SEM DESTINO



Desci as escadas da vida
Em busca do meu anjo da guarda
Mas ele não se estava...

Fugiu!
Desertou-me?
Estático me pus a imaginar
O que teria-lhe acontecido.

Deixou-me entregue à própria sorte
Que em segundos revelou-me
Ser uma grande mundana.

Desesperado procurei os rastros
Do meu desertor
Em busca de explicações
Enquanto as horas, silenciosamente me consumiam.

Em segundos, encontrei-me
Cercado pelas muralhas do pesadelo...
A sorte ria, zombava do meu pavor
Cuspia-me escárnios com gosto de sangue
Esbofeteava-me com suas patas
Arrancado o último percentual de minha vida.

Desvencilhei-me, corri
Consegui alcançar as escadas
Retornando à superfície...

Acordei-me subitamente numa estrada sem saída
Ao lado de um corpo inerte
Cujo rosto, agora familiar, banhava-se em sangue.

*(Agamenon Troyan)
Autor: Agamenon Troyan


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