Tapete de Desejos



  Tapete de desejos



Desejos...
Ai como me tomam!
Me envolvem
Preenchem
Me levitam subitamente

O desejo sujo,
O puro,
O santo,
O obscuro,
O secreto,
O discreto,
O sórdido,
O mórbido,
O banal,
O ilegal

Me tomam!
Me dominam!
Desenham flores em minha pele
Eriçam os fios dos meus pêlos

Me arranham a aranha
Arranham ainda a cama,
Me rabiscam,
Petiscam,

Me agridem,
Me sussurram,
Me acariciam,
Me amarram aos pés da mesa,

Me olham
Contemplam,
Controlam,
Me inventam

E eu me rastejo
Me embolo,
Rolo
Sob o meu tapete de desejos
Ensejos vãos
Que vão me desfiando.

Desejos inconfessáveis
Banhados de insanidade
Embriagados e indecentes
Compositores de minha alma irreverente
Que deseja ser aplaudida
Ser invadida, adentrada
Ser sugada e revirada
Estremecida, sacudida
Finalmente sucumbida
Como Fênix renascida
Das inertes e frias cinzas

Desejos
Dessa humilde alma acanhada
De desejos coberta e recheada
Nos lençóis de infindo quereres deitada
Que desejam dentre tantas coisas mais
Ser intensamente,
Sinceramente,
Incontrolavelmente e,
Singularmente
Ser amada e ardentemente:
Desejada!


Autor: Deisiane Barbosa


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