TERAPIAS ALTERNATIVAS QUEBRA-PEDRA (PHYLLANTHUS), NO TRATAMENTO DO CÁLCULO RENAL, HEPATITE, INFLAMAÇÃO E CÂNCER.



TERAPIAS ALTERNATIVAS

QUEBRA-PEDRA (Phyllanthus), NO TRATAMENTO DO CÁLCULO RENAL, HEPATITE, INFLAMAÇÃO E CÂNCER.

Jackson Weliton Teixeira de Souza [1]

Karina Prado de Araújo 1

Vanni de Jesus Silva 1

Leandro Dobrachinski 2

RESUMO: As terapias alternativas são técnicas simples que buscam o equilíbrio energético do ser humano, que procuram auxiliar cada um a se conhecer melhor, a compreender onde estão as dificuldades que levam às doenças, qual o significado interno da dificuldade que está sendo enfrentada e qual a melhor maneira de lidar com elas. Visam à assistência à saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando-o como mente/corpo/espírito e não um conjunto de partes isoladas. Existem várias modalidades de terapia alternativa, cada uma se baseando em um princípio ativo, dentre os quais temos as plantas, a música, o aroma, as cores e muitos outros. No presente artigo estaremos abordando sobre terapia alternativa com base em plantas medicinais, em específico o gênero Phyllanthus, conhecida popularmente como quebra-pedra. A pesquisa será de caráter exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa, a fim de melhor esclarecer o porquê do uso desta planta por um número muito grande de pessoas, principalmente no tratamento de cálculos renais.

Palavras-chave: terapias alternativas, plantas medicinais, quebra-pedra, tratamento.

SUMMARY: The alternative therapies are simple techniques that search the balance energy of the human being, that they look for to assist each one if to know better, to understand where they are the difficulties that lead to the illnesses, which the meaning internal of the difficulty that are being faced and which the best way to deal with them. They aim at to the assistance to the health of the individual, either in the prevention, treatment or cure, considering it as mind/body/spirit and not a set of isolated parts. Some modalities of alternative therapy exist, each one if basing on an active principle, amongst which we have the plants, music, the aroma, the colors and many others. In the present article we will be approaching on alternative therapy on the basis of medicinal plants, in specific the Phyllanthus sort, known popularly as break-rock. The research will be of exploratório character, by means of a bibliographical research, with qualitative boarding, in order better to clarify the reason of the use of this plant for a very great number of people, mainly in the treatment of renais calculations.

Words key: alternative therapies, medicinal plants, break-rock, treatment.
INTRODUÇÃO

As terapias alternativas são técnicas simples que buscam o equilíbrio energético do ser humano, que procuram auxiliar cada um a se conhecer melhor, a compreender onde estão as dificuldades que levam às doenças, qual o significado interno da dificuldade que está sendo enfrentada e qual a melhor maneira de lidar com ela 2.

São as técnicas que visam à assistência à saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando-o como mente/corpo/espírito e não um conjunto de partes isoladas. Seu objetivo, portanto, é diferente daqueles da assistência alopática, também conhecida como medicina ocidental, em que a cura da doença deve ocorrer através da intervenção direta no órgão ou parte doente 1.

Terapia alternativa é todo tratamento de saúde que não tem uma comprovação científica. As terapias alternativas não fazem parte da medicina convencional e são discriminadas pela grande maioria dos médicos alopatas. Hoje em dia há algumas dessas terapias que foram aceitas oficialmente, como a acupuntura e a homeopatia 3.Há uma estimativa de que 4 milhões de pessoas no Brasil usam algum tipo de terapia alternativa. Esse número vem crescendo e, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Complementar há no país aproximadamente 50.000 terapeutas alternativos. Mas o Conselho Federal de Medicina condena a prática de terapias alternativas pelo fato delas não terem uma comprovação científica 1.

A medicina tradicional e alopatia têm sido cada vez mais substituídas por terapias alternativas com base em músicas, aromas, massagens e plantas. São tratamentos desenvolvidos de forma natural, sem agredir tanto o organismo humano 1.

No presente artigo estaremos abordando sobre terapia alternativa com base em plantas medicinais, por se tratar de uma técnica milenar, que perdeu espaço para os medicamentos sintéticos, mas que em virtude dos efeitos colaterais e do alto custo dos fármacos sintéticos, ressurgiu na atualidade, e com a denominação de Fitoterapia, que quer dizer terapia através das plantas.


METODOLOGIA

Tendo em vista a existência de uma infinidade de plantas medicinais, vamos em específico do gênero Phyllanthus, conhecida popularmente como quebra-pedra. A pesquisa será de caráter exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa, a fim de melhor esclarecer o porquê do uso desta planta por um número muito grande de pessoas, principalmente no tratamento de cálculos renais.

REFERENCIAL TEÓRICO

Quebra-pedra (Phyllanthus)

Dentre as plantas que tiveram seu estudo fitoquímico concluído, bem como ensaios farmacológicos para comprovar sua eficácia, encontra-se o Phyllanthus niruri. Este, popularmente conhecida como "quebra-pedra", é muito utilizado no trato do aparelho urinário.Um dos problemas enfrentados no mercado deste fitoterápico é que na maioria das vezes, dada a semelhança fisiológica da planta como um todo, acaba-se consumindo as diferentes espécies de Phyllanthus sem nenhum critério 7.

O gênero Phyllanthus é composto por várias espécies, muitas das quais apresentam propriedades semelhantes e são conhecidas popularmente pelo mesmo nome. Essa erva apresenta uma extrema capacidade de adaptação, podendo suportar locais muito adversos, na maioria das vezes com baixo nível de umidade e nutrientes (3). É comum se alastrarem nas rachaduras e frestas dos muros e calçadas o que leva a se pensar que foram elas que provocaram as rachaduras para poder brotar. É justamente por essa característica e também por ser eficaz na eliminação de cálculos renais que surgiu o nome popular "quebra-pedra" 3.

A medicina popular brasileira utiliza amplamente esta planta, não só no tratamento de problemas relacionados ao aparelho urinário, mas também como auxiliar no combate a problemas estomacais 3.

O nome Phyllanthus vem do grego phyllon (folha) e anthos (flor), em referência às flores produzidas em ramos que se assemelham a folhas compostas. A maior parte do gênero é de origem paleotropical, com cerca de 200 espécies distribuídas pelas Américas, principalmente Brasil e Caribe. Cerca de onze espécies atingem latitudes temperadas, mas não são encontradas na Europa e na costa pacífica do continente americano. No Brasil, as espécies mais conhecidas e chamadas popularmente de quebra-pedra, arrebenta-pedra ou erva-pombinha são as Phyllanthus niruri L., Phyllanthus amarus Schum. & Thonn e Phyllanthus tenellus Roxb. Müll. Arg., reconhecidas popularmente por suas propriedades diuréticas, sendo utilizadas na eliminação de cálculos renais. Recentes pesquisas descobriram em várias espécies do gênero uma atividade antiviral, com possíveis aplicações no tratamento da Hepatite-B e câncer 3.

A espécie mais facilmente encontrada no Brasil, e também a mais utilizada é a Phyllanthus niruri. O uso praticamente se restringe à medicina popular, uma vez que quase não são vistas espécies deste gênero utilizadas como ornamentais 3.

A quebra-pedra (Phyllantus niruri) é uma herbácea pequena, com caule de cerca de 50 cm de altura e muito fino, ramoso e ereto. Produz folhas miúdas e ovais. As flores são minúsculas, verde-amareladas, solitárias e dispostas na parte inferior dos ramos. Já os frutos são verdes e bem pequenos. O chá preparado com a planta tem sabor amargo 3.

Por se tratar de uma planta rústica, seu cultivo é muito fácil. Ela se dá melhor em locais à meia-sombra, sem muita luz solar direta. Não é muito exigente quanto ao tipo de solo, mas é recomendável que este tenda mais para o arenoso do que para o argiloso. A planta responde bem à adubação orgânica e não suporta solo encharcado, por isso, no cultivo em vasos ou jardineiras é preciso ter muito cuidado com o excesso de água 3.

Para o Brasil que tanto tem investido em pesquisas, há um registro sobre a quebra-pedra que não nos permite comemorar: usada pelos nossos índios para tratar problemas hepáticos e renais, ela foi patenteada por uma empresa americana para a fabricação de medicamento para hepatite B 3.

Ao contrário do que o nome popular diz, o chá de quebra-pedra não funciona exatamente quebrando as pedras nos rins. Na verdade o Phyllantus niruri evita que os cálculos se formem e relaxa o sistema urinário, o que ajuda a expeli-los. Pelo menos é isso que foi comprovado no estudo realizado pela química Ana Maria Freitas, do departamento de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A pesquisa constatou que o chá de quebra-pedra reduz a adesão de cristais de oxalato de cálcio às paredesdo túbulo renal. Durante dois anos o Phyllantus niruri foi ministrado a 58 ratos na forma de pó, para que os componentes não fossem alterados. Pequenas pedras de oxalato de cálcio foram implantadas na bexiga das cobaias, divididas em dois grupos. Um deles tomou asubstância diariamente, enquanto o outro ingeria apenas água. Após 42 dias os animais que não tomavam omedicamento formaram uma média de 12 pedras, com cerca de 0,18 g cada. Os demais apresentaram apenas três cálculos, de aproximadamente 0,02 g 3.

A análise das pedras indicou que o chá impede a aderência de macromoléculas aos cristais de oxalato de cálcio porque reverte sua polaridade. "Os cristais se prendem à parede celular porque há uma atração elétrica entre ambos", a química esclarece. "Os cristais têm carga positiva, e a parede celular, negativa. O Phyllantus niruri parece mudar a polaridade da carga dos cristais, e inibir assim sua adesão ao túbulo renal". O chá também relaxa o sistema urinário, o que facilita a expulsão dos cálculos (3).

Quebra-pedra (Phyllanthus amarus)

Estudos que vêm sendo desenvolvidos no Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp estão mostrando que substâncias existentes na espécie de quebra-pedra, Phyllanthus amarus, têm também importantes atividades contra o câncer e contra inflamações (4).

As plantas que estão sendo testadas foram selecionadas de 14 localidades diferentes, inclusive do exterior, porque a composição química da planta varia muito em relação ao local onde é cultivada. De 14 foram selecionados seis, que estão sendo trabalhadas nesse projeto. Dessas plantas foram isoladas cinco substâncias da classe das lignanas, determinadas suas estruturas e comparadas com a literatura que já existe sobre elas (4).

Os estudos com Phyllanthus amarus estão direcionados para o tratamento do câncer, onde os extratos da planta foram testados em células cancerosas de mama, melanoma, rim, próstata, pulmão, cólon, leucemia e ovário. A outra linha de pesquisa está voltada para as ações antiinflamatória e analgésica da planta (4).

Segundo pesquisadores foram identificadas na Phyllanthus amarus tanto ação citostática como citocida, ou seja, tanto a capacidade de inibir o crescimento celular como a capacidade de matar as células tumorais. Agora as pesquisas são no sentido de descobrir a especificidade de ação da referida planta, uma vez que sem uma ação específica, corre-se o risco de sua ação acabe matando também as células normais (4).

Quebra-pedra (Phyllanthus tenellus)

A Phyllanthus tenellus distingue-se das demais espécies pelas flores pistiladas com pedicelo longo (56,5 mm), filiforme, articulado, com base alargada, androceu com cinco estames livres e anteras com rimas sub-horizontais. É conhecida popularmente como "quebra-pedra roxo" ou "erva-pombinha" (PE, BA e SC). Floresce e frutifica o ano inteiro (5).

As propriedades medicinais da Phyllanthus tenellus como as demais, estão relacionadas com a eliminação de cálculos renais, diurético, hipoglicemiante e no tratamento das infecções do fígado (5).

CONCLUSÃO

Diante das informações colhidas sobre a planta do gênero Phyllanthus, conhecida popularmente como quebra-pedra ficou provado cientificamente o que a população já conhecia a respeito das propriedades da planta, mas não sabiam explicar como ela agia. O empirismo associado ao conhecimento científico a respeito da Phyllanthus fez com que a população passasse a utilizar mais dos benefícios da planta, uma vez que muitos profissionais da saúde recomendam seu uso como complemento no tratamento das patologias citadas na pesquisa, sendo seu uso mais freqüente no tratamento da litíase renal.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, Viviane Barbosa de. Terapias Alternativas. www.litoralgaucho.com.br

publicado em 06/05/2004.

FRANÇA, Inácia Sátiro Xavier de; SOUZA, Jeová Alves de...et al. Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais. Rev. bras. enferm. v.61 n.2 Brasília mar./abr. 2008

BLANCO, Rose Aielo. Quebra-pedra (Phyllanthus niruri). Disponível no site: www.jardimdeflores.com.br.

Disponível em: http://www.unicamp/unicamp_hoje/ju/julho2003/ju222pg09.htlm. Capturado em 29/10/2007.

SILVA, Marcos José da; SALES, Margareth Ferreira de. Phyllanthus L. (Phyllanthaceae) em Pernambuco, Brasil. Acta Bot. Bras. vol.21 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2007.

SANTOS, M. S., Daolio C.; FERREIRA, A. G.; FERREIRA, M. M. C.; FIGUEIRA, G. M..Uso de RMN de 1H aliada a quimiometria no controle de qualidade do fitoterápico "quebra-pedra". Águas de Lindóia, SP: 29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - Química e Energia: Transforma a vida e preserva o ambiente. 19-22/05/2006.




Autor: Vanni de Jesus Silva


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