EVOLUÇÃO E A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NAS EMPRESAS E NA GESTÃO FINANCEIRA PESSOAL PARA TOMADA DE DECISÕES



Autores:

Braulino José dos Santos
João Batista da Silva
Maria Rosangela Silva
Rubens Pesconi da Silva

Orientador: Prof. Dr. Marcos Peter.

Resumo

Buscou-se a evolução do pensamento contábil, identificando o objeto, os objetivos e as funções desta importante ciência que é a contabilidade. Muitas pessoas estão em situações financeiras delicadas por pura falta de informação e de noções básicas para administrar suas finanças. Definimos o que é gestão, teoria contábil e técnicas contábeis aplicáveis ao processo de gestão das Finanças Pessoais, e a importância da tomada de decisão de forma estruturada e sistematizada, inclusive as técnicas, pois elas servirão de base para organizar as finanças pessoais e tomar decisões com critérios definidos com as receitas e despesas, trazendo mais conforto e acabando com as preocupações e inquietações. Foi utilizada a metodologia de pesquisa Bibliográfica. Palavra Chave: Finanças pessoais, Patrimônio, Planejamento Financeiro, Controle, Contabilidade, Pessoa Física, Orçamento doméstico.

1.INTRODUÇÃO

1.1. Objetivo

O objetivo deste artigo é uma análise da Evolução e a Importância da Contabilidade nas Empresas e Gestão Financeira Pessoal para Tomada de Decisão,Segundo Schmidt (2000) a Contabilidade vem evoluindo ao longo dos anos em função de diversos estudos que possibilitam o surgimento de novas e melhores formas de controlar o patrimônio através de um sistema informações que possibilitam a tomada de decisões mais racionais no intuito de garantir a continuidade e o sucesso das organizações. A contabilidade assume relevância ao proporcionar através de suas técnicas inseridas no processo de gestão, subsídio seguro ao usuário, pessoa física, na tomada de decisão quanto ao seu patrimônio da Contabilidade na gestão do patrimônio das pessoas físicas.

1.2 Justificativa

Há mais de 6.000 anos o comércio já era intenso, o controle religioso sobre o estado já era grande e poderoso, daí derivando grande quantidade de fatos a registrar, ensejando, também o desenvolvimento da escrita contábil (SÁ, 1998, p.19). No início, esses registros eram realizados através de pequenas peças de argila. O eminente mestre também registra que no Egito há milhares de anos, "o papiro deu origem aos livros contábeis e já se faziam registros sofisticados, inclusive utilizando-se o sistema das matrizes (como na lógica matemática) (SÁ, 1998, p.19).

As finanças pessoais são um tema que vem crescendo no Brasil, principalmente, após a implantação do Plano Real, em 1994, com a estabilização da moeda, (Lei 9069 de 29/06/95).

Uma empresa sem boa contabilidade é como um barco em alto-mar sem bússola. (MARION, 1998, p.24).

2. Evolução Histórica da Contabilidade

Para Drumond (1995) a Contabilidade é um das ciências mais antigas e não surgiu em função de qualquer tipo de legislação fiscal ou societária, nem embasada em princípios filosóficos, ou em regras estipuladas por terceiros, mas pela necessidade prática do próprio gestor do patrimônio, normalmente seu proprietário, preocupado em elaborar um instrumento que lhe permitisse, entre outros benefícios, conhecer, controlar, medir resultados, obter informações sobre produtos mais rentáveis, fixar preços e analisar a evolução de seu patrimônio. Esse gestor passou a criar rudimentos de escrituração que atendessem a tais necessidades. 

2.1.Escola e Surgimento da Contabilidade em outros Países

Schmidt (2000) fala que os primeiros sinais objetivos da existência da Contabilidade, segundo pesquisadores, foram observados por volta do ano 4.000 a.C., na civilização Sumério-Babilonense e coincidiu com a invenção da escrita.

Entre os séculos XIII e XVIII a contabilidade se distinguiu como uma disciplina adulta, justamente pelo fato de que neste período a atividade mercantil, econômica e cultural era muito importante, ou seja, a evolução da Contabilidade está associada ao desenvolvimento da sociedade como um todo. Esse fato tem feito que mais recentemente a Contabilidade venha sendo considerada como pertencente ao ramo da ciência social.

Schmidt (2000) cita que a Escola Contista foi a primeira corrente de pensamento contábil (1494). Seu surgimento está relacionado aos estudos do Método de Partidas Dobradas. Os defensores dessa corrente adotaram como idéia básica o mecanismo das contas, centrando sua preocupação no seu funcionamento, esquecendo-se que a conta é apenas conseqüência das operações que acontecem numa entidade, e que essas operações devem merecer a máxima atenção da contabilidade.

Segundo Drumond (1995) em 1796, Jones apresentou o modelo inglês de registro baseado em dois livros principais: o diário e o razão e dois livros auxiliares: caixa e armazém (existências). Este autor teve o mérito de ser o primeiro a admitir a necessidade de realizar-se um controle numérico entre os livros principais, somando-se separadamente o diário e o razão para verificar a igualdade de ambas as somas.

Para Schmidt (2000) a justificava a personificação das contas por considerar que qualquer operação administrativa, correspondente à gestão de qualquer entidade, assume relevância jurídica em virtude do débito e crédito que provoca.

Para Drumonnd (1995) o neoconsitmo em 1914 restituiu à contabilidade o seu verdadeiro objeto: a riqueza patrimonial e, em conseqüência, trouxe grande avanço para o estudo da análise patrimonial e dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial, tendo surgido como um movimento contrário ao personalista, defendendo a valorização das contas.

Para Schmidt (2000) o início desta escola foi a partir do surgimento das grandes corporações no começo do século XX, foi caracterizado pelo aspecto prático no tratamento de problemas econômico-administrativos, com limitadas construções teóricos as quais tiveram origem em entidades ligadas a profissionais da área contábil.

2.2. Escolas e surgimento da Contabilidade no Brasil

Schmidt (2000) diz que ao analisarmos a evolução da contabilidade no Brasil, percebe-se que desde o início fica evidente a influência da Legislação. Uma das primeiras amostras da legislação como elemento propulsor de desenvolvimento contábil brasileiro, foi o Código Comercial de 1850 (Extinto pelo Novo Código Civil Brasileiro), que instituiu a obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração anual da demonstração do Balanço Geral composto de bens, direitos e obrigações, das empresas comerciais.

Em 1902, surge em São Paulo a Escola Prática de Comércio que criou um curso regular que oficializasse a profissão contábil. O objetivo desta escola era o de aliar ao desenvolvimento agrícola, o início da expansão industrial com a necessidade de habilitar e criar especialistas para, internamente, preencher as tarefas de rotina da contabilidade e controlar as finanças e, externamente, dotar São Paulo de elementos capazes de articular o desenvolvimento dos negócios, com a conseqüente ampliação das fronteiras de atuação.

Schmidt (2000) nós mostra que o Decreto Lei N. º 2627 de 1940, instituiu a primeira Lei das S/A, estabelecendo procedimentos para a Contabilidade como: a) regras para a avaliação de ativos, b) regras para a avaliação e distribuição de lucros, c) criação de Reservas, d) determinação de padrões para a publicação do Balanço, e) determinação de padrões para a publicação dos lucros e perdas.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), através da Resolução CFC 321/72 passou a adotar os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos como normas resultantes do desenvolvimento da aplicação prática dos princípios técnicos emanados da contabilidade, visando proporcionar interpretações uniformes das demonstrações contábeis.

A Contabilidade no Brasil regida da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, (tendência da Escola Norte-Americana), sendo que a Lei nos 6.385 de 28/12/2007 altera e revogam dispositivos, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.

Em 1981 a Resolução CFC nº 529 disciplinou as Normas Brasileiras de Contabilidade e a Resolução CFC nº 530 os Princípios Fundamentais de Contabilidade, os quais foram atualizados em 1993 pela Resolução CFC Nº 750.

2.3. Conceitos, objeto, objetivo, finalidade e usuários da Contabilidade.

Drumond (1995) comenta que para os defensores da Contabilidade como arte, esse substantivo não traduz a expressão do belo, mas a capacidade que tem o homem de por em prática uma idéia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria.

A Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômicas decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (FRANCO, 1997, p.21).

Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia das células sociais. (SÁ, 1998, p.42).

Para Iudícibus (1998) o objetivo da Contabilidade, então, pode ser estabelecido como o de fornecer informação como suporte à tomada de decisão, tanto dos usuários externos das entidades.

Para Sá (1998) o objeto formal da contabilidade é o estudo do patrimônio das entidades em seus aspectos qualitativos e quantitativos.

Conforme Resolução do CFC N. º 750/93 (Conselho Federal de Contabilidade), considerando o patrimônio da entidade como objeto da contabilidade são identificados sete princípios da contabilidade que são: Princípio da Entidade, Princípio da Continuidade, Princípio da Oportunidade, Princípio do Registro pelo valor original, Princípio da Atualização Monetária, Princípio da Competência, Princípio da Prudência.

A visão que se pretende construir se cristaliza, portanto, nas idéias expostas na Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC nº. 750/93, artigo 4o:

O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Martins; Gelbcke (2000, p.42) observam que: Conceitua-se como usuário toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar.

3. PATRIMÔNIO

Para Ribeiro (1999) o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, física ou jurídica, que possam ser avaliados em dinheiro.

Ribeiro (1999) comenta que o contabilista pode controlar o dinheiro, os imóveis, as mercadorias, as contas a receber, as dívidas e demais bens, direitos e obrigações avaliáveis de maneira econômica. Entretanto, ele não se ocupará das relações familiares ou de amizade, do caráter, da dignidade, da liberdade e de outros valores que não se traduzam em dinheiro.

Ainda segundo Ribeiro (1999) patrimônio é composto de elementos positivos e negativos. Os bens e direitos representam o aspecto positivo patrimonial. As obrigações, o aspecto negativo. Ainda que as dívidas superem os bens e direitos, o patrimônio existe.

Ferreira (2006) cita que o patrimônio pode ser considerado do ponto de vista estático ou dinâmico: a) estático, a Contabilidade estuda, controla, expõe e analisa os elementos que compõem o patrimônio, b) dinâmico, a Contabilidade estuda, controla, expõe e analisa as modificações ocorridas no patrimônio, em razão das atividades desempenhadas na sua gestão.

3.1. Bens, Direitos e Obrigações.

De acordo com Ferreira (2006), só nos interessam os bens de natureza patrimonial que possuem valor. Bens são todos os objetos materiais e imateriais que integram o patrimônio.

Para Ferreira (2006) obrigações são dívidas com outras pessoas ou entidades. Em contabilidade, estas dívidas são denominadas de obrigações exigíveis. São as obrigações que serão exigidas, cujo pagamento deverá ser efetuado na data de vencimento. Como exemplo de obrigações exigíveis as dívidas com fornecedores (compras a prazo), os empréstimos bancários, as dívidas para com funcionários (salários a pagar), as dívidas para com o governo (impostos a pagar), as contas a pagar (água, energia elétrica, telefone, aluguel etc).


Autor: Rubens Pesconi da silva


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