Um coração meio sem sentimentos - "Coração de Tinta"
(Ink Heart)
Aventura
106 minutos
Direção: Iain Softley
Roteiro: David Lindsay-Abaire, baseado em livro de Cornelia Funke
Produção: Cornelia Funke, Ileen Maisel, Diana Pokorny e Iain Softley
Elenco: Brendan Fraser (Mo "Língua Encantada" Folchart), Sienna Guillory (Teresa),
Eliza Bennett (Meggie Folchart), Paul Bettany (Dedo Empoeirado), Helen Mirren (Elinor Loredan), Matt King (Cockerell), Steve Speirs (Flatnose),Jamie Foreman (Basta),Stephen Graham (Fulvio),Andy Serkis (Capricórnio)
Seguindo a linha dos últimos lançamentos infanto-juvenis chegamos a uma forma infalível para o projeto ser aprovado:
- tem que ser adaptação de um livro
- tem que ter espaço para grandiosos efeitos especiais
- tem que ter um personagem interpretado por algum adolescente, que é o verdadeiro herói da história
- tem que ter adolescentes como protagonistas
- tem que mostrar adultos como completos idiotas
- tem atores conhecidos em papéis secundários
- a história tem que caber numa frase
Ao que parece o projeto para o filme Coração de Tinta cumpria cada um dos requisitos.
Vamos a história: exite uma raça com poderes mágicos chamada Língua Encantada, que ao ler um livro qualquer seus personagens acabam sendo transportados para o mundo real em troca da ida de um personagem do mundo real para o livro.
Brendam Fraser ou "Mo Folchart" tem esse dom. Ao ler o livro "Coração de Tinta" acaba trazendo dois de seus personagens: o malabarista covarde "Dedo Empoeirado", interpretado pelo sempre competente Paul Bettany e o terrível vilão Capricónio, interpretado pelo sempre caricato Andy Serkis e mandando para o mundo da ficção, sua esposa.
A partir daí, a vida de nosso herói é fugir da Caprimcórnio e tentar encontrar uma nova cópia de "Coração de Tinta" a fim de tentar trazer sua mulher de volta. Nessa jornada tem a companhia de sua filha, a tal personagem adolescente que é a única que pensa no filma.
A produção é caprichada com bons efeitos especiais, a interpretação inspirada de Bettany deve agradar a seus fãs, já o resto do elenco, com destaque para Fraser parece não ter nenhum interesse pelo filme, atuando no piloto automático. Serkis, o Gollum do "Senhor dos Anéis" está totalmente exagerado como vilão, fazendo rir ao invés de assustar.
Quanto ao filme em si, ele nunca se desenvolve, sendo apenas uma série de idas e vindas sem sentido. Talvez seja culpa do argumento do próprio livro em que é baseado.
De fato, o "plot" lembra muito um filme mais antigo com Robin Williams, "Jumanji", esse sim um bom filme de fantasia em que os personagens ganhavam vida quanto as regras do jogo - no caso de "Coração de Tinta", o livro - eram lidas.
Para a platéia mais velha o filme não tem graça e para a platéia mais jovem, o tom do filme pode até mesmo assustar.
Em resumo, não perca seu tempo.
Autor: Alexsandro Rebello Bonatto
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