EDUCAÇÃO SEXUAL – QUEBRANDO TABUS



Elisangela Pereira

Lerci de Jesus

Suzidarlen Moreno Mendes

Vanessa Priante Alecrim

RESUMO: O presente artigo tem como finalidade mostrar a importância de se trabalhar a educação sexual a todo tempo, pois o individuo nasce sexual e deve ser estimulado, orientado e educado desde pequeno sobre este seu desenvolvimento. A importância da família, da escola e de educadores na orientação sobre a sexualidade será destacada. Tambémcomo deve ser trabalhado, sendo de maneira a não reprimir, poistrata-sede um instinto que não deve passar por despercebido, mais sim dialogado para que formemos cidadãos conscientes, de escolha e que se valorizem.

Palavras-chave: Sexualidade, Educação, Educadores, Escola, Família, Diversidade, Sociedade.

INTRODUÇÃO

A sexualidade ainda hoje é tratada como um tabu por parte de muitas pessoas. Diante de uma sociedade globalizada e capitalista nos deparamos cotidianamente com ela, através da mídia, nas ruas, e também nas escolas.

A sexualidade esta em todos os lugares, a todo o momento, não devemos nós tapar os olhos diante desta realidade.

Muitos a partir de princípios religiosos, morais, e até mesmo machistas recusam-se a enxergar o que esta tão visível a nossos olhos. Mais será realmente viável, calar-se diante do assunto?

Grande parte dos pais e educadores não sabe ainda como lidar com seus filhos e alunos perante estes assuntos, deixando-os livres a informações muitas vezes sem fundamentos e nada positivas para a formação desta criança ou adolescente sobre o mesmo.

Uma informação errada pode gerar resultados negativos. Parece uma coisa tão batida e falada, mais infelizmente temos ainda muito a trabalhar pela aceitação, conscientização e responsabilidade das pessoas diante a estes fatos.

A educação sexual deve começar a ser trabalhada com a criança desde ainda pequena, os educadores devem ter extrema consciência da importância de se transmitir sobre o assunto nas escolas, em suas salas de aula. A escola é um local adepto a estas informações, não deixando de lado também a responsabilidade dos pais. O educador deve estar preparado diante dos fatos. Ninguém melhor que pais e educadores na transmissão destes conhecimentos e formação sexual destas crianças, jovens e adolescentes.

Os educadores e a escola devem estar comprometidos de que estão formando para a vida e a sexualidade faz parte da vida do individuo desde o momento em que ele nasce. A formação oferecida nas escolas tem como comprometimento a formação de cidadãos criticas e com visão. A sexualidade também é influente neste processo.

Não queremos nós jovens desinformados queremos? Para que possamos obter bons resultados devemos inserir na vida destes cidadãos em formação, o diálogo aberto a todas as dúvidas, informações necessárias e também formação. Queremos cidadãos que saibam dizer não, saibam questionar e saibam também valorizar-se.

Os jovens hoje muitas vezes por falta de uma bagagem suficiente de informações corretas, deixam se levar aos desejos sexuais, sem uma formação de que os princípios devem ainda existir na vida sexual. Não queremos liberar o sexo, nem tão pouco deixar de lado os valores. Temos sim que informar estes cidadãos em formação, para opção do que deve ou não lhe agradar.

Vemos hoje a prostituição infantil, a violência sexual, meninas com gravidez precoce, sexo, drogas. Não será tudo isso falta de informação? Informações têm sim o governo distribui camisinhas, as meninas estão nos postos de saúde fazendo seus pré-natais. A sociedade esta tão adepta a estes fatos por conseqüência da falta de diálogo e informações corretas a estes jovens e adolescentes. Não podemos então deixar de lado a conscientização de que esta formação para vida sexual deve existir. Uma formação de que o sexo deve ser feito com amor entre duas pessoas que se respeita, que as meninas não devem vulgarizar vossas imagens com roupas e também postura diante a sociedade, que as drogas são sensações de prazeres passageiros e que no futuro eles só tem com isso a perder. Não devemos colocar na cabeça desses adolescentes, quer sexo use camisinha, mais sim você ama? Ele (a) te respeita? Você esta certa do que esta fazendo? São estes os princípios que cabem aos pais e educadores passarem a estes cidadãos em formação.

2- EDUCAÇÃO SEXUAL X ORIENTACÃO SEXUAL

De acordo com o guia de orientação sexual, publicação traduzida e adaptada por três ONGS (organizações não-governamentais) a orientação sexual, quando utilizada na área de educação, deriva do conceito pedagógico de orientação educacional, definindo-se como o processo de intervenção sistemática na área da sexualidade, realizado principalmente em escolas. Pressupõe o fornecimento de informações sobre sexualidade e a organização de um espaço de reflexões e questionamentos sobre postura, tabus crenças e valores a respeito de relacionamentos e comportamentos sexuais. A orientação sexual abrange o desenvolvimento sexual compreendido como: saúde reprodutiva, relações interpessoais, afetividade, imagem corporal, auto-estima, e relações do gênero. Enfoca as dimensões fisiológicas, sociológicas, psicológicas e espirituais da sexualidade através do desenvolvimento das áreas cognitiva, afetiva e comportamental, incluindo as habilidades para a comunicação eficaz e a tomada de responsável de decisões.

Já na educação sexual, segundo o guia; inclui todo o processo informal pelo qual aprendemos sobre a sexualidade ao longo da vida, seja através da religião, da família, da comunidade, dos livros ou da mídia.

Em nossos dias a sexualidade está em todos os lugares, as crianças tem visto e ouvido falar de sexo, em casa, na escola, na rua, com o coleguinha e principalmente pela mídia, a sexualidade é parte integrante da criança como qualquer outra, e merece atenção na proporção em que ela demandar, as crianças têm estímulos de sobra em relação á sexualidade e a outros aspectos da vida, o desconhecimento, o não dito, também gera fantasias e angustia. O importante é o orientador abrir espaço para duvidas e responder aquilo que é solicitado.

Não existe idade ideal para iniciar o trabalho de orientação sexual, se o espaço for escola, a orientação deve acontecer desde sempre, também em casa deve acontecer sempre, desde que solicitados. A escola complementa o que é iniciado no lar supre lacunas, combate preconceitos e revê conceitos destorcidos.

3- O PAPEL DA FAMÍLIA

Muitos pais por diversos fatores como, receio de ferir a pureza da criança, por considerarem prematura a curiosidade infantil, por constrangimento com o tema sexual, por irritação com a criança e falta de preparo para enfrentar a situação criada, erros são cometidos, especialmente pelas mães, pois freqüentemente, o pai omite-se por completo deixando a responsabilidade para a mãe, pela falta de preparo, noções falsas, inadequadas e fantasiosas são ensinadas.

Com respostas que não saciam a curiosidade ou aguça ainda mais a curiosidade, a criança fica inteiramente desprotegida contra as informações grosseiras e inadequadas que recebem de varias fontes. A criança confia plenamente em seus pais e quando se deparam com a verdade não querem acreditar, e conseqüências desastrosas acontecem como: perda de confiança nos pais, a perda da segurança e estabilidade.

Assim, cabe a família dar orientações acerca do que considera certo ou errado, valores e critérios morais, desde o nascimento como por toda a vida, de acordo com a idade, a curiosidade da criança.

4- O PAPEL DAS ESCOLAS

A escola é um lugar potencialmente privilegiado para trabalhar com a orientação sexual, principalmente com trabalhos preventivos, levando em conta a realidade do individuo, fazendo com que possam analisar a sua realidade e refletir sobre ela.

A escola não esta apenas encarregada de transmitir instrução, ler, escrever, contar, transmitindo-lhes não só a educação dos conhecimentos da educação, mas também abrangendo todos os setores da vida humana, a família, o estudo, a religião, os hábitos, a linguagem, o comportamento, o sexo e as relações sociais das crianças entre si.

Muitos pais se defrontam com a escola, e não aceitam que a escola trabalhe com a educação sexual, dizendo que não mandam os filhos para a escola para que aprendam sobre estas coisas. Cabe assim a escola orientar esses pais a respeito da verdadeira função da escola moderna. Pais e mestres devem completar-se em suas tarefas educativas.

É evidente que a educação sexual deve ser cuidada pela escola, pois a atividade sexual faz parte da vida humana, e a escola tem o papel de extrema importância para um preparo para uma vida adequada e satisfatória.

Se os pais e a escola trabalharem juntos, com certeza essas crianças terão uma educação satisfatória com todos os conhecimentos necessários, para que tenham uma formação de suas atitudes sociais e morais de responsabilidade e uma personalidade sadia.

5- EDUCAÇÃO SEXUAL OBRIGAÇÃO DA FAMÍLIA E DA ESCOLA

Ainda nos dias de hoje persiste um tabu que devia ter sido vencido há tempos, sobre educação sexual.

As famílias muitas vezes acham que é muito difícil abordar qualquer assunto sobre sexualidade. Outras acham que tem idade certa para começar a tratar desse assunto.E outras acham que esse tema nunca deve ser abordado em casa na família, isso faz parte da função dos professores, da educação escolar.

Por parte das escolas, eles também não se sentem preparados para iniciar esse processo de educação sexual.

Faltam profissionais capacitados e que se sintam preparados para essas aulas.

E em meio desse dilema ficam crianças, adolescentes e jovens crescendo mal informados, cheios de duvidas.

Isso contribui para uma sociedade totalmente desestruturada, com adolescentes e jovem iniciando uma vida sexual cada vez mais novo, contraindo doenças, acontecendo gravidez precoce.

Por isso é necessária uma conscientização geral e que cheguem num consenso, famílias e educadores que a obrigação e dever de preparar crianças, adolescentes e jovens, para uma vida sexualmente bem definida, esclarecida e saudável é de ambas as partes.

Como o tema é delicado e ainda existem tabus a vencer, torna-se essencial a parceria entre educadores e pais.

Os pais em casa fazendo a sua parte. E os educadores na escola, de comum acordo.

Todas as escolas deviam ter projetos específicos sobre o tema, desde a classe da educação infantil.

Deviam se preocupar com o aperfeiçoamento dos professores.

O próprio professor deve refletir e usar de oportunidades em suas aulas para tratar do tema. Nessa área, educar não é passar opiniões nem valores para os alunos, mas discutir a realidade para que cada um possa escolher seu caminho de forma responsável e consciente.

É por isso que toda escola deve ter um projeto sobre o tema. Com ele os alunos estarão sendo preparados para viver sua vida de forma plena e felizes, e também mais aptos para o aprendizado.

 

CONCLUSÃO

Concluímos com o sentimento de que a sociedade não estaria como está, se estes tabus não tivessem sido quebrados há tempos. O tapar os olhos só aumentará ainda mais os índices de meninas grávidas precocemente, prostituição infantil, violência sexual e etc. Cabe somente a mudança de visão primeiramente dos pais, educadores e responsáveis pelo processo de formação sexual destas crianças, jovens e adolescentes. Ou deixaramos os mesmos a mercê de informações erradas, exploratórias e que só continuaram da maneira que hoje já estão apresentadas em nossa sociedade. Como futuras pedagogas, vemos a importância de se educar para sociedade, de estimular, resgatar valores e princípios que hoje já estão esquecidos. De orientar e capacitar estes professores para a conscientização de vossa importância e responsabilidade diante ao tema abordado.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Ibrasa, 1980.

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?

LibDocID=3745&ReturnCatID=1802http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3746&ReturnCatID=1802

Educação sexual na escola e no lar: da infância à adolescencia/ Isaac Mielnik São Paulo


Autor: Vanessa Priante


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