CULTURA DO DEVER: PARA UM TRÂNSITO MAIS HUMANO



Recentemente recebi um e-mail com os seguintes dizeres:

"LIVRE-SE DAS MULTAS DE TRÂNSITO:Chega de ser explorado pela indústria das multas. Não pague mais nada para o governo. Aprenda todos os segredos e falhas do sistema para não pagar mais multas e receber o dinheiro de todas as multas que você já pagou".

Confesso que fiquei estarrecido com a forma com que as pessoas vêem tratando o assunto criando uma verdadeira indústria de venda de cursos de como livrar-se das multas, o que para mim é inconcebível, pois o problema não está na geração de multas mas nas pessoas que não possuem uma verdadeira cultura do dever.

Enquanto não assumirmos a ética do dever e ficarmos procurando brechas na Lei para nos proteger dos erros que cometemos continuaremos a ser medíocres e a sociedade respondendo pelas mazelas de nossa falta de consciência.

Se usarmos cinto de segurança, não furarmos sinal vermelho durante o dia (realmente durante a noite em alguns lugares é questão de sobrevivência), não dirigirmos alcoolizados, não ultrapassarmos a velocidade permitida nas avenidas e rodovias, sejam urbanas ou não, se não usarmos celular enquanto dirigimos, se respeitarmos o pedestre e assim por diante com certeza não haverá indústria de multas e a sociedade será mais feliz e a violência no trânsito não existirá e não ficaremos com aquele sorriso estampado no rosto dizendo: "enganei o governo novamente".

Enquanto buscarmos brechas na lei para cobrir nossos próprios erros, nossas crianças continuarão morrendo no trânsito, nossos idosos (pai, mãe avô, avó)continuarão sofrendo pelos nossos erros e continuaremos culpando o governo por aquilo que cabe a cada um de nós realizar: FAZER ALGO PORQUE É BOM, FAZ BEM E É CORRETO.

Enquanto agirmos valorizando a impunidade e o engano, continuaremos a ser o Homem Aranha: seu Tio (aqui entende-se Pai, Amigo..) morreu justamente porque ele permitiu que o assassino fugisse como uma forma de vingança ao proprietário do boxe que não quis pagar pela luta. Enquanto buscarmos brechas na lei como vingança ao governo, enquanto ficarmos emitindo avisos a motoristas de que a polícia está próxima, como vingança ä própria polícia que está fazendo seu serviço, enquanto fazermos as coisas somente no momento em que formos obrigados nossos tios continuarão a morrer em nossos braços.

Ao contrário do que a propaganda de vendas de cursos afirma, na realidade nossos motoristas, como não possuem uma cultura do Dever – fazer a coisa porque é correto e faz bem – tem-se que criar a cultura da obrigação, ou seja, tem-se que seguir o princípio de Pavlov: "para cada ação, uma reação", para cada multa gerada pela nossa falta de observância das leis do trânsito, com certeza a primeira reação será nosso bolso e assim, até chegarmos a uma cultura do Dever estaremos fazendo a coisa correta porque nosso bolso está diminuindo e as obrigações estão cada vez mais pesada.


Autor: Luiz Pedro


Artigos Relacionados


Educação E Trânsito

Recall Lula! Urgente!

De Costas Para Nós.

A Perspectiva Construtivista De Ensino

O Século Xxi

Acreditar Nos Ajuda A Formar Hábitos

Criança Tem Que Estudar,brincar E Também Trabalhar!