O Sucesso da Ação



 

Planejamento Estratégico sem Ações Estratégicas, é nulo. Essa é uma frase forte e que remete o leitor a uma citação bíblica do evangelista São Paulo “fé sem obras, é morta”. De fato, São Paulo exalta a importância da fé, mas destaca, sabiamente, que existe a efetiva participação da pessoa em todo o processo.

 

Esta breve citação encontra relação com os dias atuais aonde se observa mais e mais organizações adotando o caminho da competição mutuamente destrutiva. Por conta dessa competição, da busca por produtividade, da qualidade e velocidade, várias ferramentas, processos e técnicas gerenciais importantes foram desenvolvidos, resultando em gerenciamento de qualidade total, avaliação de desempenho, terceirização, parcerias, reengenharia e tantas outras.

 

Paradoxalmente, embora as melhorias operacionais resultantes destas ferramentas e processos tenham sido drásticas, muitas empresas viram-se frustradas com a incapacidade de transformar tais ganhos em lucratividade sustentada. Mintzberg defende que a raiz do problema é a falha em distinguir Estratégia Competitiva de Eficácia Operacional. Eficácia operacional é definida como sendo a capacidade de desempenhar atividades similares melhor do que o competidor. Ela, sem dúvida é necessária e indispensável, mas não é suficiente para sustentar os resultados alcançados.

 

A dificuldade de definir Estratégia Competitiva se deve a amplitude do seu conceito. Basicamente pode-se afirmar que Estratégia Competitiva significa ser diferente. Significa optar por um elenco de atividades e especificidades para entregar um conjunto único de valores aos clientes.

 

Mas afinal, o que são as Ações Estratégicas? Ações Estratégicas são constituídas pelo conjunto das atitudes pragmáticas da empresa, que torna a Estratégia algo tangível e mensurável. Podem ser traduzidas como a criação, a implementação, o aprimoramento ou a ampliação de um serviço, um produto, um processo ou um sistema, que permitam à empresa diferenciar-se dos concorrentes. De forma mais objetiva, pode-se afirmar que Ações Estratégicas resultam em vantagens competitivas. As vantagens competitivas possibilitam à empresa crescer em volume de vendas, lucrar mais, aumentar dividendos e coisas do gênero. Zacarelli  amplia a análise de tais características destacando também o risco das vantagens competitivas desperdiçadas caracterizarem-se como desvantagens competitivas.

 

Porter acrescenta que Ação Estratégica é a capacidade e o grau de eficácia com que as decisões e ações em nível estratégico são transformadas nos sub-sistemas internos da empresa, resultando em ações operacionais que efetivamente sustentam a passagem da organização a um desempenho superior. Desta forma, as decisões, quando tratadas como processo estratégico, têm alcance temporal prolongado, abrangência de elevado grau de impacto e irreversibilidade no âmbito interno da organização.

 

Diante do exposto, é fácil perceber e compreender a importância e as razões pelas quais as Ações Estratégicas precisam estar alinhadas e em total sintonia com o Planejamento Estratégico da organização. É a partir destas Ações Estratégicas que o planejamento é implementado no eixo do tempo.

 

No entanto, um dos grandes desafios dos executivos está na aceitação, compreensão e claro entendimento que as ferramentas gerenciais, por mais eficazes que sejam, por mais resultados positivos que apresentem, não podem jamais ser confundidas ou mesmo tomar o lugar da própria Estratégia.

 

Em se tratando de Estratégia, é fundamental e de suma importância que o conjunto das decisões dos executivos deixe claro e transpareça que o Planejamento Estratégico está sendo seguido e que as ações são realmente estratégicas. Com isso, as ações resultarão em sucesso!


Autor: Rudimar Birgman


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