DISCURSOS DE TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTO



Maria Lúcia Wochler Pelaes[1]

RESUMO

Este artigo pretende discutir como é articulada a linguagem e, conseqüentemente,desenvolvidoo discurso em dois artigos da esfera midiática, os quais têm por objetivo a divulgação científica para o público em geral.

Nota-se que em cada artigo a linguagem é empregada visando atingir um determinado público, em sua maioria, leigo e, para tanto, emprega diferentes recursos que atraem, comunicam e viabilizam a apreensão da informação, o que comprova as diferenças presentes em discursos dessa natureza.

Palavras-chave: Linguagem, Mídia, Discurso e Divulgação Científica.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de um artigo analítico-comparativo entre dois artigos pertencentes a duas revistas da esfera de divulgação científica, permite a elaboração de uma análise comparativa entre estruturas textuais e paratextuais, que explicita semelhanças e diferenças entre tais produções lingüísticas.

Cada produção estabelece um discurso com características específicas, relacionadas ao contexto situacional onde interagem, demonstrando as práticas sociais e o caráter ideológico da comunicação, dentro da divulgação científica.

Como base exploratória, foram analisados dois artigos de divulgação científica, selecionados em dois suportes de semelhantes objetivos: revistas de divulgação científica acessíveis ao público, a "Super Interessante", edição 188 de maio de 2003, valor do número R$ 7,95 e a Scientific American – Brasil/ Portugal, edição nº 12, ano 1, maio de 2003, valor R$ 7,90 e 3,80 Euros.

1. Aspectos do contexto de produção

As revistas selecionadas para a análise dos artigos visam à divulgação científica através da edição de matérias jornalísticas dentro da esfera midiática, porém os enunciados evoluem dentro de cada artigo de maneira diferenciada, refletindo características composicionais distintas.

Cada artigo revela um processo de enunciação assimétrico, estabelecendo seu sentido num determinado contexto situacional.

Segundo Maingueneau (2001, p.20):

"Com efeito, todo ato de enunciação é fundamentalmente assimétrico: a pessoa que interpreta o enunciado reconstrói seu sentido a partir de indicaçõespresentes no enunciado produzido, mas nada garante queo que ela reconstrói coincida com as representações do enunciador."

Para Maingueneau , os enunciados adquirem sentido dentro de um contexto, sendo constituídos utilizando recursos que visam produzir um determinado efeito para o leitor, que irá interpretar seu sentido segundo as indicações presentes no texto lido. A formulação dos sentidos constituí um processo de significação presente na estrutura composicional do enunciado.

Fazem parte da estrutura composicional dentro de determinado contexto, indicações paratextuais tais como a apresentação das matérias jornalísticas nas capas das revistas e a própria apresentação do artigo, revelando o que Maingueneau designia como o valor pragmáticodessas interdições.

Podem ser caracterizadas como "indicações paratextuais"[2],dentro do perfil de análise aqui empregada, os títulos e os sub-títulos ou títulos auxiliares e os parágrafos especiais (grifo e tamanho diferenciados do texto), que apresentam informações complementares ao texto, assim como indicações presentes em diferentes planos de leitura, independentes da leitura do texto propriamente, com os boxes e as ilustrações, seguidas de legendas explicativas.

A apresentação dos artigos se difere segundo cada revista. O artigo "Guerra no cérebro" (anexo 1), editado pela "Super Interessante", apresenta uma disposição atraente e descontraída. A ilustração é quase lúdica e ilustra bem o tema trabalhado no artigo. Quanto ao artigo "Dualismo e alienação" (anexo 2), abordado pela revista Scientific American, é visível o tratamento diferenciado e um tanto "enxuto" na formulação estética e na própria ilustração, que apresenta apenas a foto do autor do artigo, num close absolutamente austero.

            Quanto ao tema abordado em cada artigo, as diferenças se acentuam no contexto que cada um estabelece como referente[3] e igualmente em elementos do cotexto, extraídos do título e de partes que o leitor observa, antes de ler propriamente o artigo. Segundo Maingueneau (200, p.27),no sub-item O cotexto: "São as seqüências verbais encontradas antes ou depois da unidade a interpretar [...] os enunciados são fragmentos de uma totalidade mais ampla [...]"

Podemos perceber tais características ao analisarmos o artigo "Guerra no cérebro" , observando a legenda da ilustração: " A gagueira está no cérebro. Mas a cura pode estar na orelha". Com a leitura desse pequeno trecho já é possível saber do que se trata o artigo e identificar interesses que têm a função de selecionar o tipo de leitor que irá fazer a leitura completa: os leitores interessados nesse assunto.A linguagem utilizada nesse pequeno trecho já estabelece também a que público se destina o artigo, que corresponde ao perfil de leitor previsto pelo conselho editorial da revista.

No artigo "Dualismo e alienação", encontramos um parágrafo especial,no centro do texto e em letra maior, como uma primeira leitura anterior ao artigo de fato. Nesse trecho é apresentada a seguinte informação: "O pensador, antropólogo, astrofísico, artista ou poeta deve dominar as grandes descobertas e transversalisar os saberes". Lendo esse pequeno trecho fica claro para quem se destina o artigo e qual o objetivo da informação. É identificável também o tipo de leitor que irá ler o artigo, o qual corresponde ao perfil da revista: o leitor culto, com formação acadêmica e que prescinde de chamadas convincentes. Os assuntos gerais o interessam e ele é atraído pela proposta de leitura intelectualizada, como é possível confirmar na leitura do título auxiliar: "Intelectuais perderam a capacidade de contestação e capitularam frente aos valores supérfluos".

Essa análise introdutória nos permite concluir a que tipo de público se destina os artigos selecionados. O artigo "Guerra no cérebro" é fonte de interesse a jovens estudantes, de escolaridade fundamental e média, que interessam-se pelo assunto "gagueira". O artigo "Dualismo e alienação" é foco de interesse de intelectuais, com formação acadêmica avançada, e que possuam um repertório de conhecimentos e um vocabulário elaborado, a fim de que não só desenvolvam interesse pelo assunto, mas entendam o conteúdo do artigo. Realmente o público-alvo da revista em questão é diferenciado e, mesmo sendo uma revista de divulgação científica como as demais da esfera jornalística, ela se distingüe pelo nível de elaboração lingüística.

Quanto aos autores dos artigos, enquanto interlocutores de uma esfera comunicacional específica, pertencem a realidades de produção escrita diferenciadas.

Segundo Bakhtin (2000, p.298):

"[...] o sujeito falante – o autor da obra – manifesta a sua individualidade, sua visão do mundo, em cada um dos elementos estilísticos do desígnio que presedia à sua obra. Esse cunho de individualidade aposto à obra é justamente o que cria as fronteiras internas específicas que, no processo da comunicação verbal, a distinguem das outras obras com as quais se relaciona dentro de uma dada esfera cultural [...]"

No artigo "Guerra no cérebro" o enunciador[4] ou o autor é um jornalista, que pertence provavelmente ao grupo que edita a revista "Super Interessante", pertencendo à esfera da mídia e não sendo um especialista na área relacionada ao assunto desenvolvido no artigo.Há um distanciamento entre os locutores e a proximidade é gerada apenas pelo tema de interesse. O enunciador pertence à esfera jornalística e o co-enunciador é composto por um público leigo, eclético e jovem, estudante provavelmente.

No artigo "Dualismo e alienação"temos uma situação um tanto distinta à do artigo citado anteriormente. Nesse caso, o autor é um especialista da área que fundamenta e dá credibilidade a informação apresentada no artigo. O enunciador ou o autor é um acadêmico, antropólogo, professor titular da PUC-SP e coordenador de um núcleo de estudos provavelmente relacionado ao tema descrito no artigo que escreveu.

A esfera situacional, em ambos os casos, corresponde ao setor da atividade humana referente à esfera midiática, tendo por objetivo a comunicação de massa. Portanto envolvem signos decorrentes desse tipo de comunicação. Segundo Bakhtin (1992, p.44): "[...] as formas do signo são condicionadas tanto pela organização social de tais indivíduos como pelas condições em que a interação acontece".

Todo signo lingüístico possui uma unidade material e um caráter ideológico, que se fundem no processo de enunciação, segundo Bakhtin (1992, p.44), "[...] dentro de um horizonte social de uma época e de um grupo social determinado".

A partir da citação acima, é possível concluir que o fato de ambos os artigos serem produzidos para satisfazerem as expectativas de um público previsto, porém não pré-determinado e composto não necessariamente por especialistas, estabelece características de produção, utilizando uma linguagem menos técnica e mais coloquial, acessível a diferentes tipos de leitor. Mantém ainda assim o caráter de divulgação científica, poismedia oque Authier (1998, p.118) determina como"dois exteriores", referindo-seao discurso oriundo do conhecimento científico eàquele que advém do discurso cotidiano, voltado para os temas atuais, ancorados na temporalidade da enunciação, presumindo um dialogismo[5] entre as duas ordens de discurso.

Ainda referindo-se ao caráter composicional dos artigos aqui analisados, a divulgação científica, segundo Authier (1998, p.107):

"[...] é classicamente considerada como uma atividade de disseminação, em direção ao exterior, de conhecimentos científicos já produzidos e em circulação no interior de uma comunidade mais restrita; essa disseminação é feita fora da instituição escolar-universitária e não visa à formação de especialistas, isto é, não tem por objetivo estender a comunidade de origem."

Ambos os artigos são produções de divulgação científica que tem por finalidade a disseminação de conhecimentos científicosdentro da esfera midiática, sendo apresentados com uma enunciação jornalística, visando a informação e também o entretenimento.

Com essa análise podemos reconhecer a necessidade de se determinar a finalidade de um discurso, pois segundo Maingueneau (2001, p.66): "A determinação correta dessa finalidade é indispensável para que o destinatário possa ter um comportamento adequado ao gênero do discurso utilizado".

Quanto à temporalidade dos discursos efetivados nos artigos em questão, pertencem à revistas que apresentam periodicidade mensal, possuindo portanto, o caráter de atualização, com validade determinada pela própria periodicidade, isto é , no caso analisado, validade mensal.

Partindo da periodicidade, podemos concluir que o tempo de elaboração é determinado por uma produção relativamente rápida, no espaço de um mês. A leitura também em ambas as revistas deve ser rápida, obedecendo ao caráter de notícia jornalística.

Quanto ao lugar de produção, a "Super Interessante" é uma edição da Editora Abrile a Scientific Americané uma edição da editora Duetto, versão integrada com a edição de Portugal. No que se refere ao local de leitura, a escolha pode ser aleatória segundo a opção do leitor, o que determina que as revistas que serviram como suporte material dessa análise não pertencem a uma esfera de consumo determinada pelo lugar de leitura, podendo ser qualquer um, sendo divulgada em bancas de revistas dentro de uma linha mais comercial do gênero. Cabe destacar que a preocupação mercadológica é inerente, sendo o enfoquee a temática dos artigos das revistas citadas, voltados para a realização de uma vendagem maior, revelando uma preocupação com o conteúdo dos artigos de cunho comercial.

2. Aspectos Textuais

Quanto aos textos desenvolvidos em cada artigo, podemos destacar muitas diferenças, relacionadas à linha editorial das revistas e ao público-alvo, estabelecendo relações entre enunciador e co-enunciadores distintas.

O artigo "Guerra no Cérebro" inicia com uma pergunta que caracteriza a informalidade do discurso: "Você gagueja?". Esse procedimento de composição textual aproxima o leitor e produz um efeito que, segundo Orlandi (Apud GUIMARÃES, 2001), encena a participação do co-enunciador no discurso, pondo em contato o discurso do senso comum e o da ciência.

Em seguida e no mesmo parágrafo cita um especialista, Peter Fox, neurocientista da Universidade do Texas, a fim de formalizar as referências do discurso científico e legitimar os conceitos apresentados. Essa forma discursiva, permeada de nomes próprios, caracteriza o discurso de divulgação científica, garantindo uma ancoragem científica. Segundo Authier (1998, p.110), essa atividade enunciadora consiste numa prática de reformulação, onde elementos do discurso científico de referência são mencionados no discurso de divulgação científica [...]". Para Orlandi (Apud GUIMARÃES, 2001), a ancoragem científica é feita através da substituição da metalinguagem específica do conhecimento científico, para uma terminologia que permita a circulação da ciência.

Na seqüência, o artigo apresenta pesquisas realizadas com pessoas que apresentavam o problema proposto inicialmente no artigo: a gagueira. Descreve de que forma o especialista chegou à conclusões que podem favorecer o leitor, através das informações apresentadas. Durante o terceiro parágrafo utiliza o diminutivo "aparelhinho" referindo-se aos aparelhos usados por deficientes auditivos. Ainda completa a idéia utilizando a palavra "maquininha", o que denota a reformulação explícita feita na passagem do discurso fonte, objeto de referência, para o discurso de divulgação científica, constituindo marcas de reformulação que Authier (1998, p.109) caracteriza como "processos efetivos reguladores da passagem de um discurso a outro, divulgado; o reconhecimento das diversas supressões, adições, substituições operadas na reformulação".

Durante o desenvolvimento do artigo "Guerra no cérebro", o autor oscila entre a linguagem especializada, oriunda do discurso fonte, e a linguagem cotidiana comum na divulgação, tornando o discurso mais acessível ao público e efetivando o objetivo da comunicação da divulgação científica, da realização da comunicação enquanto informação e entretenimento, e menos da transmissão de conhecimento. É o que podemos verificar no terceiro parágrafo, quando o autor cita o pesquisador "Joseph Kalinowski", referindo-se às pesquisas feitas sobre o distúrbio da gagueira, e simultaneamente utiliza termos do senso comum como o termo "maquininha" (exemplo citado acima). No quarto parágrafo alterna a fala do cientista, que também sofre do distúrbio, com uma entrevista dada à televisão. Esse quadro de enunciação é uma característica da divulgação científica, quando, segundo Orlandi (Apud GUIMARÃES, 2001), é "encenada" uma relação intrínseca com o discurso científico, isto é, "todas essas formas encenam a fala do próprio cientista para o leitor de divulgação", porém sem que o leitor tenha a percepção do processo, onde essa distância é "suturada", pela própria encenação[6].

O artigo "Dualismo e alienação" é desenvolvido, em sua totalidade, utilizando uma linguagem refinada, partindo da articulação de um código elaborado. Constatamos essa análise, observando a utilização de um vocabulário rico em expressões cultas como: "cisão", "paradigma", "cartesiana", "newtoniana", "malgrado". Os termos são utilizados evocando referências teóricas, o que pressupõe que o leitor as tenha sob domínio, a fim de decodificar não somente a linguagem, mas o conteúdo desenvolvido. Tal quais os discursos próprios da divulgação científica, nomes próprios são citados a fim de dar consistência às afirmações propostas, como acontece no primeiro parágrafo ao citar Charles Snow.

O nível de elaboração e complexidade se eleva no segundo parágrafo quando o autor se refere "a práxis cognitiva planetária". No terceiro parágrafo, cita lugares de referência empírica (instituições educacionais) para justificar as afirmações anteriores.

No quarto parágrafo, utiliza uma modalidade de discurso própria da divulgação científica, através de perguntas diretivas ao leitor, tais como: "Por onde começar? Pela educação dos educadores?..." Essa metodologia busca a integração do leitor ao discurso, criando uma informalidade diferente do discurso científico propriamente dito, compondo um discurso mais coloquial.

Ainda no quarto parágrafo, a expressão sapiens-demens aparece em itálico denotando mais uma característica do discurso de divulgação científica, quando palavras "científicas" ou tidas como tal aparecem em destaque. Isso demonstra aquilo que Authier (1998, p.118) expõe como aspas duplas no que se referem a termos especializados e que não fazem parte do vocabulário corrente dos leitores, "as palavras da Ciência".

No último parágrafo cita Edgar Morin, como uma referência entre as demais estabelecidas no texto, paralegitimar suas referências teóricas.

Na nota de rodapé encontramos o nome do autor do artigo, Edgard de Assis Carvalho, e a sua titulação, o que caracteriza a legitimidade do artigo, já que o autor é um especialista, não pertencente à esfera jornalística.

CONCLUSÃO

A análise comparativa entre dois artigos de divulgação científica permitiu verificar diferenças da natureza de cada publicação e semelhanças próprias da prática de reformulação da divulgação científica, concluindo que o discurso de divulgação estabelece uma mediação entre o discurso científico e o público não acadêmico, ocorrendo dentro da esfera midiática e criando um terceiro discurso, que articula seus exteriores: o científico e o cotidiano.

Quanto às semelhanças, tanto o artigo "Guerra no cérebro" como o artigo "Dualismo e alienação" apresentam gestos de interpretação feitos por seus autores na tentativa de tornar seus discursos mais palatáveis, criando recursos de reformulação e interpretação, que permitiram migrar da metalinguagem específica do conhecimento científico, para a linguagem jornalística da divulgação científica. Alternando termos e produzindo sentidos de uma ordem do discurso, o científico, para a ordem do discurso jornalístico, o da divulgação, os autores produzem um efeito no leitor que irá personificar uma formação social para a ciência, permitindo a disseminação do conhecimento científico na sociedade.

Quanto às diferenças entre os dois artigos analisados, estão explícitas distinções quanto ao leitor correspondente e a produção de sentidos, pois através dos temas apresentados e da forma como são articulados em cada artigo, distinguem-se dois públicos.

Para o artigo "Guerra no cérebro" um público mais jovem, possivelmente com escolaridade Fundamental ou Média, sendo mais um "curioso" leitor de assuntos da ciência, que um "leitor de ciência". Para o artigo "Dualismo e alienação", provavelmente um leitor acadêmico, interessado em ciência como um extra-par, porém com nível de conhecimento e faixa-etária superiores ao leitor do artigo "Guerra no cérebro".

É possível concluir que na esfera do jornalismo científico, existem variações que delimitam maior ou menor proximidade da esfera de produção científica, determinadas pela estratégia de abordagem e aproximação com o discurso científico, como pela produção de sentidos no leitor, gerando uma posição de maior ou menor acesso ao processo de formulação do conhecimento científico.

Referências Bibliográficas

AUTHIER-REVUZ, Jacqueline. A encenação da comunicação no discurso de divulgação científica. In: Palavras incertas: as não-coincidências do dizer. Campinas: Unicamp, 1998. p. 107-131.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. do francês de Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 277-232. Título original: Estetika Slovesnogo Tvortchestva, 1979.

______ . Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. do francês de Michel Lahud e Yara Frateschini Vieira. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1992. Título da edição original: Marksizm i filosofija jazyka, 1929.

MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001.

ORLANDI, Eni P. Divulgação científica e efeito leitor: uma política social urbana. In: GUIMARÃES, Eduardo (Org). Produção e circulação do conhecimento: estado, mídia e sociedade. Campinas: Pontes, 2001. p.21-30.


[1] Este artigo é obra científica resultante de pesquisa realizada pela autora durante o curso de Mestrado em Educação.A autora é docente do ensino superior, cursos de graduação e pós-graduação, Mestre em Educação pela USF, Licenciada em Pedagogia e Licenciada em Artes Plásticas pela FAAP.

[2] Maingueneau utiliza o termo "paratextual" (2001, p. 22) ao referir-se às indicações presentes na estrutura do enunciado, que explicitam seu "estatuto".

[3] Utilizo o termo "referente", indicando o valor "dêitico" citado por Maingueneau (2001, p.24), quando menciona o valor que aponta para o contexto situacional, isto é, aquele que só pode ser interpretado plenamente, "em relação à situação de enunciação específica na qual se inscreve".

[4] Os termos enunciador e co-enunciador são utilizados porMaingueneau, no item O estatuto de parceiros legítimos (2001, p.66), determinando "de quem parte e a quem se dirige a fala".

[5] Quanto ao termo "dialogismo" aqui empregado, seu sentido foi extraído a partir da análise de duas autoras, Authier e Zamboni. Authier (1998, p.118) cita a "dupla alteridade" que marca o discurso de divulgação científica, referindo-se a relação exterior/ interior do discurso científico com o discurso cotidiano.Zamboni (2001, p.62) cita o "princípio do dialogismo", referindo-se às reflexões de Bakhtin, a partir da idéia de que todos os discursos dependem de discursos anteriores e da interpretação daqueles a quem está endereçado.

[6] Orlandi elabora seus estudos sobre o conceito de "encenação", apresentando no item de mesmo nome, conceitos elaborados por Maingueneau (1987) e Pêcheux (1969).


Autor: Maria Lúcia Wochler Pelaes


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