Utility Computing: Aposta Contra a Crise e o Ostracismo Corporativo



João Paulo Azevedo

A instabilidade e a insegurança geradas com a crise mundial estabeleceram uma nova forma de organização interna para as empresas, à medida que percebemos um forte movimento corporativo para contenção de despesas, corte de custos e reorganização de planilhas de investimento. Os projetos de TI (Tecnologia da Informação) até então previstos foram adiados para um futuro incerto, já que será quase improvável ao mercado de tecnologia não sofrer impactos em decorrência da oscilação do dólar e retração do crédito.

Embora o cenário possa parecer negativo, os fornecedores de TI têm uma oportunidade única de inovar e adequar suas ofertas e soluções às demandas restritas dos clientes. E nesses tempos de crise, um nicho que tem tudo para deslanchar e oferecer boas chances de negócio é o de Utility Computing. Em resumo, ao adotar esse modelo, a empresa irá pagar apenas pelo o que efetivamente consumiu. A proposta é usar os serviços de TI em função das demandas da empresa, otimizando infra-estrutura de software, hardware e serviços.

Esse formato de negócios cai como uma luva para o atual momento, onde todos os freios do mercado corporativo foram acionados e os orçamentos estão mais do que apertados. Com o controle sobre os gastos de TI, imposto pela crise global, o Utility Computing apresenta-se como uma saída viável não apenas por gerar economia de recursos, mas também por garantir agilidade na implementação de ferramentas e processos.

Na verdade, o Utility Computing é uma tendência natural dentro da evolução do outsourcing. Embora em um primeiro momento possa parecer uma tendência demasiadamente visionária, o Utility Computing reúne inúmeras vantagens para se tornar uma realidade em longo prazo, impulsionado não apenas pela crise, mas sobretudo pela melhoria de desempenho operacional nos ambientes de TI.

Na contramão da turbulência, estudo do Gartner aponta que os gastos com TI devem crescer em 2009, o que pode colaborar para impulsionar a implantação de novos modelos e formatos de negócios, como é o caso do Utility Computing. Dados da pesquisa revelam que os orçamentos nessa área devem aumentar cerca de 3,36% em 2009. E 48% dos 444 CIOs entrevistados projetam aumento no orçamento de TI para o ano que vem.

Outra boa notícia para os fornecedores que apostam no Utility Computing é que grandes compradores de TI, como bancos e operadoras de telefonia, pretendem manter suas políticas de investimentos para o ano que vem. O Bradesco, por exemplo, planeja aplicar R$ 2 bilhões em TI, o mesmo capital investido em 2008. E o Banco do Brasil reserva R$ 1,2 bilhão para gastar com tecnologia. Outros setores, para a alegria dos fornecedores, também demonstram que apesar da turbulência global os projetos de TI serão executados.

É evidente que ninguém gosta de crise. Mas também é inegável que o momento é oportuno para os fornecedores de serviços e ofertas de tecnologia se posicionarem de maneira diferenciada frente à concorrência, mostrando que têm capacidade para se adequar aos inúmeros modelos de orçamento, dos mais restritos aos mais arrojados. E quem não mostrar flexibilidade, infelizmente, tem tudo para ser condenado ao ostracismo.

João Paulo Azevedo é diretor de marketing da BSA Brasil.


Autor: tatiane dantas


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