Dói, mas você não sabe onde 2 - Curto-circuito emocional.



A incapacidade de fazer contato com as próprias emoções tem nome: alexitimia e junto com ela vem uma grande dificuldade para criar vínculos afetivos. Por causa disso, muitas vezes, essas pessoas são acusadas de não ter sentimentos.

Ter, elas têm, só que não conseguem demonstrá-los. São pessoas que raramente choram e quando o fazem não conseguem explicar o motivo das lágrimas nem estabelecer conexão entre seu choro e os fatos da vida.

É como se, na pessoa com alexitimia, houvesse se rompido a ponte entre as emoções e o significado delas. Esse funcionamento complica sua vida, pois coisas simples tornam-se sensações físicas tão desconfortáveis, e desencadeiam tamanha ansiedade, que ela passa a evitar ao máximo quebrar a rotina tornando sua vida social muito limitada.

Por exemplo, aquela taquicardia que todo mundo sente quando está apaixonado e que é sinal de que alguma coisa boa está acontecendo, pode ser entendida como sintoma, pois ela não sabe a diferença entre estar apaixonada e doente cardíaca. Outras vezes se assusta imaginando que seu coração vai bater até explodir.

O homem de lata e a mulher de plástico

Para alguém com alexitimia os próprios sentimentos não são claros; não sabe lidar com situações conflitantes nem negociar; não suporta discussões para resolver problemas e se for chamado para discutir a relação muda de assunto ou se isola, portanto para ele namoros e casamentos são difíceis e desgastantes. Seus parceiros ficam desolados com a relação e sentem que se apaixonaram por alguém insensível e frio, um coração feito de pedra.

Mas não se trata de má vontade ou desinteresse em resolver a situação, quando eles olham para dentro de si em busca de ternura, confiança, esperança e amor, ou ainda, tristeza, raiva e medo se deparam com um imenso vazio.

O que significa que, talvez, a pessoa que atravessa crises no relacionamento aparentando frieza e distanciamento, na verdade, precise de mais ajuda para compreender suas emoções e expressar seus sentimentos.

Não há notícia de que essas pessoas nasceram assim. O mais provável é que, enquanto eram crianças, não formaram as conexões neuronais necessárias para compreender suas sensações corporais e expressa-las, pois não foram estimuladas com doses adequadas de comunicação verbal.

Além disso, dedicar pouco tempo para conversar com as crianças pode ocasionar prejuízos também para sua auto-estima. Mas não podemos afirmar que todas as dificuldades amorosas do adulto derivem de disfunções neurológicas ocasionados por falta de contato afetivo em seus primeiros anos de vida. Cada caso é um caso e é assim que deve ser considerado.


Autor: Sueli Nascimento


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