As comunicações espíritas na Bíblia.



A conclusão de que as religiões nasceram da mediunidade não é apenas espírita. Depois de todas as conjecturas a respeito da origem das religiões, tomaram corpo, modernamente, as idéias materialistas de que elas teriam nascido do medo. Herbert Spencer, espírito mais sensível que Feuerbach, percebeu o quedevia existir de errôneo nessa explicação simplista, e formulou a sua complexa teoria, em que vemos aparecerem os efeitos do sonho, dos reflexos do selvagem na água e da sombra acompanhando o corpo.
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Mas, como observa Ernesto Bozzano em Popoli Primitivi e Manifestazioni Supranormali (Edizioni Europa – Verona – 1946), Spencer não conhecia as manifestações metapsíquicas, e não pôde ir além. Coube a um famoso antropólogo, Andrew Lang, em seu magnífico trabalho, The Making of Religion, fazer o que Spencer não fizera. As conclusões de Lang são decisivas. Baseando-se no método da análise comparada, o antropólogo estabelece paralelos entre os fenômenos mediúnicos dos povos primitivos, observados em tribos de várias partes do mundo, e as experiências metapsíquicas do seu tempo.
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Hoje, poderia levar o paralelo às experiências parapsicológicas, que confirmam e ampliam aquelas. Também o etnólogo Max Freedom Long, examinando os problemas das “mana” ou “orenda”, força misteriosa que impregna os objetos entre os selvagens, chega à conclusão, depois de anos de convivência com tribos da Polinésia e do Havaí, de que aquelas forças não são mais do que o ectoplasma das experiências metapsíquicas.
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A contribuição desses dois grandes pesquisadores vem modificar as concepções clássicas da origem das religiões. Essa contribuição confirma a tese espírita da origem mediúnica das religiões.
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Os selvagens não acreditavam na sobrevivência apenas por intuição, nem por medo ou por incapacidade de explicar os sonhos, mas por terem a experiência concreta dos fatos mediúnicos.
Por outro lado, esses fatos vão produzir, nas primeiras civilizações, o aparecimento das religiões mitológicas e proféticas, baseadas sempre na comunicação mediúnica, quer seja a dos oráculos, a das pitonisas ou a dos profetas israelitas e cristãos, ou a dos sufis maometanos, entre os quais o nome de profeta é reservado a Maomé.
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Na Índia, na China e entre outros povos da Ásia, os intermediários dos espíritos recebem outras designações, mas estão sempre presentes na origem das religiões e no seu desenvolvimento.
O papel da mediunidade é fundamental em todas as religiões, e nos textos sagrados do Judaísmo e Cristianismo a sua importância é indisfarçável.
O prof. Romeu do Amaral Camargo, expresbítero evangélico, declara em seu livro De Cá e de Lá, de maneira incisiva: “Desde o primeiro livro da Bíblia (o do Gênesis) até o último (o do Apocalipse ou da Revelação), só vemos o ensino ministrado por Espíritos.
O próprio Moisés não ouviu diretamente a voz de Deus, mas a dos Espíritos.
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É o apóstolo Paulo quem o afirma: Vós, que recebestes a lei por ministério dos anjos (do latim: angelus, mensageiro, o que anuncia)”.
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Demonstra ainda o prof. Camargo: “Anjos são espíritos, afirma o Apóstolo. (Hebreus, 1:7)”. E prossegue: “Moisés ouviu e viu o anjo ou espírito que lhe falava na sarça que ardia no Monte Sinai”.
Lembra, depois, estes fatos bíblicos: o espírito da mãe de Samuel aparece ao filho e o orienta (Provérbios, 31: 1 a 9); um espírito aparece a Manué e sua mulher, falando-lhes (Juízes, 13); espíritos aparecem a diversas pessoas (Mateus, 27:53); o espírito de um macedônio comunica-se com Paulo (Atos, 16:9); um espíritofala a Aarão e Maria, prometendo manifestar-se a um médium vidente ou profeta, ou por meio de sonhos (Números, 12:6).
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Vemos, assim, que os próprios textos sagrados do Cristianismo confirmam a tese da origem mediúnica das religiões.
Mas, podemos ir além, demonstrando que os textos sagrados de todas as grandes religiões, bem como a história, a tradição, o folclore e a literatura de todos os povos comprovam essa grande verdade.
Os que pretendem, pois, atacar a mediunidade, os fatos mediúnicos e as práticas espíritas, em nome das religiões, nada mais fazem do que minar o próprio alicerce de suas crenças e convicções.

Autor: Francisco Amado


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