Conto apenas com os olhares que vejo



Conto apenas com os olhares que vejo

Vejo momentos nobres

Vejo indecências

Vejo inocências

Nada vejo

 

Conto apenas com essa intuição maldita

Que nos renova com suas percepções sem nexo

Que apesar de inúmeros protestos meus

São as únicas certezas a teu respeito

 

No peito uma certa comoção de algumas e inúmeras questões

Ainda não encontradas nem de um lado ou de outro

Respostas ainda não construídas ou meros momentos de clareza

E cruel franqueza

 

Conto os números, conto as horas

Conto os meses e as demoras

De uma certeza ainda meio frágil, meio sem esteio

Mas de um coração de certa forma sincero

 

Nada posso esperar de mim mesma

A não ser um paradoxo extremo entre a crença e a incredulidade

Um desejo ardente de ter os olhos fechados

E uma cruel luta para enxergar no escuro.

 

Nada pode ser feito a respeito

A não ser a indecente e fria espera.

 


Autor: Minéia Gomes


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