Juventude, Política e Cultura: Contribuição para um debate franco
Juventude, Política e Cultura: Contribuição para um debate franco
Eric Oliveira Costa e Silva (Carcará)
A Cultura por nós deve ser concebida como fonte intermitente ligada a pratica construtiva das nossas ações junto à militância da Juventude em favor do estabelecimento duma sociedade democrática, socialista, laica e promotora de ações em favor da juventude.
Tanto a Juventude como a cultura tem seus campos de influencia ligados à subjetividade humana e eles estão presentes desde os primórdios da História, aqui entendida como um processo de acumulo contido dentro e fora dos movimentos sociais e partidários, com elas os agentes da juventude representam desde as suas coletividades, bem como suas individualidades, via de regra, esta ultima está inserida no cerne da coletividade, todas as atitudes de qualquer natureza que pretendam compreender qualquer fenômeno decorrente da ação humana de determinada civilização, povo ou tribo, não devem deixar de considerar a cultura e inseri-la nos seus trabalhos teórico-cotidianos.
Guardadas as devidas proporções temporais, naturais e sociais podemos encontrar em todos os períodos da vida humana aspectos cristalinos a nos levar a afirmação da cultura sendo utilizada de forma intrínseca em processos de ensino-aprendizagem, onde ambos estão envolvidos de forma direta numa constância evolutiva de seus conceitos e definições, assim desde que a Humanidade passou a contar, escrever e descrever seus feitos a cultura também começou a traçar seu caminho em conjunto com o campo científico e político.
No plano lógico das contradições a cultura se estabelece com suas singularidades e diferêncialidades, as mesmas interferem diretamente no espaço sócio-territorial, onde assumem papéis diferentes de um território para outro, mas em termos gerais a Cultura é o fim maior do Homem, assim não temos como meta compreender ações de cultura voltada à juventude pelo viés insólito do mercado, a cultura deve ser liberta deste paradigma burguês, desta forma toda tecnologia empregada nos campos culturais tem o papel de meio para o fim do avanço do esclarecimento das diferenças de classe e da constituição dum novo sistema, este por nós proposto é o socialismo, e a totalidade das noções artística deve ver a tecnologia como ferramenta que se põe a serviço das criatividades do homem.
Não podemos negar a existência de sujeitos ligados à cultura que escolhem o computador como uma ferramenta corriqueira em seu trabalho, pois este é um produto de grande valor tecnológico e foi inserido em quase todas as etapas da produção de mercado, pois ele colabora na obtenção maior da acumulação das taxas de lucro, que não dispensam a expropriação da mais-valia e também do tempo de trabalho despendido com a matéria a ser produzida e, por conseguinte desta existe a substituição dos trabalhadores pela máquina, o que nos leva a acreditar na regulamentação político cultural consciente com fim de evitar essas demissões e universalizar as chances de compreensão desses mecanismos tecnológicos a fim de dar oportunidades para todos serem incluídos no Mundo do trabalho, assim ferramenta e homem estarão interligados através das potencialidades do ser frente à superação da "divindade do capital" e estaremos rumando para a construção da totalidade do espaço cultural socialista com liberdade.
A totalidade espaço cultural socialista vai além de um mero edificado fixo burocrático e pode atravessar o tempo de gerações para gerações, esta pode ser compreendida como um conjunto de sistemas lógico que tem suas fundamentações teóricas metodológicas alicerçadas na compreensão internacionalista da juventude a partir do conhecimento sistemático das contradições imposta pelo sistema capitalista.
Essas contradições não somente serão apenas inseridas á partir do acumulo de capitais das classes sociais e da classe jovem, pois existe a possibilidade do sujeito de um determinado grupo social com capital adquirido ter maior chance de entrar em contato com eventos culturais, este pode até participar de forma ativa nos mesmos, mas também a acumulação de bens e capital não garante a quem o detém um efetivo aumento de consciências culturais, desta forma a época de ouro alcançada pelo Estado de Pleno Emprego no passado por nós é concebida como o marco da instauração dos preceitos individuais liberais e neoliberais que junto com outros fatores propiciam a hegemonia cultural e econômica das Nações e conglomerados imperialistas.
Dentro totalidades culturais socialistas Internacionais devem existir inter-relações categóricas sinérgicas implementadas a partir de participação mínima dentro das estruturas orgânicas em que participamos, logo se faz necessário pensarmos em dar espaço nas direções executivas (Nacional e Estadual) da TLS para uma coordenação de Juventude e esta deve ter como prioridade o necessário apoio a luta pela mudança da elegibilidade de 18 anos para os cargos de representação nas câmaras de vereadores, assembléias legislativas estaduais, assembléia legislativa federal no âmbito da câmara dos deputados federais e distritais, para os cargos do executivo tal qual os de prefeitos e no âmbito do senado somos a favor da elegibilidade a partir dos 25 anos, já para o cargo de Presidente da Republica esta convenção deve respeitar a faixa etária do jovem de 35 anos.
As relações categóricas sinérgicas devem respeitar uma dinâmica de significados simbólicos calcados em objetos dos planos reais e abstratos, também serão compostas á partir dos fluxos contínuos de informações trocados entre o homem e o meio natural e artificial, elas estarão sujeitas a História do local, bem como do grupo onde o sujeito está inserido, tais afirmações podem ser como uma pratica de algo eminente às razões do estudo e não da fragmentação teórico político do mesmo e nem deve ser utilizada para se contrapor as decisões dos órgãos deliberativos e executivos em que estamos organizados.
Não devemos compreender o grupo da juventude e suas formas de se relacionar uns com os outros como uma parte separada dos demais da sociedade, os mesmos são produtos diretos destas inter-relações e estão inseridos dentro da totalidade espaço cultural socialista.
A esta totalidade do sistema cultural internacionalista socialista deve se unir a uma melhor operacionalidade logística dos eventos que vamos participar ou proporcionar, além de criar imediatamente uma forma eficaz de nossa comunicação com os interessados na luta socialista, ambas deve respeitar as diferêncialidades locais, sociais e culturais, assim o conceito de diferêncialidades pode ser concebido como uma categoria de analise que compõe e demonstram as contradições existentes de idéias e ideais de grandes parcelas reveladoras dos fenômenos socioespaciais e estas devem nortear as nossas maneiras de se comportar frente aos desafios para vencer aqueles que se opõem ao nosso pensar, essa vitória só será concebida a partir do bom funcionamento de nossas instancias, bem como das relações com a classe oprimida a partir da promoção constante da consciência de classe e da não aceitação de composição com setores burgueses.
Uma outra prioridade da Juventude da TLS esta no seio de se posicionar contra o estabelecimento da faixa etária de 15 a 24 anos para caracterizar o jovem pela Convenção Ibero Americana, pois o estado que liga a pessoa ao termo juventude deve estar contido não simplesmente em termos de idade e sim da consciência do sujeito para com a juventude, assim para fins apenas estruturais concebemos este tema com a faixa etária até os 35 anos, sendo admitida à participação de membros com idade superior aqui estabelecida, pois pensar a juventude é tarefa de todos.
Desde já devemos ter em mente que todos os campos do espaço cultural socialista serão influenciados por vários significados referentes às ações dos indivíduos na (re) produção do espaço global e também do local – este está contido dentro do espaço global, pois todas as formas de intervenção do homem são provenientes da percepção do sujeito para com o objeto analisado, desta forma será tarefa dos nossos membros a superação de preceitos individuais incutidas nas nossas ações propostas, desta forma à própria diferença de identidade cultural de cada individuo deve ser superada pela instauração duma identidade coletiva com bases no socialismo revolucionário.
A nossa identidade cultural deve ser a soma de nosso viver e dos nossos debates internos em um determinado espaço e a esta deve ser levada em conta as Histórias do território em que o sujeito está inserido para assim podermos estabelecer o que é tático e o que é estratégico para o alcance da territorialização do socialismo.
Um território pode sofrer influencia de outro, é isso que fundamenta o conceito de hegemonia, com o advento da globalização se estrutura um sistema onde é estabelecida uma linha tênue invisível, nela se separa as ações globalizatórias em uma esfera ideológicas e a outra teórica, ambas tem o intuito de territorializar as vontades das Nações desenvolvidas, estas necessitam cada vez mais da abertura dos mercados das outras Nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento, sendo a cultura utilizada para moldar os cidadãos e prepara-los para consumir as mercadorias vindas dos grandes centros, entretanto ambas as esferas caminham sempre juntas e no momento da espacialização do global no local encontramos certas resistências de um para com o outro, deste modo conseguimos aferir o conflito entre ambos, este influencia diretamente a vida e a identidade dos sujeitos e é fundamental que possamos estar presentes nesses conflitos, dando nossas contribuições para que ele seja visto como parte de nossa militância contra o predomínio burguês da sociedade.
No que tange os diversos conflitos existentes entre o global e o local devemos compreender um ponto primordial no qual se consistem nas dores e nas angustias dos indivíduos e povos de determinados locais e nações perante as tentativas de dissoluções das formas de culturas com fundamentação socialista e, por conseguinte da tentativa diária das mudanças estruturais das identidades dos nossos militantes, sendo que estas estão a levar um grande numero de jovens a não aceitação do socialismo como fonte de superação coletiva da exploração, o que levam estes a uma crise da identidade e da identidade cultural ligada diretamente aos conflitos aqui colocados.
A crise de identidade cultural se constitui no ponto onde o que é de criação da cultura local passa a ser considerados como algo sem valor e ultrapassado, neste ponto, aquilo introduzido pela grande mídia global e nestas são postas culturas imperialistas se constitui no próprio mote da crise de identidade que é posta no instante aonde o interlocutor chega a ponto de propagandear tal forma de cultura sem mesmo compreender os fatores econômicos que estão a fundamentar a hegemonia das Nações desenvolvidas.
As identidades ligadas às superestruturas das culturas de tradição, popular e interseccionadas são substituídas pelas linhas gerais da cultura de padrão de massa, da qual se pretende espacializar, desta forma esta nova cultura a ser (re) estruturada serve ao fim de territorializar o controle social, político, científico e de informação nas mãos dos detentores do capital.
Desde a gênese do sistema produtivo capitalista, os grandes excedentes de capitais provenientes das explorações e especulações em conjunto com o esclarecimento de líderes nacionais e mecenas influenciam de forma direta no fomento a cultura, assim sendo, os investimentos são norteados com intuitos de marcarem épocas, logo, estes investimentos estão ligados aos ciclos sistêmicos da própria produção do mercado, então tais geram uma nova acumulação.
Essa nova acumulação de capital servirá para obtenção de novas formas de fomento do lucro, no bem estar de poucos e para pagar o trabalho dos agentes inseridos nas redes de distribuição e produção destes tipos de serviços ligados ao meio cultural e nestes a visão mercadológica da cultura jovem a todo o momento sofre com o cooptação de seus desejos, de forma que em vários momentos as bandeiras de lutas da juventude é deturpada pelo poder dos Estados Burgueses, este tem o papel fundamental de adiar o refluxo da organização dos jovens e trabalhadores para fazer frente aos ataques do capital e da própria vontade das massas de se insurgir contra a exploração capitalista, assim se não tomarmos posição contra estas formas de desorganizar os lutadores, nunca poderemos concretizar a revolução socialista, esta nova fase deve ter como principio a idéia da liberdade democrática socialista e assim não devemos retirar dos nossos olhos que a revolução não suprime a idéia do amor, sem este não existe; revolução em curso, pois devemos amar o que nos propomos a construir, amar uma sociedade justa sem explorados, assim o jovem não pode ser compreendido como uma maquina a serviço governamental, ao contrario devemos almejar uma humanidade total para os jovens, a partir de políticas publicas para essa classe. Logo a tarefa de construção do Socialismo no Brasil deve estar contida dentro da territorialização deste em outras partes do Mundo, assim devemos aprender com a própria Evolução do Pensamento Socialista para podermos de forma direta educar as nossas ações frente as que se opõem ao nosso pensamento, assim pontuamos as colaborações em frentes que são compostas da maneira de inserção do Jovem na Conjuntura Internacional e Nacional, na Cultura, na Economia, no Esporte e por fim, mas não por ultimo a situação e as saídas dos jovens nas relações com a seguridade e previdência social, Bandeiras de luta:
- Pela efetiva implementação de Projetos Culturais da Juventude
- Passes livres para todos os Estudantes e desempregados
- Contra a Reforma Universitária Neoliberal do Governo Lula
- Pela implementação governamental de crédito fácil para empreendedores jovens
- Que se faça imediatamente uma política de cotas sociais em todas as Universidades Publicas.
- Por mais verbas para a auxilio estudantil
- Pela imediata construção do R.U na Unesp de Presidente Prudente
- Pela construção de um bloco de moradia estudantil na Unesp de Bauru
- Pela punição imediata das Universidades Particulares que cobram matricula e rematricula no mesmo mês
- Pelo fim do Programa Estadual tucano da Bolsa Escola da Família
- Pela criação de coordenações em sub-sedes da Une em todas as regiões administrativas do Brasil
- Apoio à criação da Universidade Federal do Chapadão do Noroeste em Araçatuba
- Pela realização da Conferencia Mundial da Juventude Socialista no Brasil
- Pela criação do Primeiro Congresso da Juventude do P-SOL
- Pela mudança da elegibilidade eleitoral
- Pelo fim do serviço militar obrigatório
- acesso a terra ao jovem e à jovem rural, na faixa etária de 16 a 35 anos;
- Contra as conciliações que estabelecem a retrocessos das Conquistas Históricas
- Contra a Reforma Universitária
- Não a cooptação das instituições de organização da Juventude pelo Governo.
Autor: Eric oliveira costa e silva
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