GARUVA , UMA DECLARAÇÃO DE AMOR.
GARUVA, UMA DECLARAÇÃO DE AMOR.
Edevânio Francisconi Arceno
De ti recebi o primeiro suspiro
Com pulmões ainda virgens,
E quando pela primeira vez
Senti tua água pura e morna em minha pele tocar
Apaixonei-me por ti, por esta água , que me fez duvidar que nasci!
 
Na tua atmosfera límpida e sombreada 
Pela Serra verde que te circunda,
Reproduzi meu primeiro som, o choro e abri meus olhos,
Ao ver a luz, antes de procurar o rosto de quem me concebeu,
Contemplei primeiro tua beleza e as riquezas que Deus lhe deu!
 
A primeira vez sozinho , sem estar nos braços de alguém,
Sobre tua terra fiquei, me maravilhei ao sentir o teu cheiro,
Neste instante pensei: Deste lindo torrão que herdei,
Semelhante , talvez o mesmo ,não sei
na mão de Deus virou Homem . 
 
Na tua entrada, saí para o mundo,
Sobre tua extensão cresci, vivi e amadureci, 
Mas confesso diante de todos e de ti,
Que ainda sinto ciúmes quando em bocas estranhas ouço o teu nome.
Como se fostes minha mulher e eu o teu homem!
 
Quando de ti me afastaram
Teu nome comigo levei. 
Por novas estradas que andei,
Quando  procuravam-me  e encontrando-me  clamavam
Não era o meu, mas o teu nome bradavam,
Garuva! Garuva! Garuva....!
 
Sem esperar , afastaram-me de ti,
Mas o sol que se esconde atrás de teus montes,
Brilhou mais forte, onde eu estava.
E como da roça de fumo nada restou,
O meu pai logo pensou, e por Deus eu creio,
Pagou o que devia do custeio, e para ti voltou.
 
Que alegria voltar aos teus braços
Andar nas ruas onde cresci.
Voltar para onde não se quis sair. 
Se depender de mim Garuva
E o criador permitir,
Nunca mais saio daqui!
 
Autor: Edevânio Francisconi Arceno
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