das tarefas valorizadas pelo meio ambiente. O aprender na escola, torna-se especialmente marcante nas etapas iniciais de escolarização, cumpre papel no processo do desenvolvimento da criança.Sabe-se que no processo de aprender, variáveis afetivas e cognitivas são consideradas como importantes na compreensão e no envolvimento da criança, influenciando o desempenho escolar.

Avalia-se que a vida em família é onde inicia-se a aprendizagem emocional, nesse caldeirão íntimo aprendemos como nos sentir em relação a nós mesmos e como os outros vão reagir a eles; aprendemos como avaliar nossos sentimentos e como reagir a eles; aprendemos como interpretar e manifestar nossas expectativas e temores. Aprende-se tudo isso não somente através do que nossos pais fazem e do que dizem, mas também através do modelo que oferecem quando lidam, individualmente, com os seus próprios sentimentos e com aqueles sentimentos que se passam na vida conjugal.

Apreende-se que ter pais emocionalmente inteligentes é em si de enorme proveito para a criança. Observa-se que a maneira como um casal lida com os seus sentimentos além do trato direto com a criança, transmite sábias lições para seus filhos, que são aprendizes espertos, ligados com os mais leves sinais emocionais na família.

É sabido que o sucesso escolar depende, em grande maioria, de características emocionais que foram cultivadas nos anos que antecedem a entrada da criança na escola. A primeira oportunidade para moldar os ingredientes da inteligência emocional é nos primeiros anos, embora essas aptidões continuem a forma-se durante todo o período escolar, aprimora-se que crianças com transtorno de déficit de atenção são capazes de obterem ótimos resultados escolares desde que seus pais estimulem a sua inteligência emocional para aprendizagem escolar, na qual, confirma-se que "O conhecimento avança quando o aprendiz enfrenta questões sobre as quais ainda não havia parado para pensar" ( WEISZ, 2002, p.71). Percebe- se que quando o aluno com transtorno de déficit de atenção se depara com desafios e precisa pensar em como resolve-los, surge a possibilidade de construção de conhecimento através da desestabilização de hipóteses anteriores de novos conhecimentos, a criança que sofre com esse distúrbio precisa ser estimulada o tempo todo,desejam-se que os pais devam trabalhar em seus filhos o interesse e auto-confiança em aprender, sabe-se que todas as crianças são capazes de aprender em seu tempo, mas deve-se estimular para que sejam capazes de realizar tarefas escolares e expressarem suas necessidades em companhia de outras crianças.

[...]Não estamos educando a emoção nem estimulando o desenvolvimento das unções mais importantes da inteligência, tais como contemplar o belo, pensar antes de reagir, expor e não impor as idéias, gerenciar os pensamentos, ter espírito empreendedor. Estamos informando os jovens, e não formando sua personalidade. (CURY, 2003,p 15)

Compreende-se que a inteligência emocional começa nos primeiros anos de vida e continua durante toda a infância. Todos os pequenos sinais entre pais e filhos contêm um tema emocional, averigua-se que com a repetição das mensagens positivas de confiança através dos anos e o estímulo e interesse dos pais na aprendizagem escolar de seus filhos com transtorno de déficit de atenção, essas crianças formam o núcleo de sua perspectiva eaptidões emocionais. Levar as crianças com o transtorno de déficit de atenção a pensar é uma tarefa difícil para muitos pais, mas não impossível. Deve-se primeiramente trazer a criança para a sua realidade, mostrar-lhe as suas responsabilidades escolares e participar constantemente do processo ensino- aprendizagem de seus filhos. Lembre-se que os pais se tornam os espelhos de seus filhos, a família em geral deve-se estar atenta as mensagens enviadas a criança com esse transtorno, pois mesmo aparentemente estando desligadas assimilam a linguagemverbal de seus pais, estuda-se que quando o tipo de contato torna-se frio, desmotivado entre a criança e os pais, ele molda a expectativa que irão caracterizar o comportamento dela em todas as áreas da vida, para melhor ou para pior.

Segundo CURY (2003,P 47)

[...] Querem ser pais brilhantes? Não apenas tenha o hábito de dialogar, mas de contar histórias. Cativem seus filhos pela sua inteligência e afetividade, não pela sua autoridade, dinheiro ou poder. Tornem-se pessoas agradáveis. Influenciem o ambiente onde eles estão.

Na sociedade na qual vivemos, verifica-se que os problemas são maiores para as crianças cujos pais são grosseiramente ineptos, ou seja, imaturos, viciados em drogas, deprimidos, arrogantes, sem paciência ou simplesmente desnorteados pelo estresse e vivendo de forma desordenada, as famílias desestruturadas, pais vivos mais ausentes, nessa situação resume-se que os pais tendem a não cuidar adequadamente dos filhos e, muitos menos, a entrarem em sintonia com as necessidades emocionais deles. Investiga-se que crianças independente que sofram de distúrbios de aprendizagem ou não quando sofrem algum tipo de agressão seja ela física ou verbal constata-se que seu rendimento escolar tende a piorar, na qual o índice de repetência aumenta com o passar do tempo.

A educação dos filhos é uma tarefa complexa e difícil para alguns pais. Compreende-seque é no cotidiano da criança , hora de tomar banho, alimentar-se, decidir com que roupa vai sair, escolher o horário de retornar do passeio, hora de estudar para as avaliações bimestrais, enfim, entre tantas outras que ocorrem verdadeiras "guerras" entre pais e filhos, porém é quando ocorre essas situações que se deve surgir as intervenções dos pais e familiares que convivem com a criança com transtorno de déficit de atenção, intervenções adequadas que auxiliemos pequenos na construção de sua personalidade moral, na formação de seu caráter.

Aprofunda-se nesta pesquisa para facilitar a compreensão do tema, os estudos de Jean Piaget, biólogo, suíço, reconhecido mundialmente por seus estudos epistemológicos relatados pela Psicologia Genética. Segundo o estudioso, o sujeito é ativo na construção do seu conhecimento e, ao agir sobre o mundo, vai construindo estruturas de inteligências que lhe permitem cada vez mais interagir com objetos e pessoas que o rodeiam, de uma maneira inicialmente sensorial e motora nos dois primeiros anos de vida, até atingir, por um processo de estágios sucessivos e integrados, o pensamento abstrato. Sabe-se que este último é o que lhe permitirá um raciocínio sobre hipóteses, análogo ao raciocínio científico.


Autor: Barbara Nice


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