O Continete Negro



O Continente Negro é uma peça que relata momentos cotidianos que se conectam através da melancolia, inquietação mental e dores de amores dos que compõem a história.

A montagem conta trechos da vida de 12 personagens, sendo os masculinos interpretados por Ângelo Antônio e os femininos por Débora Falabella e Yara de Novaes. Utilizando de uma linguagem dinâmica, moderna e quase cinematográfica o espectador passa a integrar os conflitos que essas pessoas vivem dentro desse cenário completo.

E quando se diz completo não se exagera, pois no cenário estão um carro, geladeira, camas, bicicletas, ou seja, é quase o sonho da casa própria bem em frente aos seus olhos. O título da peça é provavelmente baseado na necessidade de encontro de um ponto de fuga, e na vontade de abandonar o cotidiano sentida por esses personagens, usando a ida para o Continente Negro, ou seja, a África como destino.

O texto foi escrito pelo Chileno Marco Antonio De La Parra, um desses gênios que são extremamente funcionais em várias áreas de atuação: Psiquiatra, narrador, professor de redação dramática, diretor de programa de rádio, ensaísta, crítico de televisão, ator e autor traduzido em mais de 10 idiomas.

Um dos tópicos da peça foi escrito em homenagem ao pintor Balthus, que era um artista de família nobre Polonesa radicada na França. Balthus nasceu em 1903 e foi o criador de obras que podem ser interpretadas como pornografia adolescente. Na verdade Balthus produziu uma série de pinturas sensuais explorando a extrapolação dos desejos adolescentes de ninfetas, as quais ele usou como modelo. Esse artista devoto de seu ofício deixou como lembrança uma série com cerca de 200 trabalhos, entre eles pinturas e desenhos.

Entre as suas obras podemos destacar uma série de paisagens magníficas que têm um toque de influência Chinesa. Balthus foi um pintor autodidata que não se associou a nenhuma escola de estilo. Seus estudos eram baseados na análise de obras dos grandes mestres da pintura. O artista veio a falecer com 93 anos de idade, alguns anos após receber o título de doutor honorário da universidade de Wroclaw em 1998.

Autor: Adriana Zimbarg


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