GM: fim da linha?



Algumas empresas estão no negócio de aço, outras vendem soja, mas a General Motors está no ramo da reestruturação. Há 30 anos a GM se reestrutura para alcançar a viabilidade no longo prazo.

Durante todos esses anos, a participação de mercado da GM suportou uma "lenta e gradual" queda.

Mas isso não deteve as tentativas de reestruturação. Sobravam planos milagrosos que sempre prometiam que a saída estava logo ali, após mais um programa de redução de custos, a empresa seria uma vencedora novamente.

Existem muitos especialistas que consideram que a estratégia de reestruturação no seu todo foi mal feita. Esses especialistas acham que os custos não são o problema real. O problema real é o produto. Os carros não são suficientemente bons. O gerenciamento é ruim. A reputação da companhia está fatalmente afetada.

Entretanto quando se está no ramo da reestruturação, não se pode deixar que esses pensamentos negativos se intrometam em seu caminho. Afinal, reestruturar é o seu "core business" . Reestruturar é para sempre.

Quando a economia ruiu no ano passado, os profissionais da GM se lançaram em mais um Programa Salvador de Reestruturação. Em outubro de 2008, alertaram o governo Bush sobre um possível pedido de concordata e começaram a reestruturar. Em dezembro voltaram pedindo um empréstimos enquanto... reestruturavam.

Agora (dia 27 de abril) sob a pressão do novo Governo Obama a GM apresenta mais um novíssimo.... Programa de Reestruturação.

Vamos a ele:

  Negociação da dívida
- Proposta para trocar 27 bilhões de dólares em títulos da dívida atualmente em circulação por ações da GM.

- Portadores de títulos da dívida devem passar a controlar pelo menos 10% das ações ordinárias da empresa após a transação.

- Pelo menos 90% dos títulos em circulação terão de ser oferecidos na transação, para satisfazer as condições determinadas pelo Tesouro americano.

- Mudanças no pacote de benefícios pagos ao sindicato para trabalhadores aposentados e nas condições de conversão da dívida com o Tesouro, que devem resultar em uma redução de pelo menos US$ 20 bilhões.

- Uma redução de no mínimo US$ 44 bilhões no total devido a portadores de títulos, ao Tesouro americano, e ao sindicato de empregados, como resultado das negociações.

- O prazo de cada uma destas propostas e solicitações é 26 de maio.


  Tesouro americano
- O Departamento do Tesouro dos EUA devem receber no mínimo 50% das ações ordinárias da GM, em troca de 50% dos títulos em circulação da montadora em 1° de junho, estimada em US$ 10 bilhões.

- O Tesouro indicou estar disposto a fornecer à GM um financiamento adicional de US$ 11,6 bilhões, que a montadora prevê requisitar depois de 1° de maio. Eles já haviam fornecido US$ 15,4 bilhões em empréstimos para manter a GM ativa desde o começo de 2009.

 
  Sindicato de trabalhadores
- Pelo menos 50% das obrigações financeiras ainda devidas pela GM a um fundo de pensão de saúde para trabalhadores aposentados, ou seja, por volta de US$ 10 bilhões, serão extintas em troca de ações ordinárias da GM.

- Depósitos em caixa do valor restante da dívida serão pagos ao longo de um período determinado.

- Ações ordinárias da GM distribuídas ao Tesouro e à United Auto Workers não devem exceder os 89% do total da empresa.


  Marcas e concessionárias
- A GM deve centrar esforços em suas quatro principais marcas: Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC. A Pontiac será gradualmente desativada até o final de 2010.

- A GM deve lançar um total de 34 modelos em 2010, em comparação com os 48 fornecidos em 2008.

- A montadora planeja finalizar a produção dos modelos Saab, Saturn e Hummer até o final de 2009.

- Também esperam reduzir o número de concessionárias de 6.246 em 2008 para 3.605 té o final de 2010, o que representa uma redução de 42%. Comparado com o último plano de reestruturação apresentado pela GM em fevereiro, este prevê uma redução de mais 500 concessionárias quatro anos antes do esperado.


  Produção, empregos
- O número total de fábricas nos Estados Unidos será reduzido, de 47 em 2008 para 34 até o final de 2010. Até 2012, elas serão 31.

- O número de funcionários horistas será reduzido de 61 mil em 2008 para 40 mil em 2010. No início de 2011, este número deve atingir 38 mil.

- A GM deve cortar os custos do trabalho por hora nos EUA para US$ 5 bilhões em 2010, ante os US$ 7,6 bilhões de 2008.

É um plano ousado e segundo analistas de plantão de difícil execução.

Mas não se preocupe. Se esse não der certo, tenho certeza que os executivos da GM já têm um novinho pronto para ser anunciado....

Bibliografia:
Jornal O Estado de São Paulo de 28 de abril de 2009
Jornal Gazeta Mercantil de 28 de abril de 2009
Site do Jornal Valor Econômico em 27 de abril de 2009
 
 

Autor: Alexsandro Rebello Bonatto


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