A Perfeição
Mas a resposta veio antes que eu esperava.
Fui viajar com uma amiga e descubri sua perfeição: sabia tudo, ia muito bem nos estudos; sabia tudo materialista da vida; jogava sinuca bem; nadava bem; escrevia bem; tinha uma ótima família; viajava pra lá e pra cá... isso foi me deixando encafifada. Mas como ela pode ser perfeita? Isso não é possível.
Mas durante essa viagem, descobri seu mau-humor, e seu orgulho. Que orgulhosa ela era, que rude ela podia ser às vezes, se mostrando melhor do que eu. Me rebaixei. Mas como ela pode saber tudo? E ainda joga isso na minha cara, pensei.
Mas depois eu percebi: ela não é perfeita. Fui percebendo o que eu fazia que ela não fazia: eu falava inglês muito melhor do que ela, cantava e tocava melhor que ela. E percebi que, seus conhecimentos para a prova não eram seus estudos, e sim, seu registro no cérebro, como o computador registra seus arquivos. Estudava à base de decorar.
Era rude, tinha mau-humor às vezes.
E seu conhecimento não passava de um registro, de materialismo. Ela não sabia as coisas da vida. Não dá para explicar, ela só sabia o que era a Bolsa de Valores, o que era o Parlamento, o que eram os movimentos perístálticos, a Constituição; mas a essência da vida? A graça de viver? A vida no seu cérebro, um mundo imaginário? Tudo isso ela não possui: não sabe viver. Só vive e aprende o que precisa. Só aceita e deixa quieto.´Ela não entende a vida.
Autor: Barbara M.F.Monfrinato
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