RISCOS
que se põem, se sobrepõem, se impõem
e se equilibram no riso,
no grito de dor, de amor, na vida.
Risco de sonhar com um mundo novo
então se ver realizar um mundo de paz.
Risco de sorrir e ser mal interpretado,
julgado gozador da amargura
de uma dor.
Risco de olhar, tocar e ser confundido
com o saqueador.
Risco de se mostrar e se ver ridicularizado
pela interpretação do mundo
despertando o medo do ridículo.
Risco de amar e ser alvo de condenação
velada ou não.
A vida ensina o risco de arriscar
vivendo transparente, desbaratando limites,
rompendo fronteiras, cortando paradigmas,
quebrando grilhões
sem complicar demais, sem cobrar demais
de si e dos outros.
Porque viver é se arriscar no caminho certo
mas se aceitar os riscos do caminho incerto,
saber retornar pelos mesmos caminhos
se estiver errado,
enfrentando os riscos da cruz.
Viver é se arriscar nos riscos do amor
mesmo que haja condenação, murmuração.
Os riscos de ir e ficar, sofrer e sonhar.
Se arriscar nas garras da tristeza
e nela buscar o seu paradoxo,
buscar a alegria
através da força interior que existe
em cada ser vivente.
Força que impulsiona e leva avante.
Que faz sonhar, acreditar, confiar.
O realizar por crer.
E assim se arvorar nos riscos
do bem sempre querer,
nos riscos do tudo simplificar
por tornar o crer com verdade, com vontade,
no essencial.
Enfim se aventurar nos riscos
que se corre por viver
na busca de ser feliz.
Autor: Maria do Carmo Costa
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