Para Facilitar a Escrita



Existe somente um poeta dentro de você. Não tente ser o que você não é só porque este tal ser ideal é mais bem-sucedido do que você; lembre-se de que o verdadeiro grande poeta já esta pronto, e apenas espera que olhem para ele. Enquanto isso, aproveite para se fortalecer, ganhar bagagem literária, para quando todos te olharem, terem a certeza, sem pestanejar, de que você merece reconhecimento.

Se você for mesmo poeta, aprenda a ser um poeta e não somente a versar... faça isso lendo biografias de poetas, seus textos sobre a poesia e a literatura no geral, assim também como as críticas e os estudos acerca deste e daquele seu poeta favorito? Não... leia sobre todos eles... leia até sobre os piores, pois, quando você disser que não gosta de um tal poeta, irão te perguntar por que... e a resposta mais feia e ridícula é dizer; - Porque não gosto. Respostas como estas são para leitores e não para poetas... poetas têm um motivo para não gostar. Se não gostou, interrogue-se por quê... talvez seja inveja. Acontecerá muito. Acredite.

Não se guie pela opinião dos outros... guie-se pela sua opinião da opinião dos outros. Sabe, quando uma pessoa opina sobre a sua obra, ela fez a conclusão dela de acordo com os sentimentos e os preconceitos dela... saiba identificar somente o efeito do seu escrito sob aquela pessoa, e não o que ela "acha que seria melhor você escrever".

Se você for prosador, pense que está conversando com uma pessoa cega, muda, surda, sem paladar, sem sensibilidade nenhuma da realidade, e que o único contacto que essa pessoa tem no mundo é você... ou seja: ela terá a idéia que você descrever para ela deste tal mundo, portanto: não economize em palavras com siginificados e aspectos diferentes... mas corte todas as que querem dizer e rebuscar a mesma coisa. Imagine-se pintando um quadro... e que muito detalhe ajuda somente se este detalhamento for útil ao detalhamento das imagens... ou seja: se o descrito for o detalhe das coisas... mas, se forem somente as coisas... diga o que elas são, somente, sem dizer o que parecem ser. Isso é diferença entre objetividade e subjetividade na descrição, que, mesmo na literatura, tem de ser clara e objetiva, tendo somente uma descrição de sentimentos como algo subjetivo.

Se quiser aprender na prática, ou seja: lendo, aprenda estilos franceses, pois são mais rebuscados. Dou-te como exemplo: Balzac, Baudelere, Victor Hugo e Proust, e todas as bi-traduções do Russo para o Francês e do Francês para o Português, como: Dostoiéviski, Górki, Tchecov, Tólstói E Gógol. Assim, como também indico uma leitura de Kafka em Alemão... se puder, pois todas as traduções diretas para o português são cheiras de travessões, que quebram o raciocínio de um discurso contínuo.

Se quiser aprender lendo, leve em conta o estilo do escritor, que nada mais é do que sua dificuldade de expressão, ou seja: as preposições, as ligações de períosos, as entre-vírgulas... ou os entre-travessões, as duplas reticêncas... e, acima de tudo: os inícios de capítulo. Isso te ajudará a ter afinidade com uma personalização do narrador, aumentando aquela vozinha que fala dentro de você enquanto você escreve.

Se você for escrever um conto... pense que a pessoa (o leitor) está esperando um ônibus, e que, a qualquer momento este ônibus pode chegar... portanto: saiba o fim do conto antes de pensar em contá-lo, assim você controla a extensão de tempo de leitura.

Bem... por enquanto é só isso que eu acho que sei... depois eu darei mais dicas. Espero ter te ajudado, ou ao menos contundido. Um abraço.
Autor: Hiago R. R. de Queirós


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