O Perdão



A questão do perdão ainda é para todos nós pendência espiritual de difícil solução. Tal qual a resignação, ele só é possível mediante sua compreensão total por aqueles que se disponha a fazê-lo. É difícil convidar ao perdão quem trás consigo experiências traumáticas de golpes sofridos na vida e que a própria vida não consegue explicar.

Não é fácil desejar o bem a quem, por vezes nos tirou o equilíbrio, a esperança e a alegria de viver. Falar a essas pessoas em perdão pode parecer demagogia, quando no seu íntimo, ele chora e grita por justiça.

A certeza de que Deus é justo deve clarear nossa visão para vermos as ofensas por ângulos diferentes daqueles que nos dão sempre a posição de vítimas inocentes e injustiçadas. Pela lei da reencarnação sabemos das muitas vidas já vividas, dos problemas mal resolvidos, dos defeitos a corrigir em nós e das pendências que no passado ficaram para depois.

Esse depois pode ser hoje, agora, quando a vida nos porpociona a ocasião de provarmos se já somos capazes de dar passos mais elevados, superando com paciência as dificuldades de hoje, que são os reflexos do que, no passado, provocamos nestas pessoas.

“Eu vos digo em verdade, que não saireis de lá, enquanto não houverdes pagado até o último ceitil” (São Mateus, cap.V, v. 25 e 26) é o alerta de Jesus que nos esclarece que estamos mesmo acertando nossas velhas contas, quando defrontamos com as “injustiças” a nós causadas nesta vida, e que “parece” em nada termos contribuído para isso.

O turbilhão moral dos nossos tempos é um grande vestibular, cujas questões de múltipla escolha estão cada vez mais confusas, e inteligentes será aquele que optar pela porta estreita, onde não haverá oferta de coisas fáceis.

Tudo que resulta de nossos erros necessita de correção e essa correção é aplicada em nós mesmos hoje, amanhã ou um dia qualquer, quando o sofrimento possa ser mais bem aproveitado, sempre no sentido de nos despertar para os valores do espírito. Se hoje somos ofendidos é para que provemos à dor em nós mesmos e nunca mais tenhamos a coragem de provocá-la em nosso semelhante.

Perdão é essencial, pois do contrário Jesus não teria dito a Pedro para que perdoasse não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes (São Mateus, cap. XVIII,v.15,21 e 22) . É interessante que todos nós busquemos as condições possíveis e impossíveis para aprender a perdoar, em regime de urgência, dada nossa necessidade de nos libertarmos daquilo tudo que ainda impede a nossa caminhada rumo a verdadeira paz.

Autor: Sandra Ferreira de Faria Vieira


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