FADA BEBETE



A morte de Luís Eduardo Magalhães, o filho que Antônio Carlos Magalhães preparava para sucedê-lo na política da Bahia, foi o grande abalo na vida do senador. Luís Eduardo morreu em 21 de abril de 1998 de ataque cardíaco, aos 43 anos, em Brasília, quando costurava acordos políticos para disputar uma cadeira no Senado. Para ACM foi um baque! Ele não podia acreditar que o carismático LEM, poderia morrer como um ser humano qualquer. Na doentia cabeça de ACM, seus descendentes teriam que morrer como um guerreiro espartano, deixando sangue e legado.

ACM fez de tudo para imortalizar seu filho, colocando seu nome no atual Aeroporto Internacional da Bahia, cruzamentos, pontes, avenidas e até cidades, como a do Oeste baiano, hoje considerada a mais violenta da Bahia. Tudo para imacular a imagem de seu filho e sucessor. Mas nada disso bastou. Para imacular, ACM teria que ir além. Teria que apagar todos os vestígios e caminhos que ligassem LEM a Drika.

Nesse louco entreveiro está a vida de duas mulheres diferentes, mas diretamente ligadas. A prostituta Drika e a fada Bebete. Bebete era uma fada linda, que em seu áuge, foi capa da revista PlayMago mostrando sua asas voluptuosas. Agora Bebete tenta educar suas filhas Janete e Jussara, administrando seu puteiro de alto nível em Lostcity Downtown. As filhas trabalham com a mãe durante o dia e a noite vão a Universidade Abracadabra, ambas estão no primeiro semestre de Engenharia e Reprodução.

Além das tarefas de administrar seu negócio, Bebete tem outras atribuições em seu Mundo. Para aqueles que não sabem, a Magia e uma ciência milenar onde investiga as Fadas como seres elementais e cataloga-as como "elementais do Ar". Menciona Gnomos e Duendes com "elementais da Terra", as Sereias e Ondinas como "elementais do Mar", as Salamandras como espíritos que habitam o fogo e nos transmitem mensagens através das chamas das velas. A magia diferencia ainda os anjos dos outros espíritos naturais, explicando que os últimos pertencem ao reino celestial.

Bebete tinha uma função básica: proteger as prostitutas terrestres. Em toda oração feita por essas mulhereres de vida e personalidade difícil, é gerado uma energia onde só pode ser captada pelos "elementais do Ar". Nesse caso, não adiante São Jorge ou São Benedito... só mesmo a Fada Bebete!

Drika uma baiana linda. Com cabelos negros quase até a cintura, olhos cor de mel e pele cor de cuia. Estava em mais uma festa de arrasar em Brasília. Esperava seu amante, seu pai, seu amigo, seu protetor... Luís Eduardo Magalhães. Estavam nesse relacionamento por anos! Todos sabiam. Não falavam nada. Respeitavam. Afinal essa e a coisa mais comum na baixaria brasiliense. LEM chegou minutos depois com o sorriso nas orelhas!

- Meu amor! Estou com uma branca que e de tirar o fôlego! Direto dos meus camaradas da embaixada da Colômbia. Drika chegou a se arrepiar... de ansiosa e medo.

- Oh meu Rei... demoro... i é agora!

Os dois se foram para uma sala e de-lê cafungar aquela coisa 100% pura. A festa se foi até a madrugada, regada a muito pó e uisque. Resolveram sair da festa e dar uma esticada em um Motel de luxo.

LEM estava exaltado. Excitado. Travado. Drika foi ao banheiro para tomar uma ducha. Ao voltar viu LEM estático. Deitado naquela cama sem se mexer. Sem repirar. Sem piscar.

Drika fez de tuda para ressucitar o deputado. Em vão! Não sabia o que fazer. Só rezava.

Bebete recebeu suas vibrações aflitas em instantes. Sabia que deveria fazer alguma coisa e rápido, pois sentia um frio em suas asas quando pensava o que ACM faria com sua protegida. Em um piscar de asas, Bebete estava no ombro de Drika.

Repentinamente Drika pára de chorar e começa a pensar com a Razão.

"Nessa hora, o único que pode me tirar desse sufoco é o Zulu".

Ligou para Zulu... meio soluçando, mas com uma força que não sabia de onde vinha!

- Zulu meu Rei... Lenzinho parou de respirar! Não sei que faze!

Zulu na hora entendeu o recado. E em minutos já estava no local.

- Drika... o que rolou?

- Muito pó Zulu! Coisa du capeta!

- Drika... vai pro teu loft. Me espera lá! Eu me viro!

Drika sai daquele quarto perdida, mas inconscientemente orientada por Bebete. A fada sabia que o loft não era o lugar ideal, com um simples bater de asas, fez com que Drika rumasse seu carro para um apartamento de uma amiga na asa leste de Brasilia.

Zulu fez tudo o que deveria nessa hora, O mais dificil foi anunaciar a tregédia ao velho coronel ACM. Foi devastador.

No dia seguinte sai nos jornais que LEM morreu de um ataque cardiaco após uma corrida matinal.

Zulu sabia que as coisas não ficariam assim.

ACM liga para Zulu durante o enterro do filho.

- Zulu... resolva isso.

Desligou.

Zulu sabia o que tinha que fazer. Teria que acabar com todos os laços que ligassem LEM e Drika. Drika não poderia mais viver. Era uma ameaça a familia ACM e principalmete as suas pretensões politicas.

Zulu corre ao loft e não encontra Drika. Não estranhou, afinal Drika sabia do risco que corria. Mas Zulu também sabia que ela não poderia correr para sempre, pois ele tinha olhos e ouvidos em todas "não" esquinas de Brasilia. Dito e feito.

Dias depois, Drika estava ajoelhada na frente de Zulu, com um cano frio apontada para sua testa, suplicando e chorando por sua vida. Drika fecha os ohos. Reza. No que abre os olhos, sente um conforto enorme em sua mente. Era Bebete, que estava rodeando os dois fazendo com que aquele quarto se tornasse leve e iluminado.

Zulu sente um peso em sua arma. Sente que sua mão sempre firme com o gatilho, perdera as forças. Nao entendia aquilo, mas sabia que a coisa certa a fazer seria desaparecer com aquela mulher.

Desengatilhou a pistola.

Colocou Drika em um onibus em direção ao Sul para nunca mais voltar. Semanas depois ficou sabendo de Drika estava grávida. Ai endendeu o porque de sua mão ficar sem forças. Hoje Drika trabalha em Porto Alegre como professora em uma creche, criando seu filho Adamastor. Ficou tão confiante na fé, que virou devota a Nossa Senhora Aparecida. Pobre Bebete... ela que fica rebolando aquelas asas e os outros é que levam a fama!

Adamastor mais tarde viria a trabalhar em Brasilia em uma operação chefiada por Zulu Zumba... mas isso é uma outra história.
Autor: Zulu Zumba


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