A SOLIDARIEDADE NO LUGAR DA “CARIDADE”



por FRANCISCO DE LIMA GOMES
Editor do blog http://portadoresdefuturo.zip.net

Ser solidário é tomar parte na causa do outro, é querer as mesmas oportunidades para o outro. O homem é por desígnio solidário mas o fulcro da solidariedade são o trabalho e a família: os dois maiores fundamentos e/ou bens de uma sociedade. Solidariedade não tem sazonalidade, é sistêmico e não tem hora para cessar. Todo indivíduo deve ser instruído desde cedo a trabalhar para suprir as necessidades suas e da sua futura família: mulher ou marido e filhos.

 

O dever de trabalhar para o autosustento tem como contrapartida o usufruto e o que exceder deve ser colocado à disposição das outras pessoas. Solidariedade pressupõe deveres e direitos. Solidariedade é, então, uma balança com fiel em equilíbrio, pagando por usar o que outro produziu reforçamos o valor profícuo do trabalho e a formação de excedente denota nossa solidariedade. Se produzirmos muito e comedirmos as nossas necessidades, por conseguinte colocaremos muito mais à disposição dos outros.

 

As sociedades modernas desenvolveram as duas estruturas básicas para o desempenho da plena solidariedade:

 

a)       O Espírito Republicano pelo exercício da Democracia. República sem Democracia não passa de boa intenção;

b)       O Sistema Financeiro moderno.

 

Essas duas estruturas são imprescindíveis para administrar os dois fundos econômicos mais solidários:

 

a)       Os Tributos;

b)       A Poupança Interna.

 

Os Tributos são parte do trabalho dos indivíduos destinados ao Erário. Todo indivíduo é compelido a pagar tributos para trazer benefícios coletivos. Logo, as pessoas que os administram devem prestar contas à sociedade. Nosso dever pagar e vigiar permanentemente a aplicação dos mesmos cuja destinação é o bem-estar da coletividade. Uma sociedade que só paga tributos porque não pode fugir e que não se importa com a utilização dos recursos públicos não é solidária.

Os Tributos são a Receita Ordinária do Estado, fundo público, administrado pelo Estado.

 

A Poupança Interna é o somatório constituído, também, de parte do trabalho dos indivíduos destinados ao Sistema Financeiro na forma de reservas privadas à disposição do público, que os bancos administram pagando inicialmente aos seus proprietários. Esse fundo é o principal indutor do desenvolvimento das sociedades atuais. Não há uma só nação que tenha galgado o desenvolvido com Poupança Interna fraca.

A Poupança Interna é um fundo privado, administrado pelo Sistema Financeiro.

 

Ora, o nosso amado Brasil é um PAÍS RICO MAS UMA NACÃO POBRE porque em vez de fundar-se na realeza da solidariedade tem sido edificada na torpeza da “caridade católica”: ESPERAR PELA MIGALHA DOS OUTROS DE MÃOS ESTENTIDADAS. A pestilenta Doutrina do Catolicismo Romano durante 5 séculos petrificou no Brasil um sistema clientelista: de um lado os CARIDOSOS (fornecedores) e do outro os PEDINTES (clientes). Essa é a pedra fundamental do Sistema Político-Eleitoreiro assistencialista de nossa nação. Além de ser contra a Poupança Interna ensinando a não trabalhar, a Igreja Católica foi o principal vampiro dos tributos brasileiros durante séculos. É ainda grande beneficiária de recursos públicos junto a órgãos antidemocráticos que há em nosso país. Por exemplo, a Catedral Católica de Brasília foi construída e será reformada com recursos públicos. Difícil é explicar racionalmente como isto é possível.

 

A caridade pregada por Paulo cujo significado é a magnificência do AMOR foi reduzida à conduta que alimenta a preguiça, a vadiagem e miséria é o produto final. Paulo também foi enfático na defesa do trabalho e do autosustento. A Igreja Católica nunca vai mencionar o capítulo 3, versículo 10 da 2ª. Carta aos Tessalonicenses que diz “aquele que não quer trabalhar também não coma” porque afronta os verdadeiros objetivos dela. Se a prática católica resultasse na promoção das pessoas, o Brasil e o México estariam no topo do mundo. O Brasil em primeiro e o México em segundo.

 

Se somos solidários, devemos combater diuturnamente a ambigüidade dessa “caridade” e cumprir o papel de cidadãos brasileiros e cristãos verdadeiros.


Autor: FRANCISCO DE LIMA GOMES


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