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Introdução

Segundo Cracraft (1985) A Caatinga é um importante centro de endemismo de aves na América do Sul. No entanto, pouco se sabe sobre a biologia da maioria das espécies bem como sobre a ecologia de suas comunidades. Na região da APA do Lago de Sobradinho ocorrem diversas espécies endêmicas (KIRWAN et al. 2001) ameaçadas pela caça comercial ilegal que contribui para a redução drástica do tamanho dessas populações (SILVA et al. 2004). Promover a conservação da biodiversidade da Caatinga não é uma ação simples, visto nenhum outro bioma brasileiro ter tão poucas unidades de conservação de proteção integral (MMA 2006). Este trabalho tem o intuito de ampliar o conhecimento sobre a avifauna da região da APA do Lago de Sobradinho, indicando espécies ameaçadas pela captura e comercialização na região.

Materiais e Métodos

Este estudo foi realizado no período de 01 a 08 de abril de 2007, nos municípios de Sobradinho, Sento Sé, Remanso Pilão Arcado e Casa Nova. Para a caracterização da avifauna capturada foi utilizada a técnica de levantamento rápido através de entrevistas com moradores adultos maiores de 30 anos da sede e dos povoados dos municípios amostrados. Os entrevistados foram questionados sobre as espécies ocorrentes na região comumente utilizadas para criação e/ou comercialização. Foram feitos registros fotográficos de indivíduos em cativeiro.

Resultados e Discussão

Foram relacionadas 13 espécies de 9 famílias registradas para a Caatinga criadas em cativeiro e/ou comercializadas na região da área amostrada: Crotophraga aniL. 1758 (anu-preto), Cyanocorax cyanopogonWied 1821 (cã-cã), Paroaria dominicanaL. 1758 (sabiá), Icterus icterusL. 1766 (sofrê), Turdus rufiventrisVieillot, 1818 (sabiá-laranjeira), Turdus leucomelasVieillot, 1818 (sabiá-barranco), Turdus amaurochalinusCabanis, 1850 (sabiá-poca), Aratinga cactorumKuhl, 1820 (jandaia), Amazona aestiva L. 1758 (papagaio), Columbina squamataLesson, 1831 (fogo-apagou), Cyanocompsa brissoniiLichtenstein, 1821 (azulão), Legatus leucophaiusVieillot, 1818 (bem-te-vi-pirata) e Myiozetetes similis Spix, 1825 (bemtevizinho-de-penacho-vermelho).

Nos municípios amostrados nota-se uma repetição das espécies retiradas da natureza, justificada pelos moradores pela exuberância do canto, pela 'sabedoria' ou pela beleza da plumagem. A população tem conhecimento que remover os animais da natureza é ilegal, mas desconhece os danos que esta remoção possa causar em longo prazo ao bioma. Driblam a fiscalização ocultando os animais mantidos em cativeiro durante as raras visitas do Ibama à região e os comercializam em feiras públicas.