Conflito entre Judeus e Palestinos



Falamos tanto em guerras e conflitos. Buscamos tantas respostas para decifrar o por que. E no caso do Oriente Médio, mais do que em outras localidades do globo,  as mais encontradas são as econômicas, políticas, étnicas, religiosas, petróleo, água, cultura, terrorismo e tantas outras que tentam justificar tanta destruição, morte e extermínio. Discussões e pontos de vista a parte, gostaria de centralizar esta análise em apenas um dos motivos, qual seja, o religioso sem entrar no mérito da posição religiosa, mas da conseqüência em si mesma.

Israel enquanto povo é o escolhido de Deus. Israel enquanto nação é a promessa de Deus. Vivemos em uma sociedade, embora bastante pluralizada do ponto de visto religioso, mas com uma cultura essencialmente cristã. As nações Européias na sua maioria são cristãs, sejam elas Católicas, Protestantes ou Ortodoxas. O EUA é essencialmente cristão, ligado as Igrejas Protestantes e apontado por muitos como conservadores e fundamentalistas cristãos. A América latina é essencialmente cristã católica. O continente africano é mais pluralista tendo nações cristãs e mulçumanas. O Oriente Médio é essencialmente mulçumano, menos, é lógico,  a nação de Israel que é judaica e outras com predominância católica e ortodoxa. As nações orientais como Japão, China, Índia e outras é que  fogem um pouco da regra possuindo uma pluralidade muito maior com influência cristã na colonização econômica nos séculos XVII e XIX mas com raízes religiosas locais e milenares.

Traçado este perfil das nações acredito que pode-se partir para a análise do posicionamento de Israel dentro deste contexto e assim apontar, de acordo com os dados levantados, o porque do Estado de Israel ser tão evidente e protegido mesmo sendo acusado de crime de guerra.

Acredito que a base de tudo encontra-se na própria Bíblia Sagrada, onde Deus escolheu e convidou Abraão para sair de sua terra e caminhar em direção a Terra Prometida. Abraão, como bom filho, confiou em Deus e fez como ele pediu.  Deus, conforme o livro do Genesis Capítulo 17, para citar somente algumas passagens prometeu a Abrão que:  "De ti farei uma grande nação";  "Em ti serão benditas todas as famílias da terra" e  "Darei à tua descendência esta terra” .

Já no Livro do Deuteronômio, especificamente no capítulo 7, podemos ver que: “ Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra. Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito" .

O que falar ou pensar quando a base do pensamento, da cultura é a própria Bíblia Sagrada onde para aqueles que acreditam e a aceitam ali está contido a promessa e a vontade de Deus? Nações cristãs, algumas fundamentalistas, aceitam e defendem a idéia de que Israel é o povo e a terra escolhida por Deus.

Importante frisar que Israel, que é igual a Jacó é uma designação usada para se referir tanto ao povo como também à terra que fora prometida por Deus a Abraão, ou seja, povo e terra neste caso são unos, inseparáveis. Desta forma a quem deve pertencer a terra? A ninguém mais a não ser ao povo de Israel, pois o próprio Deus garante isso. As demais nações, para aqueles que aceitam isso como verdade deveriam levar em consideração o que Sacarias escreveu em seu livro no Capítulo 2:  "Porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho" .

Está aqui a resposta porque tantas nações assistem caladas ou de forma velada cada conflito que envolve o Estado de Israel.  Se fosse o Iraque, Kuait, Irã ou outra será que os EUA e ONU já não teriam retaliado? 

Se continuarmos a reflexão levando em consideração a Bíblia poderíamos encontrar inúmeras passagens que favorecem e fortalecem o conflito do ponto de vista de Israel. Pois, conforme Ildo Perondi, Frei Capuchinho e Professor de Teologia Bíblica, quando lemos alguns textos da Bíblia, sobretudo do Antigo Testamento, seguidamente nos encontramos diante de situações e cenas de violências, massacres, assassinatos, etc. que quase nos assustam. E, se lermos as interpretações, vamos ver que quase tudo isso foi feito em nome de Deus. Será então que o Deus da Bíblia é um Deus violento e que gosta de eliminar seus inimigos e os inimigos do povo de Deus (Israel)?

Dessa forma, podemos concluir que a polêmica atual entre o Estado de Israel e os Palestinos, bem como entre árabes e judeus não é um problema étnico nem político, mas um problema religioso, pois o Deus do mundo Cristão e dos Judeus (Israel), conforme a própria Bíblia, é o Deus de Israel e assim o mundo ocidental, eminentemente cristão, se vê na obrigação, pelos próprios princípios, em defender este território. Mas até quando o mundo globalizado e organizado pela própria ONU permitirá que problemas de ordem religiosa se sobreponham a questões étnicas e políticas e assim permitir que o mundo continue assistindo tanta carnificina? Aliás, na concepção da essência do Ser Supremo que é Deus não se pode aceitar a idéia de que ele seja desse ou daquele povo, mas do homem em sua totalidade e acredito ser essa a visão e a mensagem que Jesus deixou a humanidade.


Autor: Luiz Pedro


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