Minimizando os impactos da crise



Por Sonia Jordão

Pensei em preparar uma reflexão que valesse para profissionais e empresários, isso porque bons profissionais precisam se ver como empresários. Eles devem ter somente um cliente: seu patrão.

Tenho observado que, no Brasil, grande parte da crise tem a ver com a postura de empresários que diante dos noticiários preferem ficar na espera e não tomam decisões. O problema é que muitas empresas não poderiam fazer isso, principalmente aquelas que antes da crise não estavam dando conta de atender às necessidades de seus clientes ou quando a concorrência é acirrada.

É claro que nem todas as Organizações sentem os efeitos da crise da mesma forma. Assim, a primeira coisa a se verificar são quais as possíveis conseqüências para o seu negócio ou para você. E só depois de uma análise fria e detalhada é possível tomar as melhores decisões. Só não deixe que o seu concorrente saia na frente.

A população mundial continua crescendo, portanto querendo ou não a demanda não diminuiu. O que muitas pessoas estão fazendo é substituindo produtos por outros de menor custo e diminuindo compras de artigos que consideram como supérfluos ou adiando alguns projetos. Porém, o essencial não dá para cortar. Acredito que para o Brasil a crise trouxe um grande ganho: afastou o risco da inflação por uns tempos, forçando alguns segmentos de mercado a reverem suas políticas de preços.
Cada crise é diferente, tem características próprias e atingem mais uns segmentos que outros. Portanto, analise qual a influência sobre sua empresa, sobre seu segmento e veja o que você pode fazer para superar seus concorrentes neste momento. Sabemos que sobreviverão as empresas que forem mais velozes nas tomadas de decisões.

É hora de planejar, treinar, dar férias e buscar a fidelização de seus clientes. Também é preciso reduzir os estoques e otimizar as compras de insumos. Se for possível trabalhe com processo just in time. Uma alternativa viável é fazer liquidações de mercadorias paradas no estoque. Contudo, nunca diminuir a qualidade de seus produtos, até porque seus clientes terão mais tempo para procurar outros fornecedores. Aproveite o pouco movimento para realizar a manutenção preventiva daqueles equipamentos que nunca podem ficar parados. Procure também negociar prazos de pagamentos e cortar custos onde for possível. Inclusive diminuir o pro-labore, principalmente para dar o exemplo.

Porém, se você é líder de mercado, se já não dá conta de atender a demanda, se tem seus processos bem estruturados, um bom controle de seu fluxo de caixa e se preocupa em dar um bom atendimento a seus clientes, provavelmente aproveitará o momento para melhorar ainda mais sua empresa, já que terá fôlego para planejar melhor. Mesmo assim, procure evitar compras supérfluas.

Agora, cuidado ao demitir, principalmente os bons profissionais. Estes são difíceis de achar e têm um alto custo para recontratar. Além disso, não é bom disponibilizá-los para a concorrência. Sem falar na dificuldade e no tempo necessário para o treinamento de um novo profissional. Aproveite para demitir algum funcionário que tenha contratado errado, mas que tem dificuldade de demitir por ser amigo, parente ou por algum outro motivo.

Todavia, não se esqueça que tudo na vida passa, e dessa vez não será diferente. Busque oportunidades dentro do seu negócio, seja o melhor naquilo que faz, identifique oportunidades e parta para o ataque. Você pode ficar como muitos chorando ou então começar a vender lenços.

Sonia Jordão é palestrante, consultora e facilitadora de cursos. Especialista em liderança com vasta experiência na área empresarial e acadêmica. Autora dos livros: A Arte de Liderar e E agora, Venceslau?.

E-mail: [email protected]

Site: www.soniajordao.com.br  


Autor: Sonia Jordão


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