Carcinicultura, Oportunidade de Negócio



Devido ao seu tamanho e riqueza de bacias hidrográficas, o Brasil é um país privilegiado no cenário da aqüicultura; e dentro do cultivo de organismos aquáticos, um dos setores que vem se destacando é o da carcinicultura pelo seu elevado e rápido retorno financeiro.

No Brasil, a aqüicultura é baseada principalmente em unidades de produção de pequena escala (com exceção do camarão marinho, responsável por até 14% da produção total) com aproximadamente 100 mil fazendas aqüícolas, ocupando uma área equivalente a 80.000 hectares.

A carcinicultura será enfocada neste texto dando uma visão da oportunidade de negócio quando se trata do cultivo de camarão, especialmente o marinho.

Primeiramente, é importante ressaltar um pouco do histórico da carcinicultura para se ter uma visão do crescimento dessa atividade no Brasil, que teve início na primeira metade dos anos setenta, adquirindo caráter empresarial no final da década de oitenta. A partir do início dos anos noventa, com a introdução da espécie marinha, Litopenaeus vannamei, o desenvolvimento processou-se em bases mais sólidas, devido à rápida adaptação dessa espécie às condições dos estuários brasileiros. Devido às condições favoráveis do mercado, essa atividade desenvolveu um ritmo comercial acelerado a partir de 1996.

Além da ótima aceitação no mercado da espécie L. vannamei, esta tem produtividade elevada, chegando a mais de 6.000Kg/ha/ciclo. (Araújo, 2001).

O Nordeste, região composta por oito estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, foi responsável, no ano de 2001, por 91% da área cultivada e 93% da produção do Brasil, tornando assim a carcinicultura a segunda atividade de agronegócio do Nordeste, atrás apenas dos derivados de cana-de-açúcar.

O Maranhão é, possivelmente, o estado com maior potencial de cultivo de camarões no Brasil com mais de 150 mil hectares aptos ao cultivo, embora tenha somente modestos 200 hectares de viveiros hoje em operação. (Panorama da Aqüicultura, março/abril 2003).

Investir em carcinicultura é um ótimo negócio, pois além do retorno financeiro rápido, –para adquirir tamanho e peso comercial o camarão precisa de apenas 3 meses – há a geração de empregos diretos e indiretos. O emprego direto encontra-se no laboratório de pós-larvas, nas fazendas de engorda e nos centros de processamento, que preparam o produto para o mercado nacional e de exportação. O emprego indireto é obtido na cadeia produtiva do camarão cultivado a partir das ligações com supridores de insumos e serviços e pelo consumo, ou seja, o emprego gerado a partir dos dispêndios da renda obtida na cadeia produtiva.

Com a ajuda de profissionais do ramo como aquicultores e biólogos pode-se começar um cultivo de camarões a partir da compra de um terreno apropriado para essa atividade. As pessoas especializadas no cultivo de organismos aquáticos sabem como proceder durante todo o tempo de cultivo. Realmente, vale a pena o empresário investir na carcinicultura: uma grande oportunidade de negócio!


Autor: Naíla Araujo


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