Divergências Da Educação Sexual No Terrirótio Nacional



Resumo:

Este artigo tem por objetivo apresentar alguns Projetos de Educação Sexual inseridos no território Brasileiro mostrando os objetivos e diferenças de cada um abordado dentro do território nacional. A orientação sexual veio para se incorporar de forma definitiva através de projetos. Além de ser um tema social urgente, a sexualidade é central na vida das pessoas e sua discussão é especialmente relevante para crianças e adolescentes. Orientação Sexual na escola supõe um trabalho contínuo, sistemático e regular e que acontece ao longo de toda a seriação escolar. Pressupõe a capacitação e o acompanhamento, na forma de supervisão do trabalho, dos educadores que se responsabilizarem pela tarefa. E espera-se que ultrapasse o território da sala-de-aula, para se tornar objeto de reflexão e debate em outros territórios como na comunidade escolar ou em outro espaço institucional. Pode envolver todas as áreas de ensino, orientadores, coordenadores, auxiliares de ensino, tutores e os pais e mães dos alunos.

Palavras chaves: Projetos de Educação Sexual;Prevenção de Doenças; Sexualidade; Multirio; NEUROEDUCA; PPGA; Territórios; Região.

Deixemos claro que as definições de território são várias "genericamente é entendido como uma área de terra ou a extensão geográfica de um município, um país, estado, região, cidade"1 e até uma demarcação de um pequeno espaço pode ser entendido como território.

 Neste artigo, discutiremos de modo pouco profundo como é tratado modelo de projetos no qual o mesmo abrange discussões sobre alguns Projetos de Educação Sexual em três territórios diferentes no entanto incluiremos o projeto Multirio do Governo do Rio de Janeiro- RJ, o Projeto NEUROEDUCA de Minas Gerais- MG e juntamente o Projeto de Prevenção da Gravidez na Adolescência (PPGA), do Núcleo Regional de Educação (NRE), que acontece em parceria com o Eco Clube e as secretarias de Saúde e de Educação de Toledo- PR.

Haesbaet diz:'Uma região é uma sociedade contígua, historicamente produzida, que possui um ambiente físico, um milieu (meio) socioeconômico, político e cultural distinto de outras regiões e em relação a outras unidades territoriais básicas a cidade e a nação.'2

Podemos afirmar que a Educação Sexual têm o mesmo objetivo em qualquer um dos três territórios citados acima quanto em território nacional, mas que são implantados de formas diferentes em cada um deles.

Em primeiro lugar cabe explicar o que é Educação Sexual. "A Orientação ou Educação Sexual é um processo formal e informal, sistematizado que se propõe a preencher lacunas de informação, erradicar tabus, preconceitos e abrir a discussão sobre as emoções e valores que impedem o uso dos conhecimentos, cabe também propiciar uma visão mais ampla, profunda e diversificada acerca da sexualidade".3

Segundo o programa Multirio do Governo do Rio de Janeiro a orientação sexual caracteriza-se por um conjunto de orientações desenvolvidas de forma assistemática sobre sexualidade.

"Eles justificam que a Educação Sexual como qualquer processo educativo, apresenta efeitos e resultados demorados, muitas vezes só observados após muito tempo e, certamente não tem o poder de transformar todas atitudes e comportamento dos jovens.
O fundamental é a possibilidade de se desenvolver um trabalho educativo positivo, de valorização humana, mesmo que limitado o seu alcance, através de uma intervenção pedagógica adequada, que possibilite ao jovem capacidade de escolha e a eliminação de sentimentos de culpa" explica o Multirio"4.

Para o Multirio, é importante analisar para que e para quem serve a Orientação Sexual. Eles sabem que a escola não pode fugir a seu papel de Educadora, segundo eles é um complemento do que é iniciado no lar onde a participação dos pais é fundamental no processo de Educação Sexual que posteriormente no ambiente escolar é desenvolvido o preenchimento de algumas dessas lacunas deixadas e a superação com a quebra de preconceitos.

Já o Projeto NEUROEDUCA de Minas Gerais estabeleceu parcerias com voluntários no qual desenvolvem um programa de capacitação para um trabalho de orientação sexual nas escolas, onde se pretende promover o desenvolvimento pessoal e social do(a) adolescente através de uma reflexão sobre sexualidade dentro do ambiente escolar.

A sexualidade é uma temática complexa. Esse trabalho tem intenção de sensibilizar os educadores para esse desafio. É importante entender o papel da escola, reconhecer o limite do educador e trabalhar também com a família amenizando o impacto para a escola.

"Um ponto relevante observado nesse trabalho é a dificuldade de aproximação e a distancia da família no cotidiano escolar. A escola não esta preparada para a inclusão da família e da comunidade. A participação da família e da comunidade geralmente é muito pequena, quando não difícil....A reclamação dos educadores é a de que geralmente os pais entregam seus filhos e dizem, "Agora dêem conta dele pra mim". O trabalho com a sexualidade tem que ter a inclusão dos pais, não só pelo receio dos professores em trabalhar a temática sem consultá-los."[5]

É importante reconhecer o papel da escola, de que eles não podem substituir os pais em determinados assuntos, mas podem sim ajudá-los a preencher lacunas.

A integração desse projeto de Educação Sexual na Escola caracteriza o desenvolvimento humano como um processo multidimensional que ocorre durante o processo de ensino-aprendizagem que contribuirá para a formação de um individuo.

Logo o Projeto Prevenção da Gravidez na adolescência (PPGA) do Núcleo Regional de Educação (NRE), que ocorre em companhia com o Eco Clube e as secretarias de Saúde e de Educação de Toledo- PR, são desenvolvidas atividades propondo-se formar jovens multiplicadores, que  orientam não só na prevenção da gravidez na adolescência, mas também em outros contextos que envolvam adolescentes.

 Este trabalho porém é complexo por ocorrer a transmissão dessa orientação por intermédio dos próprios  adolescentes. Estes jovens tratam de temas polêmicos como a prevenção de doenças transmissíveis, gravidez na adolescência, homossexualismo, valores, moralidade, preconceito e drogas.

Esse projeto dá mais ênfase nos problemas da gravidez nas adolescentes onde a gravidez precoce é a quinta causa de morte em adolescentes.

 Bernadete Ribeiro diz que "acredita que a causa das gestações na adolescência esteja relacionada com a parte social. "As meninas carentes, tanto de afetividade como financeira, se deixam levar mais facilmente. Elas geralmente não procuram ajuda, não fazem um pré-natal. Se pinta um clima, como os jovens dizem, elas não estão preparadas e na maioria dos casos estão sem o preservativo", enfatiza.[6]

Conforme a chefe do Setor de Epidemiologia de Toledo, o trabalho do (PPGA) é a longo prazo. "Temos números estatísticos que registramos nos últimos três anos". O que se percebe em resultado é a modificação do comportamento dos cinco mil adolescentes envolvidos no projeto. Onde o adolescente fala com adolescente.

Percebe-se que em todo o território nacional Brasileiro há micro-territórios que tratam diferentemente de um mesmo assunto, alguns se apegam há elaborar projetos mais amplos de modo geral e outros de maneira mais específica ou até superficial, percebe-se que de uma forma ou outra ocorre uma intervenção pedagógica que favorece reflexão mediante a problematização de temas polêmicos no qual permite ampla liberdade de expressão num ambiente "acolhedor e num clima de respeito".

Conclui-se que no Projeto NEUROEDUCA –MG o projeto prevê formar rever e ampliar os conceitos dos educadores para trabalhar a Educação Sexual nas Escolas, o Projeto Multirio trabalha a questão do tema da sexualidade a ser tratado e discutido em centros escolares e comunitários, já o (PPGA) discute um tema único e central que é a prevenção da Gravidez na Adolescência, é um projeto que prevê a discussão, a problematização e a resolução de um único "problema".  

Segundo Rogério Haesbaet "O mundo 'moderno' das territorialidades continuas/ contíguas regidas pelo principio da exclusividade (cada Estado com seu espaço e suas fronteiras bem delimitadas frente ao território do outro) estaria cedendo lugar hoje ao mundo das múltiplas territorialidades ativadas de acordo com os interesses, o momento e o lugar em que nos encontramos. Percebe-se ai ao mesmo tempo um ângulo positivo (a vivencia concomitamente de múltiplos "territórios" e identidades) e negativo (a fragilidade e a instabilidade de nossas relações com os outros e com o meio)".[7]

Observamos que em cada território há formas de projetos com interpretação e visões diferentes que podemos no entanto unir todas essas idéias e apresentar num único projeto que visa o repasse dessas informações sobre a sexualidade onde o principal objetivo é onde o individuo ter maiores chances de crescer como um ser dotado de maturidade suficiente para saber conduzir cada momento novo que vive, cada problema de forma consciente e segura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Anais do 7º Encontro de Extensão da Universidade Federal de Minas Geris, Belo Horizonte – 12 a 15de Setembro de 2004

Artigo enviado ao Site WWW.gtpos.com.br.

Em resumo distribuído pelo Professor Valdir Gregory, UNIOESTE. Dicionário da Terra, Conceito de Territorialidade

HAESBAET, Rogério.1º Capitulo.  Dês-Territorialização e identidade: a rede gaúcha no Nordeste.          

HAESBAET, Rogério.1º Capitulo.  Dês-Territorialização e identidade: a rede gaúcha no Nordeste.

LIMA, Helena. Como se dá a orientação Sexual na Visão do Multirio. Diretora da Unidade Perdizes do Colégio Pentágono. RJ.

Reportagem do Jornal O Presente, Edição de 11 de Maio de 2005.Marechal Rondon/ Número de adolescentes grávidas aumentou 10% de 1998 para 2004

SUPLICY, Marta. Sexo se Aprende na Escola. Editora Olho d'água, (GTPOS) 2º Edição, 1999.Pp12.  




Autor: Jehmy Katianne Walendorff


Artigos Relacionados


Psicologia E Educação

A Função Da Escola E Da Educação

A Análise De Swot Da Seduc/ma

Capacitação No Ensino Médio

SolidÃo...

TraÇos De Um Povo

Os Diferentes Tempos Da Vida