ESQUIZOFRENIA/DOENÇA MENTAL Fonte:Scielo Brasil



ESQUIZOFRENIA / DOENÇA MENTAL     Fonte: Scielo Brasil/CID-10ºed.

 

HARRY STACK SULLIVAN (1962), que dedicou a sua vida ao tratamento da esquizofrenia, acreditava que a etiologia da doença era resultado de dificuldades interpessoais precoces, principalmente nas relações pais-criança.  Segundo SULLIVAN não existe qualquer período de desenvolvimento quando o humano existe fora do reino das relações interpessoais.

 

A palavra esquizofrenia significa literalmente mente dividida (do grego skhizo=dividir, separar, fender + phren=mente). É uma doença mental grave e profundamente perturbadora que ocorre em indivíduos com características psicológicas singulares. É uma psicopatologia que requer tratamento ao longo da vida do paciente.

 

Segundo VAN DEN BERG (1966) o termo foi criado pelo suíço Eugênio. Bleuler em 1911, para designar um grupo de psicoses endógenas. Anteriormente o famoso psiquiatra do fim do século XIX e início do XX, 1856-1926, Emilio. Kraepelin dera o nome de dementia praecox, hoje obsoleto. Kraepelin foi professor da Universidade de Munique e diretor do Instituto Psiquiátrico na mesma cidade.

Bleuler foi professor em Zurique e diretor do Instituto Burghölzli, perto de Zurique. Kraepelin reduzira a uma única doença, demência precoce, as três doenças já conhecidas desde há muito tempo, ou seja, a hebefrenia, a catatonia e a demência paranóide. (Van Den Berg, 1966)

 

A esquizofrenia é nos dias de hoje, um problema de saúde pública, cuja importância vem crescendo em países em desenvolvimento. Seu índice de morbidade é alto, ou seja, 60% dos pacientes recebem benefícios por invalidez após um ano de doença nos Estados Unidos, assim como sua mortalidade (índice de suicídio de 10%).

É uma doença que ocorre em todas as sociedades e ao redor do mundo em proporção equivalente, um pouco maior nas áreas urbanas e de baixo nível socioeconômico.

Os sintomas começam a se manifestar na adolescência ou início da idade adulta, nos homens entre 17 e 27 anos e nas mulheres entre 17 e 37 anos. (Louzã Neto, 1995)

 

De acordo com LOUZÃ NETO (1995), o diagnóstico é feito pela presença de um conjunto de sintomas, assim a anamnese de um paciente esquizofrênico tem como objetivo obter a história da doença, o passado do paciente, eventos de vida significantes, entendimentos de suas experiências e suas atitudes em relação a pessoas e circunstancias.

 

Portanto as seguintes informações devem estar contidas numa avaliação:

 

# razões do encaminhamento ou da avaliação, porque o paciente veio.

 

# queixas e duração

# história da doença atual, e os prejuízos possíveis como mudanças nas relações interpessoais, no casamento, na vida sexual, na vida social e no trabalho, alterações de sono, apetite, peso, hábitos de beber e fumar, mudanças na capacidade de tomar decisões, de ter responsabilidades e de se comunicar com outras pessoas.

 

# antecedentes familiares, e no caso de adoção, tentar obter os registros da família biológica bem como da família social.

 

# antecedentes pessoais

 

# história médica como as doenças na infância, cirurgias, traumas, etc.

 

# antecedentes psiquiátricos

 

# personalidade, se houve alguma mudança.

 

# exame psíquico

                             (Louzã Neto, 1995)

CURSO E PROGNÓSTICO (Louzã Neto, 1995)

A esquizofrenia se desenvolve em fases

A fase prodrômica

Dura em média de 1 a 2 anos, com alterações de humor e ansiedade, seguidas de diminuição da volição, isolamento social, e alterações cognitivas como dificuldade de atenção e concentração. (Woods et col. 2001).

A fase psicótica

Pode se iniciar de forma abrupta ou insidiosa, e o diagnóstico demora em média, de 1 a 2 anos, retardando assim o tratamento adequado.

Esta pode ser dividida em outras três fases:

a) fase aguda com sintomas psicóticos floridos

 

b) fase de estabilização que ocorre após o tratamento da fase aguda

 

c) fase estável com os sintomas negativos ou positivos residuais menos graves do que na fase aguda     (McGlashan, 1999).

 

 

A mortalidade de pacientes com esquizofrenia é aproximadamente 2 a 4 vezes maior do que na população geral (Brown et cols. 2000).

 

Cerca de 4 a 10% dos pacientes cometem suicídio, sendo as taxas mais altas entre homens (Simpson et cols. , 1996)

 

 A esquizofrenia caracteriza-se por acentuada perda de contato com a realidade, uma grave divisão ou mesmo fragmentação da personalidade, ou seja, uma dissociação, destruição e decadência.

Existe na mente do paciente, uma formação de um mundo conceptual excessivamente determinado pelo sentimento, e também ocorrências de sintomas que assinalam uma deterioração progressiva.  O paciente fica ensimesmado, desaparece toda a coerência, ou pelo menos ela situa-se num plano diferente, o que torna difícil sonda-la ou até percebê-la..

A doença ou o grupo de doenças constitui ainda nos dias de hoje, um enigma. Sua prevalência atinge 1% da população mundial, e pode ter início por volta dos 15 anos em homens e mulheres, mas pode ocorrer também na infância, e na meia idade. (Gabbard, 2006)

 

De acordo com GABBARD (2006) os fatores genéticos têm um papel no desenvolvimento da esquizofrenia, bem como os fatores ambientais. Entre os possíveis está lesão no nascimento, infecção viral durante a gestação, problemas no suprimento de sangue na vida intra-uterina, fatores dietéticos, intercorrencias no desenvolvimento e certos traumas infantis.

 

Apenas 10% dos pacientes esquizofrênicos, são capazes de ter um bom funcionamento com o uso de medicação antipsicótica, e hospitalização breve. Os 90% restantes, podem se beneficiar de abordagens de tratamento como psicoterapias individuais ou de grupo, abordagens familiares e treinamento de habilidades para um bom manejo da esquizofrenia.

Não existe uma fórmula de tratamento para a esquizofrenia, ela é uma doença heterogênea com manifestações clínicas multifatoriais. (McGlashan et cols. 1989).

 

Segundo VAN DEN BERG (1966) se um dos pais é esquizofrênico, o filho ou a filha tem 16%de probabilidade de ficar esquizofrênico. Se ambos os pais são esquizofrênicos, a probabilidade é de 50%. Se de 2 gêmeos univitelinos um vem a ser esquizofrênico, a probabilidade de que o outro venha a sê-lo é de 75%

 

Segundo a Classificação Internacional das Doenças 10º edição, a esquizofrenia acha-se na categoria F20.

 

EVOLUÇÃO

Para VAN DEN BERG (1966) o  início da doença pode ser agudo, exuberante, com numerosos sintomas e com atos perigosos, mas pode surgir furtivamente. Pacientes inteligentes podem parecer viver num mundo cheio de ameaças. Se a doença tem um início agudo, geralmente manifesta-se depois de poucos dias, e depois de algumas semanas pode aparecer que houve um restabelecimento, o que se costuma falar é de que houve apenas um surto ou uma crise psíquica. Depois de 2 ou 3 crises, o paciente permanece psicótico.

SINTOMATOLOGIA:

Existem os sintomas que são notados pelo próprio paciente e os sintomas que os outros descobrem no paciente.

1. Sintomas notados pelo próprio paciente:

# muitas vezes não existem

 

# o doente não tem a convicção de estar doente

# não tem consciência da doença, e muitas vezes já no primeiro estádio o paciente tem uma vaga consciência da doença, que o deprime e o enche de angústia.

 

# o mundo distancia-se

 

# amigos e conhecidos começam a interessar-lhe menos

 

# o seu pensamento torna-se bloqueado, e suspeita de que ele esteja lhe sendo roubado.

 

2. Sintomas notados apenas pelos outros:

# o paciente começa a fazer atos estranhos, a vestir-se de modo diferente.

 

# rompem-se sem mais nem menos laços de amizade

 

# enfraquece-se a fé ou ela passa a ser fanática

 

# o paciente interrompe os estudos, pode mudar de profissão, praticar um roubo ou mesmo uma tentativa de suicídio.

 

# passa a freqüentar prostíbulos e a se masturbar com muita freqüência

 

# pode cometer um assassinato sem motivo aparente

(Van Den Berg, 1966).

 

 

Para GABBARD (2006) Tem-se:

1. sintomas positivos que se desenvolvem em um curto espaço de tempo e com freqüência acompanham um episódio psicótico agudo.  Estes são mais bem percebidos com os delírios e as alucinações

=> incluem os distúrbios do conteúdo do pensamento como DELÍRIOS grandiosos. Por exemplo, o paciente tem muitas vezes a idéia fixa de que existe uma conspiração contra ele.

 

=>distúrbios da percepção como as ALUCINAÇÕES após insultos à auto estima do paciente. Ele vê coisas que não existem, ouve coisas que ninguém ouve. Também é inútil querer compreendê-lo totalmente, se fosse possível compreender perfeitamente o paciente esquizofrênico, este já não seria o paciente esquizofrênico.

A incompreensibilidade é um caráter da sua doença

É típico ele alucinar na segunda pessoa, acha que alguém lhe dirige a palavra, ora lhe xingando, ora lhe dando ordens. Também pode ocorrer na terceira pessoa, estão falando de mim. As alucinações podem se dar segundo os campos dos vários sentidos e órgãos, alucinações da visão, do olfato, do ouvido, do tato e sexuais.

Nas alucinações olfatórias, o paciente pode dizer estar sentindo um odor de matérias em decomposição ou putrefatas e gazes fétidos. Alguns pacientes pensam que o odor está saindo deles próprios.

 

=> manifestações comportamentais, onde para o paciente o tempo não corre mais, ele vive em outro tempo.  Se lhe perguntarem em que ano estamos, ele poderá responder o ano em que ficou doente.

 

2. sintomas negativos caracterizados como uma ausência de função (são sintomas mais resistentes ao tratamento)

=>incluem afeto restrito como um achatamento emocional, o paciente já não entende brincadeiras e permanece sério, insensível, por exemplo, lhe dizem que está pegando fogo na casa, ele pode ficar imóvel e não se mecher.

O paciente apresenta um comportamento ambivalente, ama e odeia ao mesmo tempo, querendo beijar uma pessoa poderá mordê-la, escuta com alegria uma notícia triste.

O paciente não aperta a mão de uma outra pessoa, apenas move a sua mão na direção da outra mão que lhe é estendida, não encara o outro, olha para o lado ou para o chão.

 

=>pobreza de pensamento, como se o paciente estivesse vesgo, podem surgir novas palavras totalmente incompreensíveis, só ele as entende.

 

=>apatia

 

=>anedonia (perda da capacidade de sentir prazer)

 

3. relações interpessoais doentes

=>incluem retraimento

 

=>expressões inadequadas de agressão e sexualidade

 

=>falta de consciência das necessidades dos outros

 

=>excessiva solicitação e incapacidade de fazer contatos significativos com as outras pessoas

 

SINTOMAS QUE O PACIENTE NÃO TEM

# Consciência perturbada, o paciente é lúcido.

 

# inteligência diminuída, a inteligência permanece intata.

 

# perturbação da memória, a memória funciona bem.

 

O paciente esquizofrênico não parece lúcido, mas intelectualmente dementado e privado de inúmeras lembranças.

 

De acordo com SULLIVAN (1962) a falha na maternagem produz no bebe muita ansiedade e onde ele se vê sem as suas necessidades satisfeitas.

 

Para FRIEDA FROMM-REICHMANN (1950) as pessoas esquizofrênicas não são felizes em seu estado de retraimento, são pessoas fundamentalmente solitárias que não conseguem superar o seu medo e desconfiança dos outros em função de experiências adversas da vida.

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Os primeiros psicólogos como FEDERN (1952) observaram falhas nas conexões egóicas do paciente esquizofrênico, ou seja, para o esquizofrênico não existe limite entre o que é interno e o que é externo, como existe no paciente neurótico. Diversas configurações psicológicas refletem a interface entre o neurobiológico e o psicológico.

 

Para MYRIN-GERMEYES (2001) os pacientes com maior risco familiar para psicose reagem com maior intensidade emocional ao estresse da vida diária.

 

OLIN E MEDNICK (1996) identificaram características pré mórbidas que parecem ser marcadores para uma futura doença psicótica. Ou seja, complicações perinatais,  historia familiar de esquizofrenia, exposição materna à gripe, déficits neurocomportamentais, separação dos pais no primeiro ano de vida, funcionamento familiar ansiogênico, educação em instituição e precursores comportamentais e sociais de doença mental identificados por professores e ou outras personalidades.

Por personalidade pré mórbida entendemos a natureza da personalidade antes de a doença começar. 70% dos pacientes são um pouco menos sociais, um pouco silenciosos, sensíveis e vaidosos. 30% deles já têm, antes da declaração da psicose esquizofrênica, um caráter bem pronunciado, ou seja, são frios, duros, egocêntricos, misantropos, desconfiados, singulares, auto suficientes, excessivamente alinhados e pedantes (não tudo junto!).

Abordagens de tratamento

O tratamento deve levar em conta três objetivos: reduzir ou eliminar os sintomas, maximizar a qualidade de vida e as funções adaptativas, além de prevenir e promover reconhecimento de sintomas co-mórbidos (Louzã Neto, 1995)

Para GABBARD (2006) as diversas formas de tratamento:

Farmacoterapia

Com medicação antipsicótica como clozapina, risperidona, quetiapina, ziprasidona, olanzapina.

Psicoterapia individual

Onde pacientes esquizofrênicos têm uma grande dificuldade de se engajarem em um processo terapêutico, porém o êxito vai depender e muito do psicoterapeuta.

 

Psicoterapia de grupo

Estudos revelam que se trata de uma modalidade de tratamento que pode ser bastante útil ao paciente, especialmente após a administração de estabilizantes farmacológicos. O paciente agudamente desorganizado não é capaz de selecionar o estímulo ambiental, e as múltiplas contribuições de um setting de grupo podem sobrecarregar o ego já sitiado do paciente exatamente quando ele está tentando se organizar. Sessões semanais de 60 a 90 minutos podem servir para criar confiança e proporcionar um grupo de apoio no qual possa discutir livremente sobre preocupações acerca da forma como lidar com as alucinações auditivas e mesmo com o estigma da doença mental.

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Intervenção familiar

Numerosos estudos de FALLOON et al. 1982 demonstraram que o tratamento familiar associado à medicação antipsicótica é 3 vezes mais eficaz do que a medicação isolada na prevenção da recaída.  O fator EE (emoção expressa) é um bom índice para se avaliar o nível de interação de determinadas famílias e seu membro doente. Assim, famílias com alta EE provocam recaídas no seu membro esquizofrênico com maior freqüência do que as famílias com baixo EE.

 

Treinamento de habilidades psicossociais

Reabilitação social, como uma abordagem terapêutica que encoraja o paciente a desenvolver todas as suas capacidades por meio de apoio do ambiente e procedimentos de aprendizagem, deve fazer parte do tratamento do paciente esquizofrênico.

 

Tratamento hospitalar

Para o paciente que apresenta um surto psicótico agudo, a hospitalização breve proporciona um intervalo, uma oportunidade de voltar a conviver em grupo e orientar-se quanto ao futuro.

 

Tipos de esquizofrenia segundo a Classificação Internacional das doenças (CID-10ºed.)

PARANÓIDE (CID 10/ F20. 0)

Como uma psicose caracterizada por pensamentos autísticos, alucinações e delusões altamente elaboradas, sobretudo as de grandeza e perseguição. É provável também que se manifeste uma atitude constante de agressividade, ressentimento e hostilidade. Pode ocorrer um excessivo religiosismo. Predomina os sintomas positivos, e pode começar por volta dos 30-35 anos de idade até 40 anos.

Há o delírio paranóide, delírio de perseguição, envenenamento e de grandeza. O paciente pode no delírio de perseguição atentar contra a vida do seu perseguidor imaginário ou de seu ajudante. A esquizofrenia paranóide difere da paranóia.

 

 

CATATONICO (CID 10/F20. 2)

Uma psicose marcada por notórios sintomas motores – inibição generalizada com estupor, mutismo, negativismo, catalepsia -, ou excessiva atividade motora.  No negativismo, o paciente não quer fazer o que se quer que ele faça. Por exemplo, ele se coloca na fila para receber papel e tinta para fazer uma pintura, pega os objetos e não faz a pintura.

Já na impulsividade o paciente pode apresentar atos repentinos e inesperados, às vezes grotescos. Pode iniciar por volta dos 25 até 30 anos de idade, com predomínio de sintomas motores e alterações das atividades.

Existe a catatonia hipercinética com muitos movimentos e a catatonia hipocinética ou acinética, com pouco movimento. Esta última como um estado agudo, geralmente caracterizado por uma intensa angústia. E como estado crônico, como uma catatonia crônica caracterizada pelo estupor, imobilidade.

Na catatonia hipercinética, os pacientes fazem trejeitos e caretas, demonstram repetições dos seus movimentos e gestos (estereotipias). Repetem o que dizem (verbigeração). O paciente imita atos e gestos de outros (ecopraxia). Responde por exemplo à pergunta Como se chama você? Repetindo com toda seriedade Como se chama você? Os pacientes têm também maneirismos, como por exemplo, andar como se estivesse bailando,segurar o garfo com o polegar e o dedinho apenas.

Na catatonia hipocinética e acinética, o paciente fica taciturno, permanece imóvel, e pode ficar em estado de mutismo por 20 anos, ou seja, sem falar nada. Se o paciente estuporado está deitado no leito, não é raro que sua cabeça não toque no travesseiro (travesseiro psíquico).

Também pode ocorrer de o paciente apresentar a catalepsia, ou seja, durante certo tempo mantém qualquer posição que se lhe dê a ele mesmo ou a um dos seus membros.

INDIFERENCIADO (CID 10/ F20. 3)

São as psicoses esquizofrênicas que não se encaixam nem em CID F20. 0 e nem em CID F20. 2.

RESIDUAL (CID 10/ F20. 5)

É o estado crônico da doença esquizofrênica. Aqui existe a presença persistente de sintomas negativos, embotamento afetivo, falta de cuidados pessoais, desempenho social medíocre, hipoatividade, lentidão motora, passividade e falta de iniciativa, pobreza da quantidade e do conteúdo do discurso, pouca comunicação não verbal.

 

SIMPLES (CID 10/ F20. 6)

Aqui o paciente mostra-se com um comportamento excêntrico, incapacidade de responder às exigências da sociedade e com um declínio no desempenho.

 

HEBEFRENICA (CID 10/F 20.1)

A doença declara-se em idade juvenil, como Hebe a Deusa da juventude em grego, na puberdade ou mesmo na adolescência. Característica é a perturbação na afetividade, e quanto mais cedo o paciente adoece, tanto mais se manifesta a perturbação da afetividade.. Possui um dos piores prognósticos dentro da esquizofrenia. Idéias delirantes e alucinações são fugazes e fragmentárias, com comportamentos imprevisíveis e irresponsáveis. O pensamento é desorganizado com um discurso incoerente. Há o isolamento social.

 

ILUSÃO

 

Quero ser um Ananias

Que do fogo sai ileso,

Destas muitas cercanias

Onde o homem vive preso;

 

Ah!Quem me dera sonhar

E viver tão somente,

Com os vários verdes do pomar

Num tranqüilo dormente;

 

Sem tormentos, sem censuras.

Que a moderna vida conjuga,

Nos prelúdios da usura

No coração que subjuga;

 

É um claustro esta existência

Contida num grande e revolto mar,

Que causa angústia a insistência

Por mais que se queira amar;

 

Oh!Dias traçados no viés da ilusão

Tens a cor verde esperança,

E pregas petas na ação

Ao artista desta dança;

 

Contudo é certo eu sei

Não há o fim para Deus,

Há tão somente outra lei

Que regula e que faz jus!

 

 

 

Suely Bischoff Machado de Oliveira

[email protected]

Psicóloga CRP 06/8495

Escritora e poetisa

Pós-graduada pelo Hospital do Câncer A.C.Camargo

 

 

 

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Autor: Suely Bischoff Machado de Oliveira


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