A MORTE DE MATILDE

Moisés matou Matilde.

Com um pau de genipapo.

O mesmo que usou para matar um sapo.

Moisés fez de jazigo, o riacho...

E com a mesma água ele lavou a mão.

Matilde parecia pouco mais que um cão.

Moisés saiu depois, com mais dois

E foi à missa pedir perdão.

O padre, inocente, como todo padre,

Deu-lhe, apenas um sermão.

Moisés foi ao boteco, do seu Néco,

E disse:

- Me bota uma pra limpá a garganta!

Ali, ninguém, sequer levanta...

Pra olhar Moisés,

Com seus pés...

Sujos.

Eu, um que passava e olhava a cena,

Fiquei com pena, e pensei:

...Pobre do Moisés!

Autor: Emivaldo Aires da Silva

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