Resiliência no Trabalho - Questão de Atitude



De acordo com a pesquisa realizada pela ISMA-BR, 70% dos brasileiros sofrem as conseqüências do stress. Destes, 30%
são vítimas da Síndrome de Burnout, um termo psicológico que descreve o estado de exaustão prolongada e diminuição
de interesse, especialmente em relação ao trabalho. O termo burnout descreve principalmente a sensação de exaustão da
pessoa acometida.

Estudos também mostram que algumas pessoas passam pelo mesmo processo de pressão e adversidade no ambiente de
trabalho, mas não entram no estado de estresse ou burnout, suportando a pressão mantendo-se equilibradas, isto é, sem
quebras emocionais. Estas pessoas são chamadas de resilientes, pois possuem atitudes diferenciadas em relação às
adversidades no trabalho ou na vida pessoal.

Resiliência é uma palavra que vem do latim RESILIO, que significa “voltar ao normal”. O conceito foi criado em 1807, pelo
cientista inglês Thomas Young, que fazia estudos sobre a elasticidade dos materiais. Mais tarde, a resiliência foi
incorporada pela física como a capacidade que certos materiais têm de acumular energia quando submetidos a um
esforço e, cessado o esforço, retornar ao seu estado natural sem sofrer deformações permanentes. É o que acontece com
uma vara no salto em altura: quando o atleta toma impulso para saltar, a vara se curva, acumula energia, projeta o atleta
sobre o obstáculo e depois retorna ao seu estado normal.

Nas últimas décadas do século 20, o termo resiliência foi abraçado pela psicologia, para denominar a capacidade que
certas pessoas têm de sofrer fortes pressões ou situações de grande estresse e não quebrar emocionalmente. Na verdade
estas pessoas se fortalecem neste processo, “acumulando energia” para assim como a vara do salto em altura, projetar-se
para resolver as adversidades que estão passando.

O iatista Lars Grael é um exemplo de uma pessoa resiliente. No auge da sua carreira repleta de conquistas, teve sua
perna decepada pela hélice de um barco, em um trágico acidente em 1999. Anos depois voltou a competir e ganhar
medalhas. “O erro das pessoas, em geral é se voltar para trás”, disse Grael certa vez. “Se eu fosse comparar minha vida
anterior com a que levo hoje, com certeza teria entrado em depressão. Mas não adianta olharmos para trás. Temos que
lidar com o aqui e agora. Poderia ter sido pior, e tenho a obrigação de me sentir no lucro”.

Ser resiliente é uma questão de atitude, isto é, entrar em ação para solução das pressões e adversidades cotidianas. O
profissional resiliênte não permite entrar na sintonia do medo e da tristeza, sentimentos estes que paralisam a pessoa
impossibilitando a retomada para a ação. Não permitem também experimentar a energia da raiva, pois a raiva
descontrolada apenas busca culpados em relação ao que se passa. O profissional resiliente primeiramente questiona o
que deve ser feito para solucionar este problema, investigando várias opções, utilizando a sua flexibilidade e criatividade
para sair do momento adverso.

Concluído este processo ele entra em ação, pois agora ele tem a tal da MOTIVAÇÃO, isto é, motivos (adquirido no
processo de pesquisa) para entrar em ação e fazer o que tiver que ser feito para minimizar ou até mesmo sair da adversidade.

Ricardo Piovan é consultor organizacional, autor do livro “Resiliência – como superar as pressões e adversidades no
trabalho”


Autor: Ricardo Piovan


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