Os Mistérios da Torre



Paris - FrançaQuem não fala sempre para si mesmo?

" Um dia eu vou à Europa."

Este dia, porém, projeta-se sempre lá para o fututo, ou no futuro do futuro, no pretérito do futuro.

Nunca se imagina que será tão logo (so soon).

Porém a oportunidade chega e você encara de frente, encara as prestações, a falta de dinheiro, as faltas de trabalho e vai.

Começa a busca frenética no Google de "onde ir na Europa".

Em várias páginas sempre li que na França você deve visitar tudo primeiro e se sobrar um " tempinho" vá a Torre Eiffel.

Ouvi que seriam filas quilométricas que levariam horas (4h no mínimo), turistas enlouquecidos atropelando-se uns aos outros em busca do melhor ângulo, loucos consumistas atrás de mais e mais souvenirs.

Uns mais conhecedores me sugeriram visitar um prédio no entorno, pois seria a mesma vista e ainda mais eu conseguiria ver a própria Torre.

Os mais cultos diziam; não deixe de ir ao Louvre se ficar na dúvida esqueça a Torre e vá ao Museu.

Não deixe de passear no Rio Sena, de lá você verá a Torre.

Os mais preguiçosos, ou talvez os que tem claustrofobia, acrofobia, sei lá, diziam; só vou olhar de longe subir pra que?

Mas algo dentro de mim dizia, como ir a Paris e não subir a Torre, seria como ir a Roma e cadê o Papa?

Então fiz extamente o que ninguém sugerira, fui a Torre.

Confesso que não esperando nada de mais, com aquele ar de carioca de que; já conheço o Rio de Janeiro, nada é mais belo.

Altura por altura tem o Cristo Redentor, etc e tal.

Segui o conselho de um amigo de subir ao final do dia, antes do entardecer, pois teria as duas cidades aos meus pés, de dia a vista de até 70km de distância e a noite, as luzes de Paris.

Me surprendi logo na chegada, a base da Torre já é encantadora, suas tramas e mais tramas de ferro bordando um desenho ilógico, toneladas e toneladas de estrutura (mais precisamente 7.200 toneladas) com uma leveza indescritível, uma renda bruta e surprendentemente uma fila de 50mts, organizada e correta.

Ao subir ao primeiro piso por um plano inclinado totalmente panorâmico, me sucumbi a seus encantos, as vozes ao meu redor como numa mágica verbal, ou um boneco de ventríloco pessoal falavam meus pensamentos, as mãos tremiam com a câmera digital tentando capturar toda a beleza para o meu mundo de gigabites, como se eu pudesses sequestrá-la só para mim, mera loucura, nada é capaz de capturar a emoção daquele momento.

Torre Paris Ao subir ao segundo plano, tive que realmente me curvar a beleza que é Paris e entender porque até o insando e impiedosos Hitler não conseguiu explodir os monumentos de Paris como planejava, e até uma foto com a Torre ao fundo pedir.

O sol se escondendo pelos limites do horizonte, as curvas do Rio Sena, a soberania do bairro de Montmartre, com a Basilique du Sacré-Cœur ao topo, o dourado da cúpula do Hotel National des Invalides, a explosão Gótica da Catedral de Notre-Dame, toda Paris foi entrando por minhas veias e me infectando de beleza e luz e deste ponto em diante não ouvia mais nada, apenas flutuava em pensamentos e tentava a todo custo armazenar mais e mais pixels de imagens em minha mente.

No terceiro piso encontrei a noite e junto com ela me foi apresentada a Cidade Luz, não sabia ser possível mais beleza, mais encanto, mas outra Paris se descortinava aos meus pés e foi o golpe fatal.

A Torre me venceu, me senti uma guerreira que tomba aos pés do oponente.

Porisso hoje escrevo e torço que em sua busca ao Google, as outras páginas sumam como poeira e você leia estas mau digitadas linhas e nunca deixe de subir a Torre.

Torre Eiffel Inesquecível.

Imperdível.

Incomparável.

Inacreditável.


Autor: Fabiana Guaranho


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