Quando foi que você deixou de tentar?



Quem nunca ouviu a estória "As Aventuras de Alice no País das Maravilhas" escrita por Lerry Carrol? Nela há um trecho em que Alice chega num lugar onde existem vários caminhos. Ela acreditava que havia conseguido realizar um grande sonho, ter encontrado o país das maravilhas, contudo se encontrava num grande dilema, saber quais daqueles caminhos seguir. Voltou-se então à um gato que estava sobre uma árvore e perguntou-lhe: - que caminho devo tomar? - O gato respondeu-lhe com outra pergunta: Para onde você deseja ir? Alice mais do que confusa respondeu: Não sei! O Gato então lhe disse: - Alice, se não sabes aonde vais, qualquer caminho te serve. Ela então se viu numa situação em que várias pessoas se encontram hoje – que "caminho na vida devo tomar? Que direção devo seguir?". A resposta mais certa para este tipo de pergunta é : para quem não sabe aonde vai qualquer caminho serve e talvez seja por isso que alguns quando estão próximo do êxito, por não reconhecê-lo, tende a ignorá-lo.

Algumas pessoas me perguntam sobre sorte e sucesso? Primeiramente respondo que sorte não existe, pelo menos da maneira como a maioria das pessoas acreditam, para mim sorte é o encontro da oportunidade com a competência. Por exemplo: se você realmente quer conseguir alguma coisa, passa então a agir em prol de alcançar este objetivo, sua mente fica alerta o tempo inteiro tentando detectar as oportunidades, e no momento em que estas oportunidades começam a surgir, mesmo que inesperadamente, ou que ainda você não esteja 100% preparado para agarrá-las, sua intuição reconhece que aquele é o momento. Este fenômeno do "inesperadamente" é que dá a sensação de "sorte", porém no fundo o que aconteceu de verdade foi o encontro da capacidade que talvez não acreditasse possuir, com a oportunidade surgida naquele momento. É daí que vem a expressão – poxa, que sorte! Mas por outro lado, se algo surgir num instante em que você não estava preparado ou não tinha definido como desejo seu, não perceberá isto como oportunidade pelo contrário, talvez perceba como um problema, ignorando a situação. Por outro lado é provável também que a oportunidade surja e você até esteja preparado para agarrá-la, mas não a vê como tal, porque não havia estabelecido como meta ou por falta de coragem de arriscar, demorando em pensar no que fazer e consequentemente perdendo-a para outra pessoa.

Enfim, a vida é mais ou menos assim mesmo, aquela frase que diz que o mundo é dos mais espertos faz sentido, eu diria que a vida é de quem sabe o que quer. O pior de tudo é que agente cresce sem nenhuma escola para nos ensinar como viver uma vida de sucesso, muito pelo contrário, o que se aprende é o conformismo através de velhos ditos como: "Temos somente aquilo o que merecemos", "Foi Deus quem quis assim" ou outras parecidas que fazem com que nos conformemos com nossos insucessos. Resumindo, a coisa é mais simples do que parece, tudo deve ser encarado como vitória ou derrota, na vida não existe muito o meio termo, sendo assim se for vitorioso comemore e reconheça sua vitória e se for derrotado reconheça a derrota e aprenda com os erros cometidos, torne a se desafiar e nunca pense que o culpado são os outros, o único culpado de tudo na sua própria vida é você mesmo, embora seja muito difícil as pessoas aceitarem esta realidade. Mais fácil mesmo é colocar a culpa de nossos fracassos nas circunstância ou em alguém.

Pior do que isso são aqueles que se gabam por terem obtidos sucesso em coisas que sequer estabelecerem como desafio. São aqueles cujas coisas "caem no colo" por acaso sem que ele estivesse esperando. Geralmente o agraciado atribui este fenômeno a "sorte" e acaba sendo percebido pelos outros como uma pessoa sortuda. Estas pessoas acreditam que sorte é tudo aquilo que se obtém sem o referido esforço para ser conseguido, ou seja, é a crença do resultado obtido sem causa realizada. Quem pensa que os grandes resultados na vida virão apenas desta maneira, está fadado a obter as coisas somente quando alguém ou alguma circunstância inesperada assim determinar. Isto para mim é dependência, é deixar a vida nas mãos do acaso, e a relação com a felicidade será estabelecida apenas quando outras pessoas ou fenômenos externos ocorrerem de positivo na vida dessa pessoa.

Pensar e agir dessa maneira é deixar-se manipular pelas circunstâncias. Enquanto existir gente que acredita que somente os sortudos passam em concurso ou em vestibular, que só se consegue bons empregos ou boas posições de cargo na empresa através de pessoas influentes, certamente estará dando chance para que os outros consigam êxito na vida. Crer em si é antes de tudo ter as coisas sob seu controle, jamais permita-se ser vagão de trem que só consegue se movido quando puxado por locomotiva. No mundo só existe os que mandam porque existe um grande número de pessoas que obedecem. Talvez esteja na hora de escolher de que lado quer você quer ficar, se do lado dos que fazem fortuna ou dos que trabalham para construir a fortuna dos outros.

Oportunidade não é algo que é dado a alguém, são situações que você percebe ou não, é uma questão de percepção e não de presente ou doação de alguém. Só consegue perceber a oportunidade aquele que tem claro aonde quer chegar e acredita que é possível porque define a trajetória para isso.

Um provérbio japonês diz que a caminhada de mil milhas se inicia com o primeiro passo, não se consegue caminhar mil milhas de uma única vez, é impossível, da mesma forma como todo grande objetivo também não se alcança de uma hora para outra. Um objetivo exige desafio e tem uma grande capacidade transformadora. É como o caso do desempregado que estabelece o objetivo passar num concurso, obtém aprovação e muda de vida. Ter estabelecido passar no concurso e o esforço para conseguir se aprovado foi o que provocou o processo de mudança na vida desta pessoa. Para muitos expectadores parecerá sorte, porém somente ele que se esforçou, ficou até altas horas estudando, saberá o quanto foi difícil e árdua a luta para chegar lá.

Objetivo nada mais é do que um desafio que você se propõe a realizar e que está além de sua capacidade provável de realização. Chamo de capacidade provável aquela que sua percepção acredita ter 100% de certeza em conseguir, mas sabe que é possível. Estabelecer um objetivo exige certa dose de coragem para correr riscos calculados, o que provoca uma forte expectativa pela ação dando vontade de entrar em ação, misturada ao mesmo tempo com a sensação de medo de fracassar. Creio que uma vida significativa é aquela que a pessoa se predispõe em colocar a si próprio nestas circunstâncias. É assim que o ser humano terá possibilidade vencer a si próprio e descobrir seus verdadeiros potenciais.

O medo do fracasso é o que nos impede de tomar atitudes como essas, fazendo-o desistir de certos desafios. Daí o indivíduo busca viver situações onde procura o tempo todo eliminar as possibilidades de fracasso mantendo um modo de vida sem seguro, entretanto se o empreendimento não tiver possibilidade de fracasso, não haverá possibilidade de sucesso. Neste caso quando a possibilidade de fracasso é eliminada surgem duas coisas: uma é a de que jamais saberá se é capaz ou não e a outra é que só conseguirá na vida aquilo que tinha certeza que era possível. Imagine uma competição onde as pessoas já sabem quem vai ganhar antes mesmo de ser disputada?

Se formos pesar na balança, nada faz muito sentido se a vida for apenas reativa aos fatos, viver apenas reagindo aos fatos é ter a sensação de matar um leão a cada dia. Viver ativamente é diferente, tem mais significado porque a pessoa que se coloca na condição de vitória ou derrota aprende que ser derrotado nada mais é do que uma lição para fortalecer o espírito e a se preparar para o próximo desafio e certamente o sabor da vitória tem um gosto indescritível.

Houve um momento que as coisas eram diferentes, quando era bebê, nesta fase certamente você queria descobrir coisas novas, não tinha medo do desconhecido e nem se abatia perante aos insucessos de experiências desagradáveis. Quando caía levantava-se novamente ou se queria algo e não o tinha chorava insistentemente até conseguir. Contudo em algum momento da vida você começou a desistir de ser assim.

As vezes fico impressionado quando vejo alguém dizendo: - Ah! isso não é do meu tempo. Tem pessoas que dizem: no meu tempo não existia DVD, ou no meu tempo não existia celular, ou não existia computador... Eu normalmente respondo: De que tempo você é? Por acaso você já morreu e se esqueceu de se enterrar? Tem gente que acha que seu tempo já passou, só não sabe dizer qual foi o dia do sepultamento.

Tem gente que até hoje não desistiu. Admiro quando vejo pessoas idosas estudando, vejo a escola como um ambiente de eterna transformação. Uma vez conheci uma senhora de 60 anos fazendo o curso de Direito, alguns perguntavam por que ela ainda estava estudando, por acaso queria ser advogada no céu? Certamente para ela havia sentido. Um dos cuidados que devemos ter, principalmente quando mais velhos é de fazer coisas para realização de gerações futuras, mesmo que venha morrer sem ver sua obra totalmente concretizada.

Portanto ninguém pode se dar o direito de desistir de viver, jamais esqueça de se perguntar: Quando foi que parei de tentar? O que eu posso fazer para tornar minha vida significativa e prazerosa?

Certa vez ouvi uma estória que talvez o ajude a retomar seus objetivos de vida. - Certa vez um ancião que trabalhava duro em uma plantação de pinhas, foi indagado por que trabalhava tanto para cultivar aquela plantação já que pela sua idade, não teria tempo de vida para comer os frutos que havia plantado, quando ele respondeu: Filho, as primeiras pinhas que comi quando criança não fui eu quem plantou!

Naquele dia pensei muito sobre a frase daquele homem e cheguei a uma conclusão, talvez acreditar que a vida seja um eterno ciclo de nascimento e morte nos ajude a entender que fazer coisas que sejam eternas e grandiosas, torna a vida mais significativa. Derrotados não são os que são vencidos nas batalhas, mas os que desistem de lutar.
Autor: André Wandemberg


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