Sobre as perturbações da alma



Óh alma que não conheço mas que sinto, razão que por vezes discerne e não é discernida, nessa dialética transformadora que deixa o espírito ávido e o mundo envolto em fenômenos circundantes, ao qual estabelecemos e por vezes nos suscita a perfeição.

Inicio assim esta estrada pelos caminhos tortuosos, com o propósito de adentrar ao mundo complexo do homem, e nada melhor do que O homem por ele mesmo, dizer e tentar ver, sim, pois é somente uma tentativa, pois sou homem e busco a infinitude dentre a finitude, perante a primeira me calo e somente tento senti-la, enquanto a segunda move minha necessidade eassim sou e julgo que nisso consiste a natureza própria da inquietude humana, e essa uma das belezas de ser homem.

Razão e emoção, têm-se grandes preocupações nesses parágrafos, talvez por buscar demasiada perfeição e medo por ser presunçoso por discertar sobre mim, achando a essencialidade em todos os homens, pois falar sobre si mesmo é vaidade, e vaidade por vaidade, tudo é vaidade como diz no livro.

Caro leitor, escrevo como dito acima com a razão e o coração, pois os dois estão em perfeita harmonia, assim como a água e a chuva, escreverei sem preocupações sobre o que vier a minha intuição, essa entendida como o referente primeiro, aquilo que se mostra em mim mesmo e também sobre o discernimento da razão eessa como meus pés caminhando para que não confunda o sim com o não.Essa assimetria que proponho, é para uma tentativa de não padronização e com isso padronizar, pois ora se proponho não padronizar é que padronizo, e nessa aparente contradição que em realidade é uma complementação que meu espírito está, e por ele sigo, mesmo que para isso seja necessário fazer com que permaneço sem conclusões propositais, isto é, as questões que enunciarei estarão sempre abertas a outras complementações, pois essas são necessárias e não quero perder no maravilhar com minha própria razão, por favor, não julgando isso como vaidade, mas como o debruçar e modificar a mim mesmo, no próprio pensamento pois esse é o que move o mundo, pois é justamente sobre ele, que o homem pós-moderno que somos fomos maravilhados, e por ele nos tornamos escravos, pois materializamos nossa fantasia de agirmos conforme a perfeição natural, justamente por acharmos àtão capaz de nossa razão chegar, pois se crê que o mistério da vida fora desvendado. Ó ser mesquinho e peçonhento é o homem, crê que é possível viver por ele mesmo, sabendo que por ele mesmo não fora criado, extinguiu-se a Deus, mesmo sabendo que o mesmo é lógico e evidente, mas de tão difícil aceitação, justamente pelo afastamento da criatura homem de seu referente principal, não vêem que não importa seu nome, Deus, Jeová, o grande ser necessário, o grande arquiteto do mundo, Alá. O grande matemático.Não vêem que não à toa que o cristianismo bebeu da fonte do paganismo no que concerne à razão ,pois claro, Deus já está dentro como uma necessidade racional e sentimental, imaginemos se fossemos nós inseridos agora no mundo, levantaríamos adoraríamos o mundo ao nosso redor, voltaríamos nosso olhar ao sol, e pronto, somos os gregos, vemos nosso primeiro deus, grande, imponente, brilhante e reluzente, depois olharíamos para nós e veríamos a demasiada perfeição, tão grande perfeição, o único que pensa sobre si mesmo, sobre sua mão, enquanto todos os outros animais comem, bebem sem pensar, têm sobretudo a finalidade de existir, pois a finalidade do mundo é para o homem e sobre tal. Como não percebe? É o único capaz de contemplar, claro pois porquanto seria monótono ter feito tudo isso, ou como agrada alguns empíricos, ter surgido tudo isso sem nenhum animal para contemplar?

Continuemos nossa analogia, sim nossa porque você está dentro da minha mente, pois bem depois de contemplar a si mesmo, ele age, ele faz, ele mensura, e vê a si mesmo como o causador do mundo ao qual circunda e esse o fenômeno dialético de sua vida, até nos tornamos ou de acharmos detentores da razão, pobre homem, escravo de suas próprias misérias.

Não quero ser reducionista com essa pequena analogia e me desculpe se o fui, mas conquanto essas verdades se dizem tão simples em minha razão,a tanto tempo, aliás me decide a escrever somente agora, talvez que me achava insolente, não que não seja, mas talvez menos, pois tenho como propósito não vomitar filosofia, como alguns acadêmicos fazem, ou mesmo contar somente sua história como um livro de contos de fadas, ou mesmo a tratarem como mera formalidade da vida, também não tenho pretensões de ser original, mas somente de abarcar o máximo, pois um pensamento complementa o outro, um filósofo ao outro, por vezes as vaidades que os mesmos se subordinam os fazem retroceder perante a humildade, não que eu possa decorrer sobre essa, pois gostaria de à conhecer de maneira mais pura, e dentre a sociedade fico cada vez mais corrompido, ainda mais dentre a capitalista,nesse mundo de faz de conta.

Mas quero conjugar a filosofia, esse é o grande momento filosófico, por mais que o pensar esteja fragmentado, em uma contra corrente, há a necessidade do pensamento holístico, esse ao qual tão almejado e aclamado pelo pensamento em si.Arrisco a dizer que a metafísica que nunca foi abandonada se faz novamente necessária, pois o homem se vê com a teoria e a prática, de maneira dialética, ora uma ora outra, pois o referente que foi perdido está envolto em resgate ao abismo que fora lançado,por mais que vejo trevas e sombras ao qual é e será inevitável, vejo luz, pois o homem está e terá um sofrimento jamais visto, por mais que tente se esconder achando que tem controle sobre todas as situações, aliás característica da razão materialista, chamo aassim pois é conforme o homem vê a si e ao outro, apenas como objeto, aonde o mundo imaginário criado para que ele não pense, está concretizado, pois bem, sua razão intuitiva, o avisa das profundezas que o rodeia, mas que o fará voltar a sua essencialidade original e essa coincide justamente na busca do cristianismo em si, pois foi se o tempo do mediador de contato, isto é , desde que Jesus apareceu ,nós mesmos podemos chegar à Deus, pois cada um é o próprio Jesus, e nisso ele deixa bem claro, é chegado o tempo da religião realmente universal, ao qual não à deturpação pois nós mesmos somos nossa própria igreja, nosso próprio templo, não há lugar para rezar, nós somos a própria reza, é isso que os homens chamados santos tentaram nos dizer, santos somos todos nós, por imagem, semelhança e perfeição, Buda tentou nos dizer e tantos outros.

Digo tudo isso como um transgressor, não posso me dizer cristão pois penso e não sigo, lembra-se dá teoria e dá prática? Como é difícil sua conjugação, se não ajo em todos meus atos como cristão, ora, não posso me dizer cristão!

Pois bem, vivamos, porque somos perdoados a todo instante, ora como não me apercebi agora, já uni razão e fé, filosofia e teologia, pois um é pilar dá outra, pois a razão é necessária ao discernimento, e a fé o crer e essa basta calar-se.

Ora minha sugestão inicial era o de buscar o homem por ele, e estou em minhas convicções, talvez por minha razão se desvencilhar facilmente, mas peço que não me julguem, se estou fugindo de minha aquisição inicial, pois essas que eu reflito, são idéias há muito que gostaria de dessecar, estou demasiado empolgado com isso, não sou metódico quando minha intuição divaga, sou somente quando minha razão assim á deseja, mas estou tentando ser o máximo honesto quando disse que descreria sobre o que quisesse, assim é a necessidade de ser livre, livre entendido sobre o que prover ao meu intelecto, não me preocupando com a maneira de escrever, mas com a maneira de expressar, pois muitas vezes palavras difíceis norteiam o pensamento com coisas sem sentido, e palavras simples afunda o coração na tranqüilidade do ser.

Pois bem,nesse chafariz de idéias enrosco minha fugaz inspiração de transportar minha mente e fazer com que ela se adorna na eloqüente verdade, que conceda a vereda do grande pomar da manjedoura do saber e que toda a soberba se vá, como uma cor falsa de um céu celeste.


Autor: Douglas Matias


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